Por Carlos Soares Rodrigues,
O mercado futuro de juros apresentou um leve recuo no dia de
hoje refletindo, de acordo com meu cenário traçado no post de ontem, a divulgação da Pesquisa Mensal de Comércio. Segundo
noticiado, a melhora no mercado de Treasuries, lá fora, também contribuiu para o alívio na sessão de hoje.
As vendas do comércio varejista brasileiro vieram bem piores
do que era esperado pelo mercado e apresentaram queda de -0,9% em relação a Abr/15
(-0,3% estimados) e de -4,5% ante Mai/14 (-3,7% estimados). Conforme
podemos verificar no gráfico a seguir, apenas registraram crescimento nos volume de vendas em relação ao mesmo mês do ano anterior os segmentos de “Outros Artigos de
Uso Pessoal e Doméstico”, que engloba lojas de departamentos, joalherias,
artigos esportivos e brinquedos, “Equipamentos e Materiais para Escritório, Informática
e Comunicação”, que tem nos computadores, um dos principais itens que compõe a
atividade, e “Artigos Farmacêuticos, Médicos, Ortopédicos, de Perfumaria e Cosméticos”.
Além da piora nas
expectativas em relação ao mercado de trabalho, também contribui para a queda das vendas o forte aumento do endividamento das famílias. Segundo dados do
Banco Central, cerca de 46% da renda das famílias acumulada nos últimos doze
meses estava comprometida com dívidas junto ao Sistema Financeiro Nacional no
mês de abril/2015 – em janeiro/2005 o percentual estava em 18,4%.
Mesmo com essa piora do setor varejista, os títulos de
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, nesta terça-feira,
a R$ 2.660,95 na compra (link
– acessado em 14/07/2015 às 18:25), representando uma ligeira queda de -0,09%
em relação ao fechamento de ontem.
Para esta quarta-feira a agenda externa irá pesar nas
negociações por aqui. Teremos a divulgação da inflação no atacado e indicador
de expectativas (Empire State Manufacturing), em torno das 9:30, produção
industrial, às 10:15, e o Livro Bege, às 15:00 - todos referentes aos EUA. Qualquer sinalização de melhora
da economia norte-americana irá pressionar as taxas de juros para cima. Vale
lembrar que amanhã é o prazo para que a Grécia aprove seis medidas de
austeridade em seu parlamento, em troca do terceiro pacote de ajuda econômica – neste caso acredito que não teremos grandes
surpresas.
Acredito que os indicadores norte-americanos irão apresentar
sinais de retomada no crescimento econômico da maior economia do planeta. Sendo
assim, minha aposta é de que tenhamos um dia de altas nas taxas futuras de
juros, vencimento jan/21, que se refletem nos preços dos títulos objetos deste post.
Nenhum comentário:
Postar um comentário