Divulgado hoje o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA
referente ao mês de maio que apontou uma forte alta de 0,74% em relação ao mês
de abril – em maio de 2014 o resultado foi de 0,46%. No acumulado em doze meses
o índice atingiu alta de 8,47% - ante uma meta de 4,5% para 2016.
Conforme podemos verificar no gráfico a seguir os principais
grupos que contribuíram para a forte alta foram “Alimentação e Bebidas” e “Habitação”.
Os demais grupos apresentaram um comportamento bem próximo ao verificado no
mesmo mês do ano anterior.
De acordo com o IBGE os preços do tomate (pertencente ao
subgrupo Alimentação no Domicílio) continuaram subindo e, individualmente,
contribuiu com 0,07% dos 0,74% do IPCA cheio. Também pressionaram o grupo as
altas nos preços das carnes, cebola, cenoura e pão francês – segundo divulgado
na imprensa.
Já no grupo Habitação os grandes vilões foram os aumentos da
energia elétrica – lembram-se da redução tarifária promovida em 2012 que
quebrou todo o setor? - e gás de cozinha (Combustíveis e Energia) juntamente
com taxa de água e esgoto, condomínio, aluguel residencial e artigos de limpeza
(Encargos e Manutenção).
Conforme comentado pela economista do IBGE, Eulina Nunes, os
reajustes dos preços administrados ocorridos ao longo deste mês de junho (taxas
de água e esgoto, gás encanado, algumas tarifas de transportes em Belém,
Fortaleza, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e o aumento nos jogos da loteria –
este já sentido no indicador deste mês) impactarão o próximo resultado do IPCA que
será divulgado em 08.07.15.
Boa parte da pressão dos preços tem resultado dos ajustes
promovidos nos preços administrados decorrentes da política populista adotada
nos últimos anos que destruiu a competitividade de importantes setores como
elétrico e de petróleo e gás. A quebra do setor elétrico decorrente da MP 579 de
2012 comprometeu a capacidade das empresas do setor investirem em melhorias na
geração, transmissão e distribuição de energia – exemplo disso é o isolamento
das hidrelétricas localizadas na região norte perante o Sistema Integrado
Nacional (SIN – ou o famoso linhão norte-sul) que impossibilitou o excesso de
energia produzido nesta região fosse ofertado para o restante do país. A alta
dos combustíveis, e consequentes reajustes nos transportes, nem precisa falar:
incompetência e saqueamento da Petrobrás cuja conta vem se refletindo no nosso
bolso. Na minha opinião, os preços tenderão a se arrefecer ao longo do segundo
semestre diante da conjunção de arrocho nos gastos públicos, perda no poder de
compra das famílias (aliada ao elevado endividamento) e política monetária
contracionista com consequente queda no nível de atividade.
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