quinta-feira, 10 de setembro de 2015

TESOURO DIRETO: COMENTÁRIO MERCADO DE TESOURO IPCA + COM JUROS SEMESTRAIS 2050 (NTNB) – Set 10, 2015



Por Carlos Soares Rodrigues,

A ligeira melhora apresentada no começo desta semana, após a volta do feriado, foi apenas uma passageira e ilusória calmaria no meio do olho do furacão. A Tempestade Perfeita ganhou força já ontem a noite com a perda do grau de investimentos pela agência Standard & Poors. Caso mais uma agência de classificação de risco (Fitch ou Moody’s) retire sua recomendação, o movimento de fuga de capitais se inicia levando consigo a cotação do dólar e taxa de juros à estratosfera.

Os títulos de Tesouro IPCA + com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, a R$ 2.214,50 PU Anbima (link – atualizado em: 10-09-2015 19:20), representando uma queda de -1,35% em relação ao fechamento anterior.

Apesar da melhora do IPCA, para os próximos dias teremos a decisão do Fomc (Banco Central dos EUA) que, nas expectativas do mercado, irá elevar as taxas dos Treasuries (taxa básica de juros). Com isso, outro ingrediente se acrescenta para intensificar o turbilhão vivido nos ares tupiniquins. Minha avaliação, deste modo, é de que teremos novas rodadas de altas nas taxas futuras de juros.

MINHA AVALIAÇÃO PARA OS PRÓXIMOS MESES

A perda do grau de investimentos e o latente desalinho do governo em reverter os quadros fiscais, político e econômico levaram-me a mudar de opinião. Não vejo perspectivas de melhora no nível de atividade econômica brasileira e, consequentemente, a restauração das contas públicas no próximo ano. Ao meu ver, apenas as vendas ao exterior se apresentam como sendo a única alternativa viável de retomada na demanda agregada, pois os gastos públicos e o consumo das famílias ainda enfrentarão um penoso caminho de desalavancagem (redução do endividamento). A iniciativa privada, diante da queda do consumo interno, possibilidade de alta dos impostos (para financiar o crescente déficit público) e impasses regulatórios (vide perda da credibilidade após as sucessivas intervenções nos últimos anos, além das propostas pouco atrativas e arriscadas das concessões). A alta nos custos de captação de recursos, com a perda do selo de bom pagador, afastará mais uma fonte de recursos tão necessária para os investimentos: fundos de investimentos e de pensão do exterior, cujas regras estabelecem restrições para o acesso a países classificados como junk (lixo). Portanto minhas expectativas são de que a necessidade de financiamento da dívida (alta de impostos) e encarecimento para se produzir (crédito, tributos e custo da matéria prima importada/dólar) resultarão numa pressão inflacionária e, consequentemente, na alta nas taxas de juros com impactos diretos nas Notas do Tesouro Nacional. Para o investidor menos avesso ao risco fica a recomendação em Tesouro Selic (antiga LFT).

RETORNO DOS TÍTULOS PÚBLICOS

Segue abaixo o retorno dos títulos fornecido pelo Tesouro Direto - também disponíveis no link (para melhor visualização clique sobre a imagem).


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