sexta-feira, 26 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: COMENTÁRIO MERCADO DE TESOURO IPCA + COM JUROS SEMESTRAIS 2050 (NTNB) – Jun 26th, 2015




Por Carlos Soares Rodrigues,

O mercado de juros futuros reagiu em direções opostas ao longo dos vértices (vencimentos) no dia de hoje. O Conselho Monetário Nacional (CMN), “órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do Sistema Financeiro Nacional”, anunciou na noite de ontem a meta de inflação para 2016 e 2017. Para o ano que vem a meta foi mantida, já para 2017 o limite de tolerância foi reduzido para 1,5% do centro da meta (4,5%) passando dos atuais 2,5%-6,5% para um intervalo de 3,0%-6,0% de IPCA a ser perseguido em 2017.

Com isso o mercado entendeu, e que já vinha especulando nos últimos dias, que poderemos ter um aperto monetário adicional nos próximos anos, leia-se alta na meta Selic, o que justifica a alta nos vértices mais curtos (vencimentos de prazos mais curtos) da curva de juros futuros; mas, com a possibilidade de conseguir êxito na condução do nível de preços para dentro do novo limite, o mercado acabou dando crédito a equipe econômica e precificou uma redução dos juros nos vértices mais longos.

Diante da queda dos juros futuros mais longos, os títulos de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, nesta sexta-feira, a R$ 2.739,31 na compra (link – acessado em 26-6-15 às 18:30).

Reproduzo a avaliação do economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, nesta sexta-feira, para ilustrar o cenário base de queda na inflação que venho prevendo para os próximos meses, cujos impactos serão sentidos nos rendimentos NTN-Bs:

“Foi o excesso de consumo no primeiro mandato da presidenta Dilma, estimulado pela expansão do crédito e pela segurança do emprego, que iniciou a escalada da inflação. Vivemos agora, em toda a sua plenitude, um processo oposto e que vai levar à sua queda. Medo do desemprego, renda em queda e restrições fortíssimas ao endividamento do consumidor são uma combinação perfeita para a redução da demanda privada na economia. (...) Somada a esse efeito temos também a redução dos investimentos e dos gastos do governo. Não há inflação que resista a esse cenário e por isso vai começar a ceder em poucos meses”. (“O ajuste da economia continua forte”, jornal Folha de São Paulo, disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizcarlosmendonca/2015/06/1648005-o-ajuste-da- economia-continua-forte.shtml – acesso feito em 26-06-2015 às 18:39)

Diante disso, e de um possível, e tão aguardado, acordo do Eurogrupo-FMI com a Grécia, espero que as taxas continuem a recuar nas próximas duas sessões - movimento este que pode ser interrompido apenas na quarta-feira. Neste dia teremos divulgação do indicador de empregos nos EUA (Vagas de Trabalho no Setor Privado) que poderá pressionar as taxas caso apresente uma melhora no mercado de trabalho norte-americano sugerindo uma alta nas taxas de juros lá fora e levando a um movimento de vendas nos ativos financeiros por aqui.  

Mas essa avaliação deixarei para meu próximo post, fica por enquanto a expectativa de uma queda nas taxas na próxima sessão e também para o próximo semestre - conforme meu cenário base ilustrado acima.

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