Por Carlos Soares Rodrigues,
Finalmente o imbróglio grego chegou ao fim com o anuncio do
terceiro pacote de ajuda a economia helênica. Além disso, o mercado acionário
chinês não trouxe grandes emoções na sessão de hoje e as projeções de inflação
aqui no Brasil cederam um pouco no último levantamento do Banco Central. Diante
destes fatores as taxas futuras de juros encerraram a sessão desta
segunda-feira praticamente inalteradas.
Em troca da aprovação de novas medidas de austeridade fiscal
pelo seu Parlamento, na próxima quarta-feira, o governo grego obteve um acordo
para a liberação de 85 bilhões de euros. O acordo trouxe uma melhora no humor
dos investidores e contribuiu para que as taxas futuras de juros, vencimento
2021, encerrassem praticamente estáveis nesta segunda-feira (12,61% ante os
12,62% de sexta-feira).
Após as intervenções do governo chinês, o mercado acionário
do gigante asiático voltou a apresentar mais uma sessão de alta (+1,3% Hang
Seng, e +2,38% Shangai) mitigando as preocupações em torno da saúde econômica
do país.
Por aqui tivemos a divulgação do Relatório Focus que apontou
para uma pequena melhora nas expectativas do IPCA para 2016 cuja mediana passou
de 5,45% para 5,44%, afastando a pressão altista nas taxas de juros verificada
nos últimos dias.
Diante disso, os títulos de Tesouro IPCA+ com Juros
Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, nesta segunda-feira, a R$ 2.663,25
na compra (link – acessado em 13/07/2015 às 18:15), ficando estável em relação
ao preço de referencia divulgado pela Anbima (link
– acesso feito dia 13/07/2015 às 18:13), -0,01%.
Entrou no radar dos investidores, nestes últimos dias, a
possibilidade de revisão da meta de superávit primário por parte do governo,
hoje em 1,1% do PIB, para 0,4%, segundo proposto pelo senador do PMDB-RR,
Romero Jucá. Em tese, uma meta menos apertada significaria menores gastos o que
alimentaria a inflação. Contudo, diante do recrudescimento da queda de
atividade no país, a redução do aperto fiscal pode dar algum respiro ao governo
e à atividade econômica brasileira. De qualquer forma, segundo especialista,
seria necessária uma economia de 2,0% do PIB para estabilizar a dívida pública,
mas, como temos visto, temos um longo caminho pela frente para retomarmos a
normalidade do país.
Para esta terça-feira, na minha avaliação, o único indicador
de relevância previsto é a Pesquisa Mensal do Comércio de maio que será
divulgada pelo IBGE por volta das 9:00. As projeções do mercado, segundo o site
br.investing.com, apontam para uma queda de -0,3% em relação a Abr/15 e de
-3,7% em relação a Mai/14 das vendas do comércio varejista brasileiro.
Acredito que este resultado do comércio continuará confirmando a perda de ímpeto
da economia brasileira cujas consequências se refletirão diretamente no emprego
e queda nos índices de preços. Conforme os preços comecem a apresentar algum
arrefecimento, as taxas de juros futuras começarão a recuar trazendo melhores
retornos para os títulos públicos. Portanto, para esta terça-feira, espero que tenhamos um dia de baixa nas taxas futuras de juros e alta nos rendimentos das NTN-Bs em relação ao fechamento de hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário