sábado, 8 de janeiro de 2011

Equilíbrio de Pareto e Desenvolvimento Social

O ótimo de Pareto é uma situação onde o bem-estar de um indivíduo é melhorado sem que ninguém seja prejudicado. Enquanto em uma sociedade existe “alguma forma de melhorar a situação de alguém sem prejudicar nenhuma outra pessoa” (VARIAN, 1994, pág. 16) há espaço para se buscar o equilíbrio de Pareto.

A redução na desigualdade social pode, ao longo do tempo, otimizar os ganhos das classes mais abastadas, pois o aumento de gastos dos menos favorecidos tendem a elevar os lucros das empresas, - onde parte da poupança da classe média/alta encontra-se alocada. Segundo artigo do professor Roberto Dagnino “nos últimos oito anos, 30 milhões de brasileiros excluídos que “ganharam o peixe” ajudaram a empurrar para cima o consumo e a produção”.

Para Keynes quanto maior for a propensão a consumir maiores serão os impactos sobre os investimentos e sobre o emprego, pois segundo o teórico “o emprego só pode aumentar pari passu (simultaneamente) com o investimento” (KEYNES, 1982, pág. 100). A elevação do emprego e renda agregada de um país permite que parte dos recursos despendidos, inicialmente, em programas sociais retorne na forma de aumento no recolhimento de impostos, - decorrente do aumento na atividade -, e ganhos das empresas com o lucro advindo das vendas no mercado interno.

O professor Dagnino afirma que “a erradicação da miséria fará emergir demandas materiais por bens e serviços com características e quantidade inusitadas”. O professor defende que dentro desse processo poderemos ter a inclusão da “participação de “usuários” até agora ausentes do cenário da produção de conhecimento”. Essa produção de conhecimento possibilitará, também, que nosso país desenvolva novas tecnologias e avanços na gestão do conhecimento, como, por exemplo, em gestão de negócios e medicina.

Ressalto que enquanto houver pobreza a economia não estará no equilíbrio de Pareto.

Portanto, como diria Varian, “se existe um modo de melhorar a situação de alguém sem piorar a de outrem, por que não fazê-lo?” (VARIAN, 1994, pág. 16).

Referência Bibliográfica

DAGNINO, Renato. Erradicação da miséria e tecnociência. Folha de São Paulo: artigo publicado em 06/01/2011, Caderno Opinião, página A3.

GIANBIAGI, Fabio, ALÉM, Ana Cláudia Duarte de. Finanças Públicas – Teoria e Prática no Brasil. 2ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.

KEYNES, John Maynard. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. Tradução de Mário R. da Cruz; revisão técnica de Claudio Roberto Contador. – São Paulo: Atlas, 1982.

PINDYCK, Robert S., RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia – Quinta Edição. – tradução e revisão técnica: Professor Euletério Prado. São Paulo: Prentice Hall, 2002. ISBN: 85.87918-11-7.

SILVA, João Correia da. Teoria Econômica. Disponível em: http://www.fep.up.pt/docentes/joao/economictheory.htm - acesso feito em 05/01/2011 às 16h25.

VARIAN, Hal R. Microeconomia: princípios básicos. Rio de Janeiro: Campus, 1994.

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