Semana de 07 a 14/12/2018
Por Carlos Soares, CNPI
A semana que prometia ser promissora após os acenos de cessar-fogo nas disputas comerciais entre norte-americanos e chineses acabou ficando praticamente no zero a zero. A trégua, como de praxe desde o início do governo Trump, foi temporária e nesta semana teve mais um desdobramento na errática política externa do presidente norte-americano: a prisão da chefe de operações financeiras da gigante chinesa de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, no Canadá, sob acusações de possíveis violações de sanções contra o Irã.
O incidente deve complicar o andamento da trégua de 90 dias nas disputas comerciais envolvendo os EUA e a China o que elevou o tom de cautela por parte dos investidores ao longo da semana.
Mas no encerramento da semana os dados de emprego nos EUA e expectativa com o encontro da Organização dos Países Produtores (OPEP) deram um alívio aos mercados.
Segundo os números oficiais, o mercado de trabalho da maior economia do planeta gerou 155 mil novas vagas no mês de novembro, ficando abaixo das expectativas que apontavam para a criação de 200 mil novas vagas, o que manteve a taxa de desemprego norte-americana em 3,7%. Outro dado importante que acompanhou o número foi o ganho médio por horas trabalhadas que subiram apenas 0,2% em relação a outubro e também ficaram ligeiramente abaixo das estimativas (0,3%).
Os dados afastam quaisquer preocupações - ao menos no curto prazo - de um recrudescimento da inflação nos EUA e possibilita que o Federal Reserve siga mantendo o gradualismo no processo de normalização da taxa de juros.
Já o preço do barril do petróleo tipo Brent voltou a subir forte nesta sexta-feira (07) com a expectativa de que os países produtores de petróleo possam acordar em reduzir a produção em torno de 1,2 milhão de barris de petróleo por dia (BPD). A ação, segundo noticiado, poderá ser coordenada entre os países membros (800 mil BPD) e demais aliados, como a Rússia, que deverão anunciar cortes de 400 mil BPD.
A notícia ajuda a sustentar os preços da commodity que voltou a operar acima da casa dos US$ 60,00, ajudando no desempenho das empresas ligadas ao setor de energia ao redor do mundo.
Por aqui, mesmo com a expectativa de alta no preço dos combustíveis em função da decisão dos países produtores de petróleo, temos um cenário ainda benigno de inflação com a divulgação da deflação -0,21% do IPCA de novembro. No acumulado em 12 meses a inflação registra uma alta de 4,05% e permanece abaixo do centro da meta oficial de 4,5%.
Com isso, até o momento, o Ibovespa apresenta uma ligeira alta de 0,17% na semana enquanto que as recomendações desta semana permanecem estáveis - principalmente impactadas pelo mal desempenho de ABEV3, BRKM5, EQTL3 e KLBN11, compensadas parcialmente pela forte valorização das ações de LOGN3 (+19,5%) seguido por PETR3 e TAEE11.
Para a próxima semana, em meio aos embates diplomáticos envolvendo EUA e China, teremos a divulgação dos dados de inflação, produção industrial e vendas no varejo da economia norte-americana. Por aqui, o grande destaque fica para o encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) que deverá manter a taxa Selic em 6,5% e sinalizar para sua manutenção para o próximo encontro - pelas projeções do mercado a taxa deverá ser elevada em meados de março/19. Também teremos os dados oficiais do comércio varejista brasileiro de outubro que, segundo projeções, deve registrar um ligeiro recuo de -0,2% em relação ao mês de setembro.
Bom fim de semana e bons negócios!
Recomendações da semana anterior
Empresa | Código | Peso (%) |
---|---|---|
Ambev | ABEV3 | 15% |
Braskem | BRKM5 | 10% |
Equatorial | EQTL3 | 20% |
Klabin | KLBN11 | 15% |
Log-In | LOGN3 | 10% |
Petrobras ON | PETR3 | 15% |
Taesa | TAEE11 | 15% |
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