A curva de juros encerrou a última semana praticamente estável em relação a semana anterior devido a melhora nas expectativas de inflação para os próximos 12 meses e para 2012. Medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central (elevação dos juros e restrições ao crédito para o consumo) já começam a surtir efeitos no mercado de taxa de juros – conforme podemos verificar no gráfico a seguir.
No mês de dezembro o Banco Central anunciou medidas de restrição ao crédito para o consumo com prazos acima de 24 meses e também, de acordo com matéria publicada na Folha de São Paulo pela repórter Mariana Schreiber, retirou mais de R$ 65 bilhões em circulação da economia. Ao restringir a quantidade de moeda em circulação na economia o custo do dinheiro torna-se mais caro e como conseqüência verifica-se uma alta na taxa de juros cobrada aos consumidores. Ainda de acordo com o jornal Folha de São Paulo a taxa média de juros ao consumidor divulgada pelo Banco Central passou de 39% ao ano no mês de novembro para 45% no mês de janeiro.
A alta na taxa Selic ocorrida no dia 19 de janeiro já havia sido precificada na curva de juros de 28 de janeiro e, juntamente com as demais medidas macroprudenciais, tenderá a esfriar o consumo e conter as altas nos preços nos próximos meses.
Podemos verificar no gráfico abaixo que, apesar da piora nas expectativas de inflação em 2011, o mercado já espera uma melhora no cenário para os próximos 12 meses e para 2012.
A expectativa do Banco Itaú é de que o ritmo da economia brasileira caia de 7%, verificado em 2010, para 4% em 2011. As conseqüências dessa desaceleração da economia brasileira são: aumento no desemprego, queda no consumo e estabilização nos níveis de preços no país.
Portanto, a melhora nas expectativas de inflação para os próximos meses justifica a manutenção das taxas de juros na última semana em relação a semana anterior.
Referência bibliográfica
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Nota Técnica sobre a Circular nº 2.972, de 23 de março de 2000.
__________________. Focus – Relatório de Mercado.
Disponível em: http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/readout.asp
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education, 2004, 3ª edição.
BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS. Taxas Referenciais BM&F. Disponível em: http://www2.bmf.com.br/pages/portal/portal/boletim1/TxRef1.asp
CARVALHO, Fernando J. Cardim de; [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.
DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.
MANKIW, Gregory. Macroeconomia. 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
SCHREIBER, Mariana. Alta dos juros exige mais cautela com dívidas. Folha de São Paulo, São Paulo, 07 fev. 2011, página B7.
O Econocratum nasceu da vontade de olhar o mercado financeiro além dos números, conectando análise econômica com reflexão crítica. Aqui compartilho insights sobre investimentos, política econômica e o papel do capital na sociedade, sempre buscando traduzir o complexo de forma acessível. Mais do que acompanhar indicadores, a proposta é entender causas, impactos e contradições. Se você busca conteúdo que une técnica, questionamento e contexto, este espaço é pra você.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
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Mas isso ajudará os mais necessitados ou somente os ricos e poderosos? Vamos esperar para ver.
ResponderExcluirAbraços