Por Carlos Soares Rodrigues,
Na expectativa do anúncio de medidas concretas para reverter
a deterioração das contas públicas, o mercado de juros apresentou uma sessão de
quedas nesta sexta-feira.
Diante disso, os títulos de Tesouro IPCA + com Juros
Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, a R$ 2.234,87 na compra (link
– atualizado em: 11-09-2015 18:24), representando uma alta de 0,92% em relação
ao fechamento anterior.
Para a próxima semana teremos a decisão do Fomc (Banco
Central dos EUA) que, nas expectativas do mercado, irá elevar as taxas dos Treasuries (taxa básica de juros). Com
isso, outro ingrediente se acrescenta para intensificar o turbilhão vivido nos
ares tupiniquim, exceto se o governo apresentar uma proposta de corte de gastos
fidedigna para o reestabelecimento da confiança dos investidores e retomada do
equilíbrio das contas públicas.
MINHA AVALIAÇÃO PARA
OS PRÓXIMOS MESES
A perda do grau de investimentos e o latente desalinho do
governo em reverter os quadros fiscais, político e econômico levaram-me a mudar
de opinião. Não vejo perspectivas de melhora no nível de atividade econômica
brasileira e, consequentemente, a restauração das contas públicas no próximo
ano. Ao meu ver, apenas as vendas ao exterior se apresentam como sendo a única
alternativa viável de retomada na demanda agregada, pois os gastos públicos e o
consumo das famílias ainda enfrentarão um penoso caminho de desalavancagem
(redução do endividamento). A iniciativa privada, diante da queda do consumo
interno, possibilidade de alta dos impostos (para financiar o crescente déficit
público) e impasses regulatórios (vide perda da credibilidade após as sucessivas
intervenções nos últimos anos, propostas pouco atrativas e arriscadas das
concessões). A alta nos custos de captação de recursos, com a perda do selo de
bom pagador, afastará mais uma fonte de recursos tão necessária para os
investimentos: fundos de investimentos e de pensão do exterior, cujas regras
estabelecem restrições para o acesso a países classificados como junk (lixo). Portanto minhas
expectativas são de que a necessidade de financiamento da dívida (alta de
impostos) e encarecimento para se produzir (crédito, tributos e custo da
matéria prima importada/dólar) resultarão numa pressão inflacionária e,
consequentemente, na alta nas taxas de juros com impactos diretos nas Notas do
Tesouro Nacional. Para o investidor menos avesso ao risco fica a recomendação
em Tesouro Selic (antiga LFT).
RETORNO DOS TÍTULOS
PÚBLICOS
Segue abaixo o retorno dos títulos fornecido pelo Tesouro
Direto - também disponíveis no link
(para melhor visualização clique sobre a imagem).
Nenhum comentário:
Postar um comentário