Por Carlos Soares Rodrigues,
A ligeira melhora apresentada no começo desta semana, após a
volta do feriado, foi apenas uma passageira e ilusória calmaria no meio do olho do furacão. A
Tempestade Perfeita ganhou força já ontem a noite com a perda do grau de investimentos pela
agência Standard & Poors. Caso mais uma agência de classificação de risco
(Fitch ou Moody’s) retire sua recomendação, o movimento de fuga de capitais se
inicia levando consigo a cotação do dólar e taxa de juros à estratosfera.
Os títulos de Tesouro IPCA + com Juros
Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, a R$ 2.214,50 PU Anbima (link – atualizado em:
10-09-2015 19:20), representando uma queda de -1,35% em relação ao fechamento
anterior.
Apesar da melhora do IPCA, para os próximos dias teremos a
decisão do Fomc (Banco Central dos EUA) que, nas expectativas do mercado, irá
elevar as taxas dos Treasuries (taxa básica de juros). Com isso, outro
ingrediente se acrescenta para intensificar o turbilhão vivido nos ares
tupiniquins. Minha avaliação, deste modo, é de que teremos novas rodadas de
altas nas taxas futuras de juros.
MINHA AVALIAÇÃO PARA
OS PRÓXIMOS MESES
A perda do grau de investimentos e o latente desalinho do
governo em reverter os quadros fiscais, político e econômico levaram-me a mudar
de opinião. Não vejo perspectivas de melhora no nível de atividade econômica
brasileira e, consequentemente, a restauração das contas públicas no próximo
ano. Ao meu ver, apenas as vendas ao exterior se apresentam como sendo a única
alternativa viável de retomada na demanda agregada, pois os gastos públicos e o
consumo das famílias ainda enfrentarão um penoso caminho de desalavancagem
(redução do endividamento). A iniciativa privada, diante da queda do consumo
interno, possibilidade de alta dos impostos (para financiar o crescente déficit
público) e impasses regulatórios (vide perda da credibilidade após as
sucessivas intervenções nos últimos anos, além das propostas pouco atrativas e
arriscadas das concessões). A alta nos custos de captação de recursos, com a
perda do selo de bom pagador, afastará mais uma fonte de recursos tão
necessária para os investimentos: fundos de investimentos e de pensão do
exterior, cujas regras estabelecem restrições para o acesso a países
classificados como junk (lixo).
Portanto minhas expectativas são de que a necessidade de financiamento da
dívida (alta de impostos) e encarecimento para se produzir (crédito, tributos e
custo da matéria prima importada/dólar) resultarão numa pressão inflacionária
e, consequentemente, na alta nas taxas de juros com impactos diretos nas Notas
do Tesouro Nacional. Para o investidor menos avesso ao risco fica a
recomendação em Tesouro Selic (antiga LFT).
RETORNO DOS TÍTULOS
PÚBLICOS
Segue abaixo o retorno dos títulos fornecido pelo Tesouro
Direto - também disponíveis no link
(para melhor visualização clique sobre a imagem).
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