As taxas de juros projetadas para os próximos meses permaneceram superiores aos patamares verificados no mês de dezembro, mas ficaram praticamente estáveis em relação a semana anterior. A piora do cenário inflacionário e a confirmação da elevação da taxa Selic pesaram para a continuidade dos juros nestes patamares.
De acordo com o Banco Central, a divulgação do Relatório de Inflação e a alta na expectativa do IPCA - que vem piorando nas últimas semanas - têm levado os agentes econômicos a apostar no processo de alta nas taxas de juros para os próximos meses. A elevação nas taxas de juros tem como resultado conter o aquecimento da atividade na economia e reduzir o consumo da população. Reduzindo o consumo a indústria se vê forçada a conter a alta dos preços – já pressionada pelos aumentos dos itens de alimentação, transportes e educação - como forma de manter suas vendas no mercado interno.
Contudo a decisão do Comitê de Políticas Monetárias do Banco Central, COPOM, de elevar a taxa Selic para 11,25% manteve as expectativas estáveis em relação ao fechamento da semana anterior – conforme o gráfico a seguir. A autoridade monetária deixou claro em seu comunicado que não medirá esforços para conter o aumento dos preços na economia decorrente do cenário de crescimento na demanda superior ao da oferta. Para conter esse aumento inflacionário o banco central brasileiro se utilizará de instrumentos, como a elevação da taxa de juros, para frear o aquecimento do crédito e, conseqüentemente, a expansão na demanda interna.
De acordo com o Banco Central, o início do “processo de ajustes da taxa básica de juros, cujos efeitos, somados aos de ações macroprudenciais, contribuirão para que a inflação convirja para a trajetória de metas” - comunicado divulgado após a reunião do COPOM. Espera-se que com esse processo de ajustes as taxas de juros futuras não sofram grandes alterações nas próximas semanas – conforme já observado na última semana.
Referência Bibliográfica
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Nota Técnica sobre a Circular nº 2.972, de 23 de março de 2000.
__________________. Focus – Relatório de Mercado.
Disponível em: http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/readout.asp
__________________. Relatório de Inflação. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/?RELINF
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education, 2004, 3ª edição.
BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS. Taxas Referenciais BM&F. Disponível em: http://www2.bmf.com.br/pages/portal/portal/boletim1/TxRef1.asp
BRADESCO. Boletim Diário Matinal de 21/01/2011. Economia em Dia - disponível em: http://www.economiaemdia.com.br/
CARVALHO, Fernando J. Cardim de; [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.
DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.
MANKIW, Gregory. Macroeconomia. 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
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