Por Carlos Soares Rodrigues,
O pronunciamento da presidente do Federal Reserve (Fed),
Janet Yellen, no Congresso norte americano, não trouxe grandes novidades em
torno das expectativas em relação a uma antecipação do aumento das taxas dos
Treasuries e, com isso, a curva mais longa das taxas por aqui recuaram na
sessão de hoje. Tivemos também a divulgação do Livro Bege, nos EUA, e a piora
na arrecadação brasileira cujos efeitos foram secundários nas negociações desta
quarta-feira.
Com o desemprego beirando os menores níveis em sete anos e uma
inflação favorecida pela queda dos preços de energia, a presidente do Fed
afirmou, como noticiado no jornal Valor Econômico, que os “EUA estão no rumo de
ter aumento do juro ainda neste ano”. Vale lembrar que desde o ano passado o
mercado vem esperando por uma alta já no encontro de setembro, ou seja, sem
novidades. O Livro Bege, documento que serve de base para a decisão sobre a
política monetária norte americana, confirmou o cenário de retomada da atividade
da maior economia do planeta.
Enquanto os ares lá fora apontam para um céu de brigadeiro,
por aqui a coisa não anda nada boa. A arrecadação do governo federal no mês de
junho apresentou o pior resultado em 5 anos, atingindo R$ 97,091 bilhões – nos primeiros seis meses a queda chega a -2,87% em comparação ao mesmo período do ano passado, e coloca em dúvida a capacidade do governo
atingir a meta de superávit fiscal neste ano.
Na sessão de hoje, os títulos de Tesouro IPCA+ com Juros
Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, a R$ 2.669,32 na compra (link
– acessado em 15/07/2015 às 19:1 5), representando uma alta de +0,31% em
relação ao fechamento de ontem.
A agenda econômica desta quinta-feira está repleta de
indicadores que, potencialmente, poderão levar a mais uma sessão de alta nas
taxas de juros futuras: IPC-S e IGP-10, aqui no Brasil; e Pedidos de
Auxílio-Desemprego, nos EUA – contrabalançando uma provável aprovação das
medidas de austeridade do parlamento grego para ter acesso ao terceiro pacote
de ajuda. O cenário político e a visita da agencia de riscos Moody’s
incrementam a pressão altista nas taxas nos próximos dias. Diante disso, minha avaliação é de que tenhamos uma sessão de alta nas taxas nesta quinta-feira.
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