
Por Carlos Soares, CNPI
Com o retorno dos negócios em Wall Street o dólar registrou alta frente aos seus pares ao redor do mundo com temores em relação aos emergentes, além das preocupações acerca das tensões comerciais envolvendo os EUA e seus parceiros comerciais.
Lá fora o destaque ficou para o encontro do ministro da Fazenda argentino, Nicolás Dujovne, com a presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, para apresentar o novo pacote de reformas fiscais do país.
Dentre as medidas anunciadas na véspera pelo presidente Mauricio Macri, destaco o aumento dos impostos sobre as exportações de produtos consumidos por nós - como o trigo.
Juntamente com a alta do dólar, aumentos da conta de energia e dos combustíveis, a elevação dos preços dos insumos importados da argentina devem impactar os custos das matérias-primas utilizadas por nossa indústria, especialmente de alimentos, o que deve se refletir na inflação e confirmar minhas expectativas em relação as apostas em pós fixados (veja mais em Mapa do Tesouro).
Com relação às tensões comerciais norte-americanas, segue indefinido o acordo comercial com os canadenses e o mercado permanece atento à possibilidade de novas investidas contra a China.
Apesar do cenário externo pressionado o dólar ficou praticamente estável fechando cotado a R$ 4,1520 (+0,04%).
Contudo, as incertezas políticas e, principalmente, o futuro das nossas contas públicas, ditaram a dinâmica das taxas de juros nesta terça-feira (04). Os juros futuros negociados na Bolsa - que servem de referência para a definição dos preços dos títulos negociados no Tesouro Direto - voltaram a registrar alta em praticamente todos os vencimentos.
A espera de mais uma pesquisa Ibope que seria divulgada na noite de ontem adicionou um tom a mais de cautela aos investidores no mercado de renda fixa.
Sem vislumbrar uma mudança significativa na dinâmica dos ativos globais para os próximos dias, passo agora a enxergar também um cenário de inflação mais pressionado para os próximos meses pelos motivos expostos acima.
Por falar em inflação, teremos amanhã a divulgação do IPCA do mês de agosto cujas estimativas apontam para uma alta de 0,27% - o detalhe é que estas estimativas estão bem próximas ao que se esperava para o IPC da Fipe divulgado ontem e que acabou registrando alta de +0,41% em relação a julho.
Diante disso, mantenho minhas recomendações preponderantemente alocadas na modalidade pós fixada do Tesouro Direto; mas, como venho alertando nas últimas semanas, tenho observado algumas oportunidades nas demais modalidades em meio a este período de maior stress do mercado.
Saiba quais são estas oportunidades em: Mapa do Tesouro
Bom dia e bons negócios!
Nenhum comentário:
Postar um comentário