A taxa de desemprego no mês de setembro ficou em 6,0%, a exemplo dos outros meses, é a menor para o mês desde o início da série. O resultado ficou estável pelo terceiro mês consecutivo, mas foi 0,2 ponto base inferior ao verificado em setembro de 2010.
Entretanto, podemos verificar que o mercado de trabalho já começa a sentir os efeitos da crise externa, pois, embora declinantes, as taxas começam a dar sinais de desaceleração no movimento de queda.
Das seis regiões pesquisadas, os destaques positivos foram as cidades de Recife, São Paulo e Porto Alegre. A taxa de desocupação nestas cidades apresentou, conforme tabela a seguir, respectivamente, um recuo de 0,30, 0,20 E 0,40 ponto percentual em relação ao mês de agosto.
Em relação ao contingente de pessoas ocupadas, o número de pessoas ocupadas em Serviços Prestados à Empresa, Aluguéis, Atividades Imobiliárias e Intermediação Financeira foi o que obteve o maior ganho de participação em relação ao ano anterior sobre a população total ocupada apurada pelo IBGE. Com uma alta de 0,52% o grupo passou a representar 16,12% do número total de pessoas ocupadas. Por outro lado, os Serviços Domésticos foi o grupo que mais perdeu espaço no último ano e, hoje, representa cerca de 6,84% - queda de 0,31% em relação a 2010.
O gráfico abaixo apresenta a evolução na participação de cada grupo de atividade sobre o número total de pessoas ocupadas no Brasil nos últimos 05 anos.
Os efeitos da crise externa e das medidas contracionistas iniciadas no final do ano passado já começam a surtir efeito sobre o mercado de trabalho. O recente aumento nos preços, queda no crédito e deterioração do cenário externo teve impacto no consumo e, como conseqüência, na produção industrial do país.
Dados recentes já demonstram um aumento nos estoques das fábricas e apontam a uma piora nas expectativas da indústria para os próximos meses. Setores, como o de indústria de máquinas, já sinalizam para um quadro de demissões já nos próximos meses.
Devido a sazonalidade, poderemos ter até o final do ano uma queda, ainda que discreta, na taxa de desemprego no país. Porém, a depender do desenrolar da crise européia e das ações do governo para reativar a atividade da economia; o cenário do emprego para o próximo ano, ao contrário do ocorrido neste ano, não é dos mais promissores.
Fontes de referência
IBGE. Indicadores IBGE: Pesquisa Mensal de Emprego - Setembro 2011. Rio de Janeiro: Pesquisa Mensal de Emprego, out. de 2011.
______. Dados PME. Rio de Janeiro: Pesquisa Mensal de Emprego, out. de 2011.
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quinta-feira, 27 de outubro de 2011
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