Medidas de incentivo ao crédito, conceitualmente conhecido por expansão monetária, estimularam o consumo ao longo do ano, impulsionando a produção brasileira e favorecendo aumento do emprego no país. Segundo dados do IBGE a taxa média de desocupação no ano de 2010 foi de 6,7% e encerrou o mês de dezembro em 5,3% - a menor taxa desde 2002, quando teve início a atual metodologia de apuração. O rendimento médio cresceu 3,8% em 2010 - também atingindo níveis recordes.
Facilitando o crédito ao consumidor e ao empresariado - neste caso via BNDES - o consumo e a produção aumentaram e estimularam a procura por mão de obra e, como resultado, gerou a diminuição do nível de desemprego no país – conforme podemos verificar nos últimos anos demonstrado no gráfico abaixo:
Verifica-se que no mês de dezembro grande parte do contingente de pessoas ocupadas encontra-se alocada no setor de serviços. Outro destaque também foi, segundo Mendonça, a diminuição no número de trabalhadores nos serviços domésticos ao longo do ano.
Contudo, o consumo aquecido também vem permitindo que os custos com a elevação dos salários sejam repassados nos preços dos produtos. De acordo com a matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo em 27/01/2011: “a falta de mão de obra já faz muitos setores elevarem o preço de seus produtos e serviços em decorrência do aumento de custo provocado pela necessidade de pagar salários maiores para reter ou contratar profissionais”. (FOLHA DE SÃO PAULO, 2011, pág. B14).
Portanto, uma expansão monetária tem como conseqüência reduzir a taxa corrente de desemprego, mas ao mesmo tempo – se mal dosada – pode provocar uma pressão inflacionária na economia via repasse dos aumentos salariais nos preços dos produtos e serviços. Diante da pressão inflacionária o Banco Central será forçado a utilizar os instrumentos de política monetária (por exemplo, o aumento nos juros e restrição no crédito) para convergir a inflação ao centro da meta, hoje estabelecida em 4,5% para os próximos dois anos.
Referência Bibliográfica
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education, 2004, 3ª edição.
BRADESCO. Boletim Diário Matinal. Economia em Dia - disponível em: http://www.economiaemdia.com.br/
CARVALHO, Fernando J. Cardim de; [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.
DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.
FOLHA DE SÃO PAULO. Falta de mão de obra pressiona os preços de produtos e serviços. Matéria publicada em 27/01/2011 pág. B14.
_______________________Desemprego cai a 5,3% e atinge menor marca desde 2002. Matéria publicada em 28/01/2011 pág. B8.
IBGE. Pesquisa Mensal de Emprego. Sala de Imprensa - Pesquisa Mensal de Emprego. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/
MANKIW, Gregory. Macroeconomia. 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
MENDONÇA, Sérgio. Análise: É prematuro entoar o canto do pleno emprego e do apagão de mão de obra. Artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo em 28/01/2011 pág. B8.
Bem-vindo ao Econocratum. Nosso propósito é ir além dos números, conectando a análise econômica com a reflexão crítica sobre o mercado financeiro. Aqui, você encontra insights sobre investimentos, política e o papel do capital na sociedade. Traduzimos o complexo de forma acessível, buscando entender as causas e os impactos por trás de cada dado. Se você procura um conteúdo que une técnica e questionamento, este é o seu espaço.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
-
Melhora de margens agrada, mas top line e crédito ficam no radar A Lojas Renner, Maior varejista de modas do país, apresentou mais uma v...
Tesouro Direto Hoje – 26/09/2025
Análise Tesouro Direto: Queda dos Juros e o Efeito Marcação a Mercado Tesouro ...



Nenhum comentário:
Postar um comentário