Agradeço pela visita ao meu blog, onde irei abordar a evolução do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), - cujos resultados são adotados oficialmente pelo Banco Central (Bacen) para o cumprimento da meta de inflação do país. Meus cumprimentos a todos os professores de economia da PUC-SP responsáveis pela minha formação acadêmica.
Desejo a todos uma boa leitura.
A alta nos preços ocorrida a partir do mês de setembro tem causado preocupações quanto ao cumprimento da meta estabelecida, de 4,5% ao ano, pelo Banco Central brasileiro. Esta alta poderá forçar a autoridade monetária elevar a taxa básica de juros, Selic, já no início do mandato da presidente eleita.
Mas por que a elevação nas taxas de juros poderá conter a alta dos preços no país?
Segundo a teoria econômica a elevação nas taxas de juros tende a tornar o crédito para os investimentos mais caros, inibindo novas contratações por parte das empresas e levando o consumidor reduzir seus gastos diante do temor da perda de emprego.
De acordo com o gráfico abaixo podemos verificar que a partir de setembro os preços voltaram a se distanciar da meta de inflação estabelecida pela autoridade monetária (Bacen), aumentando as especulações em torno da elevação das taxas de juros já no início do próximo ano com o objetivo de conter essa alta.

Contudo, vale ressaltar que a alta do IPCA está diretamente relacionada com a elevação dos preços do grupo Alimentação, - conforme demonstrado no gráfico abaixo. Esse aumento se deve, principalmente, pela alta dos preços das commodities no mercado internacional cujas cotações foram turbinadas pelo pacote de US$ 600 bilhões anunciado pelo governo norte americano.

Uma vez que a demanda por alimentos é inelástica, ou seja, “depende, em grande parte, de quantos substitutos esse bem tiver” (Varian, 1994, pág. 296), o aumento nas taxas de juros poderão impactar na demanda dos demais produtos como: vestuário, artigos de residência, despesas pessoais, etc. Estes bens, conforme observado no gráfico acima, têm causado pouco impacto na alta dos preços ao longo do ano.
Ressalto que elevações nas taxas de juros tendem a conter a alta nos preços desde que o aumento da inflação se dê por fatores internos como, por exemplo, superaquecimento do consumo e baixa capacidade da indústria atender a demanda. Entretanto estamos enfrentando um período em que a pressão inflacionária se deve, principalmente, pelo aumento nos preços dos alimentos decorrentes de fatores externos e cuja demanda é inelástica, ou seja, sua procura não depende de alterações dos preços e do nível de renda da população.
Agradeço a todos pela atenção, parabenizo a todos meus professores que, de certa forma, foram responsáveis por todo meu conhecimento adquirido ao longo destes anos, desejo a todos um excelente fim de ano e até a próxima.
Referência Bibliográfica
CARVALHO, Fernando J. Cardim de [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.
IBGE
PINDYCK, Robert S., RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. Quinta Edição. – tradução e revisão técnica: Professor Euletério Prado. São Paulo: Prentice Hall, 2002. ISBN: 85.87918-11-7.
VARIAN, Hal R. Microeconomia: princípios básicos. Tradução da 2ª edição original de Luciane Melo. – Rio de Janeiro: Campus, 1994.
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