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Semana de 18 a 25 de maio de 2018
Por Carlos Soares, CNPI
Em meio ao ambiente de incertezas vivido nos últimos dias, por conta da crise de abastecimento desencadeada com a greve dos caminhoneiros, os ativos locais foram fortemente penalizados no decorrer da última semana. Vale ressaltar que a forte alta das taxas dos Treasuries de 10 anos registradas nos últimos dias, diante de uma piora nas expectativas de inflação na maior economia do planeta, também contribuiu para a deterioração dos ativos emergentes, o que se refletiu na abertura (alta) das taxas futuras de juros por aqui. Por falar em inflação, a prévia do IPCA de maior (IPCA-15) seguiu comedida ao registrar um avanço de apenas 0,14% ante o mês de abril (est. 0,25%), levando o acumulado dos últimos 12 meses a uma variação de apenas +2,70% - abaixo do piso da meta oficial de +3,0%. Dentro desse contexto, os títulos pós fixados do Tesouro Direto (Tesouro Selic 2023) se apresentaram como sendo a alternativa menos volátil para o investidor pouco familiarizado com as variações do mercado. Entretanto, por conta de uma postura mais conservadora do Banco Central brasileiro em manter a Selic inalterada, juntamente com um IPCA mais comedido (conforme mencionado), os vértices (vencimentos) longos (prazo) recuaram e contribuíram para o melhor desempenho dos títulos indexados a inflação com vencimentos mais longos na última semana. As incertezas permanecem e os efeitos da crise de escassez registrada nos últimos dias sobre a inflação seguem incertos. Diante disso, não descarto a possibilidade de que a curva de juros volte a oferecer prêmios maiores nas próximas semanas cujos impactos devem ser sentidos em algumas modalidades de títulos ofertados no Tesouro Direto.
O presente post é apenas um breve comentário do mercado, não representando quaisquer recomendações de compra e/ou venda de ativos.
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