sexta-feira, 12 de setembro de 2014

IBC-Br - Índice de Atividade Econômica do Banco Central – July 2014

Por Carlos Soares Rodrigues,

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central – IBC-Br  é um indicador de periodicidade mensal que busca, segundo próprio Banco Central do Brasil, “com as devidas adaptações, reproduzir o movimento do Produto Interno Bruto (PIB), e, desta forma, avaliar de forma mais ampla o ambiente macroeconômico do País” (BACEN).

O indicador de julho/14 divulgado pela autoridade monetária nesta manhã de sexta apresentou uma pequena melhora se comparada ao mês anterior. Essa leve recuperação em relação ao mês anterior se deve, principalmente, ao maior número de dias úteis ocorridos no mês de julho. Por outro lado, ao compararmos os resultados divulgados em relação aos respectivos anos anteriores podemos notar que a perda de vigor de nossa economia vem ocorrendo desde meados de Abril/13 – conforme o gráfico a seguir:


Alguns indicadores básicos que afetam o desempenho econômico corroboram a expectativa de baixo crescimento econômico para os próximos meses.

Dentre os indicadores, gostaria de destacar o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) e a geração de empregos formais, ambos divulgados mensalmente.

O ICEI é um indicador disponibilizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que mede o nível de confiança do empresariado de nosso país. Considerado um indicador de antecedente, o ICEI permite interpretar e “identificar (a) mudança de tendência na produção industrial, ou seja, (...) auxiliar na previsão do produto industrial e, por conseguinte, do PIB”. Seu resultado varia de 0 a 100 e os valores abaixo de 50 apontam falta de confiança dos empresários.

Como podemos observar no último levantamento da CNI, demonstrado no gráfico abaixo, os empresários estão pessimistas em relação ao ambiente de negócios de nosso país. Sendo assim, de acordo com a entidade e a teoria econômica, empresários menos confiantes tendem a reduzir investimentos e produção. Com isso os reflexos são queda no emprego e baixo crescimento econômico.

Diante da piora na confiança dos empresários podemos observar, no gráfico a seguir, a queda na geração de empregos formais (com registro em carteira para o leitor leigo) ocorrida no nosso país ao longo dos últimos anos, contrariando o discurso oficial. 

Embora a taxa oficial de desemprego esteja nos menores patamares da história recente (5,8% em agosto), a diferença metodológica não reflete a real geração de empregos no mercado de trabalho, ou seja, o emprego formal que é o que mais interessa ao trabalhador brasileiro. 

O resultado oficial de emprego considera o número de pessoas ocupadas com alguma remuneração, com registro em carteira ou não, por pelo menos 15 horas na semana em que o levantamento foi realizado, ou seja, um “bico” é considerado emprego na metodologia do IBGE.

Portanto, ponderadas as diferenças, verificamos que o mercado de trabalho não conseguiu se restabelecer após a eclosão da crise de 2008 – a recuperação de 2010 foi pontual e resultante de medidas macroprudenciais pontuais.


Enquanto as incertezas em relação a eficácia na condução da política econômica não se dissiparem, nosso país continuará apresentando um pífio desempenho com consequências claras sobre o nível de emprego, renda da população e, principalmente, bem estar da população.

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