Por Carlos Soares Rodrigues,
O cenário de alta nas taxas de juros futuras traçado no post de ontem se confirmou na sessão
desta quinta-feira. Os dados de inflação divulgados pela manhã continuaram
apontando para um cenário pressionado, ainda que em menor intensidade em
relação às perspectivas para os próximos meses. No exterior tivemos a aprovação
das medidas de austeridade do parlamento grego e a divulgação do número de
pedidos de seguro desemprego nos EUA.
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) referente a
segunda quadrissemana de julho, divulgado pela FGV, registrou alta de +0,72% em
relação a quadrissemana anterior, pressionado, principalmente, pelos aumentos
na tarifa de energia elétrica e preços de legumes e hortaliças. Também
divulgado pela FGV, o IGP-10 apresentou alta de +0,75% impactado,
principalmente, pelo aumento nos preços das matérias-primas. De acordo com o
superintendente adjunto de inflação do IBRE/FGV, Salomão Quadros, os preços
destes itens tendem a se arrefecer nos próximos meses devido a projeção de
safra recorde prevista para este ano no Brasil.
Segundo dados Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, o
número de trabalhadores que solicitaram o seguro-desemprego na economia yankee recuou de 296 mil na penúltima
semana para 281 mil. De acordo com o jornal Valor Econômico, os dados abaixo de
300 mil representam uma solidez no mercado de trabalho norte-americano, o que,
na minha avaliação, resultou num dia de alta nas taxas dos Treasuries – pressionando as taxas de juros por aqui também. A aprovação das medidas de austeridade pelo parlamento grego teve efeito secundário no mercado de juros no dia de hoje.
Mesmo assim os
títulos de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, a
R$ 2.677,72 na compra (link
– acessado em 16/07/2015 às 18:15), representando uma alta de +0,31% em relação
ao fechamento de ontem.
Para amanhã teremos a divulgação da inflação ao consumidor
nos EUA que, na minha opinião, juntamente com o noticiário político e da visita
da agência de risco, Moody’s, aqui no Brasil, poderá trazer a mais um dia de
alta nas taxas de juros e queda nas cotações dos títulos do Tesouro Direto.
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