
Por Carlos Soares, CNPI
Confirmando meu cenário traçado nos últimos dias, o mercado de juros encerrou a sessão desta quarta-feira (11) em alta em meio aos temores de um recrudescimento da guerra comercial envolvendo os EUA e a China. Os impactos de uma guerra comercial envolvendo as duas potências pode ser desastroso para a retomada da economia mundial. Dentre os possíveis efeitos pode-se destacar a elevação de tarifas às importações de matérias-primas utilizadas na indústria cujos impactos poderão ser sentidos ao longo do tempo no custo de produção que poderão ser repassados nos preços finais destes produtos junto aos consumidores, ou seja, alta na inflação. Uma alta na inflação, notadamente nos EUA, forçaria o Banco Central norte americano (Federal Reserve) a intensificar o (já iniciado) processo de elevação da taxa de juros no país, o que tornaria os títulos de sua dívida soberana - equivalente ao Tesouro Direto deles, também conhecidos por Treasuries - mais atrativos em comparação aos investimentos em outros países. Além disso, a possibilidade de perda de mercado para alguns produtos norte-americanos, diante da retaliação chinesa em resposta às empreitadas de Trump, pode resultar na queda das vendas de setores da industria norte-americana forçando, portanto, a redução na produção local o que levaria ao círculo vicioso de demissões e queda na atividade econômica. Estas preocupações com o cenário externo mais incerto resultaram claramente num movimento global de migração de fluxos de investimentos dos investidores mundiais para ativos mais seguros, como os Treasuries - movimento também conhecido por "voo para a qualidade" ou "flight to quality", na sigla em inglês. Este movimento tem feito, desde o início do ano, com que a demanda por dólares resultasse na alta da divisa norte-americana em relação ao real (diga-se de passagem em relação a outras moedas emergentes também como o rand sul africano, peso mexicano, etc) puxando para cima os juros futuros negociados na Bolsa. Como dito nos últimos posts, estes juros servem de referência para os rendimentos e preços praticados nas negociações dos títulos negociados no Tesouro Direto.
Já na sessão desta quinta-feira (12), além das tensões comerciais envolvendo os EUA e a China, as atenções devem se voltar para a divulgação dos dados de inflação de junho nos EUA que será conhecido às 9h30 cujas expectativas projetam um avanço de 0,2% em relação ao mês de maio.
Diante disso, sigo vislumbrando cautela em relação aos títulos indexados ao IPCA e prefixados negociados no Tesouro Direto, especialmente aqueles que com vencimento mais distante, que devem sofrer maiores variações nos preços por conta das incertezas domésticas (vide Morning Call desta quarta-feira) e do cada vez mais desafiador cenário externo.
Bom dia e bons negócios!
Já na sessão desta quinta-feira (12), além das tensões comerciais envolvendo os EUA e a China, as atenções devem se voltar para a divulgação dos dados de inflação de junho nos EUA que será conhecido às 9h30 cujas expectativas projetam um avanço de 0,2% em relação ao mês de maio.
Diante disso, sigo vislumbrando cautela em relação aos títulos indexados ao IPCA e prefixados negociados no Tesouro Direto, especialmente aqueles que com vencimento mais distante, que devem sofrer maiores variações nos preços por conta das incertezas domésticas (vide Morning Call desta quarta-feira) e do cada vez mais desafiador cenário externo.
Bom dia e bons negócios!
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