segunda-feira, 15 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: MERCADO DE TESOURO IPCA – Jun 15th, 2015



Por Carlos Soares Rodrigues,

O mercado de taxas de juros experimentou mais um dia de altas na sessão de hoje diante da divulgação do Boletim Focus. No levantamento divulgado pelo Banco Central as expectativas para o IPCA de 2015 passaram de 8,46% para 8,79%, o que reacende as apostas para um aperto adicional na política monetária, cuja meta hoje se encontra na casa dos 13,75% - esperava-se até pouco tempo atrás um teto de 14,0% mas já se especula uma taxa superior a este patamar até o final deste ano.


Diante da alta nas taxas de juros a reação do mercado de títulos públicos não poderia ser diferente: queda no rendimento dos mesmos no intraday. O Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerrou nesta segunda-feira cotado a R$  2.727,91 na compra (link – acessado em 15-6-15 às 18:18) – queda de -0,74% em relação ao PU de referencia desta sexta-feira, 12 de junho, divulgado pela Anbima.

A grande preocupação gira em torno das expectativas de inflação para 2016 cuja meta estabelecida pela autoridade monetária está em 4,5%. Acredita-se que é dado como certo o contágio nos preços praticados neste ano para a inflação do ano que vem, vide repasses via dissídios salariais e reajustes dos contratos indexados aos índices de preços. 

Diante do comprometimento declarado em cumprir a meta, o Banco Central não vê muitas alternativas senão persegui-la a um alto custo social via medidas “hawkish” (falcão em inglês que significa um tom mais agressivo ou contracionista por meio de maior aperto monetário). Uma revisão na meta é tida como uma medida de “relaxamento” segundo artigo publicado por Vinicius Torres Freire no jornal Folha de São Paulo no dia 14-06-15, o que representaria uma perda de credibilidade na já tão abalada confiança dos investidores em relação a situação econômica e política do país.


Minha avaliação é de que os preços continuarão a pressionar as taxas no curto prazo devido a fatores como reajustes tarifários e uma possível alta do dólar. Entretanto, acredito que a partir de meados de agosto os indicadores de atividade e do setor público poderão nos dar uma idéia mais clara do que esperar para 2016 trazendo consigo, em minha opinião, uma melhora nas expectativas de preços para o próximo ano e, consequentemente, um arrefecimento nas taxas de juros e melhora no rendimento dos títulos públicos ex-Tesouro Selic.

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