Por Carlos Soares Rodrigues,
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central –
IBC-Br é um indicador de periodicidade
mensal que busca, segundo próprio Banco Central do Brasil, “com as devidas
adaptações, reproduzir o movimento do Produto Interno Bruto (PIB), e, desta
forma, avaliar de forma mais ampla o ambiente macroeconômico do País” (BACEN).
O indicador de julho/14 divulgado pela autoridade monetária
nesta manhã de sexta apresentou uma pequena melhora se comparada ao mês
anterior. Essa leve recuperação em relação ao mês anterior se deve,
principalmente, ao maior número de dias úteis ocorridos no mês de julho. Por
outro lado, ao compararmos os resultados divulgados em relação aos respectivos anos anteriores podemos
notar que a perda de vigor de nossa economia vem ocorrendo desde meados de
Abril/13 – conforme o gráfico a seguir:
Alguns indicadores básicos que afetam o desempenho econômico
corroboram a expectativa de baixo crescimento econômico para os próximos meses.
Dentre os indicadores, gostaria de destacar o Índice de
Confiança do Empresário Industrial (ICEI) e a geração de empregos formais,
ambos divulgados mensalmente.
O ICEI é um indicador disponibilizado pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI) que mede o nível de confiança do empresariado de
nosso país. Considerado um indicador de antecedente, o ICEI permite interpretar
e “identificar (a) mudança de tendência na produção industrial, ou seja, (...)
auxiliar na previsão do produto industrial e, por conseguinte, do PIB”. Seu
resultado varia de 0 a 100 e os valores abaixo de 50 apontam falta de confiança
dos empresários.
Como podemos observar no último levantamento da CNI,
demonstrado no gráfico abaixo, os empresários estão pessimistas em relação ao
ambiente de negócios de nosso país. Sendo assim, de acordo com a entidade e a
teoria econômica, empresários menos confiantes tendem a reduzir investimentos e
produção. Com isso os reflexos são queda no emprego e baixo crescimento
econômico.
Diante da piora na confiança dos empresários podemos
observar, no gráfico a seguir, a queda na geração de empregos formais (com
registro em carteira para o leitor leigo) ocorrida no nosso país ao longo dos
últimos anos, contrariando o discurso oficial.
Embora a taxa oficial de
desemprego esteja nos menores patamares da história recente (5,8% em agosto), a diferença metodológica
não reflete a real geração de empregos no mercado de trabalho, ou seja, o
emprego formal que é o que mais interessa ao trabalhador brasileiro.
O
resultado oficial de emprego considera o número de pessoas ocupadas com alguma
remuneração, com registro em carteira ou não, por pelo menos 15 horas na semana
em que o levantamento foi realizado, ou seja, um “bico” é considerado emprego
na metodologia do IBGE.
Portanto, ponderadas as diferenças, verificamos que o
mercado de trabalho não conseguiu se restabelecer após a eclosão da crise de
2008 – a recuperação de 2010 foi pontual e resultante de medidas macroprudenciais
pontuais.
Enquanto as incertezas em relação a eficácia na condução da
política econômica não se dissiparem, nosso país continuará apresentando um
pífio desempenho com consequências claras sobre o nível de emprego, renda da
população e, principalmente, bem estar da população.
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