segunda-feira, 30 de julho de 2018

Morning Call - 30/07/2018

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Por Carlos Soares, CNPI

Sem grandes percalços no quadro político/eleitoral e com o reforço da melhora do humor no exterior, os investidores voltaram às compras dos ativos locais levando a queda do dólar e dos juros futuros negociados na Bolsa.

Em pesquisa divulgada nesta sexta-feira, o mercado se deparou com um cenário de fortalecimento das candidaturas com viés mais reformista, notadamente do candidato tucano Geraldo Alckmin, o que cria uma expectativa em torno de uma agenda econômica que possa ajudar a conter a deterioração das contas públicas no próximo governo e reforça o apetite dos investidores pelo mercado brasileiro. Como resultado dessa melhora tivemos o recuo do dólar (gráfico abaixo) que também ajudou na alta dos preços dos títulos negociados no Tesouro direto por conta da queda das taxa de juros futuras.

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Lá fora o crescimento da economia norte-americana, mesmo vindo forte, ficou dentro do esperado com uma alta de 4,1% na primeira prévia do segundo trimestre - caso o resultado tivesse ficado acima poderíamos ter tido uma piora nos ânimos por causa dos riscos que traria em relação a inflação e alta dos juros nos EUA.

Por falar de inflação nos EUA teremos nesta terça-feira a divulgação do indicador de preços preferido do Federal Reserve: o core PCE. Segundo estimativas do mercado, o indicador deve ter apresentado uma alta de 2,0% em termos anuais no mês de junho - algo acima disso pode levar a alta do dólar pelos motivos motivos citados acima.

Por aqui, nos EUA e no Japão teremos os encontros de política monetária que devem decidir pela manutenção de suas de juros. Contudo, os investidores ficarão de olho na sinalização dada após o encontro sobre os próximos passos para a retirada ou não dos estímulos monetários (no caso do Japão e dos EUA) ou por quanto tempo será mantida a taxa Selic (Brasil). Os encontros se encerram na terça-feira (Japão) e na quarta-feira (Brasil e EUA).

Mais para o final desta semana as atenções se voltam para os dados de emprego nos EUA cujas expectativas apontam para a criação de 190 mil vagas no mês de julho. Um detalhe importante neste resultado que também será conhecido na sexta-feira (03) será a evolução dos ganhos médios por hora trabalhada que, segundo as projeções, pode ter registrado alta de 2,7% na comparação anual no mês de julho.

Diante da semana mais carregada de indicadores econômicos vislumbro um cenário de maior volatilidade (oscilação dos preços) para os próximos dias. Devemos observar nos próximos dias se as medidas adotadas pelo governo Trump ao longo deste ano, especialmente a sobretaxação de diversos produtos importados, começam ou não surtir efeito sobre o nível de preços da economia norte-americana. Quaisquer sinalizações apontando para uma alta na inflação pode disparar (ser o gatilho ou o trigger, no jargão do mercado financeiro) uma correção nos ativos globais e, por aqui, especialmente sobre o dólar, Bolsa, títulos indexados ao IPCA e prefixados no Tesouro Direto. Sendo assim, o cenário segue de cautela para os próximos dias e ficamos no aguardo da divulgação dos indicadores no decorrer desta semana.

Bom dia e bons negócios!






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