quinta-feira, 3 de março de 2011

10 motivos para acreditarmos que teremos um excelente 2011 para investir

Por Marcos Elias - EMPIRICUS

1º) Estão todos perdidos ainda e já se passaram dois meses. A maioria dos investidores está amargando prejuízo no ano, e teve um 2010 ruim. E a bolsa, my friend, é A caixa de surpresa. Decifra-me ou devoro-te! Quando há guerra no horizonte, crise na Europa e EUA, inflação no Brasil, associada à ideia de início de “exaustão” de crescimento, é aí que a bolsa nos pega no contra-pé e voa 30%-40% em 4-5 meses, destruindo assets e reputações. É lógico que depois virão as devidas explicações, belíssimas, mas será tarde demais para você. Se você ainda não entendeu, a bolsa está contra você, quer te enganar, te ludibriar, te morder na nuca como uma serpente. Neste exato momento, ela está ensaiando o bote. É preciso intuição, é preciso silêncio para sentir o cheiro deste bote!

2º) Este é o ano de recuperação nos EUA, não importando o quão trapalhão com as palavras seja The Helicopter Ben. A política monetária permanecerá tal de forma a que continue a subsidiar a recuperação econômica, a despeito das perspectivas de inflação. OS EUA crescerão 4% ou mais neste ano, eventualmente melhor do que o Brasil;

3º) O problema europeu está resolvido: 20 anos de ajustes e sofrimentos aos PIGS e crescimento, como um todo, meramente modesto. O Euro não vai se desintegrar. Uma Portugal da vida não vai se recuperar em menos de uma ou duas décadas. Sem surpresas, e essa questão já está “na conta” de todos os bancos mundiais e FMIs da vida. Entretanto, a Europa ainda busca rejuvenecer-se a partir de seus empresários de tecnologia. Há 10 anos, internet/hi-tech companies eram americanas e ponto. Mas os jovens europeus já cansaram dos pubs e, inspirados pela Skype e pela crise, estão buscando transformar educação em empresa de tecnologia sendo IPOed. Isso foi capa da Wired, e pode salvar a Europa;

4º) Em dois meses já pode-se perceber que a Dilma tem força (inclusive para barrar um mínimo mais alto, e deixar o PSDB em situação ridícula: PSDB descanse em paz!) e sensibilidade política. Vejam as nomeações de ministros e assessores: todas acertadas, e discretas. Ela tem ampla confiança no Palocci, que na minha opinião é um gênio! Gênio! E a “batatinha” do Sr. Mantega, a Madga do Governo, ex-professor particular de economia do Lula (única coisa importante que fez na vida), já assou: não me estranharia se em uma questão de dias ele caísse: chega de Forrest Gumpismo no Governo!

5º) Este ano o Corinthians está fora de todos os torneios importantes. E venho observando uma correlação (correlação não é causa!) perfeitamente negativa entre os fracassos do Corinthians e a pujança econômica. É como se Deus quisesse sempre me dar uma alegria. Ou se sempre insistisse em uma tristeza. Mas desde que ouço do rádio do meu pai – aos domingos – as façanhas do Coringão, narradas por Fiori Giglioti, já em meados de 70, eu sabia: se ele ganhar, eu vou me ferrar na escola, e vice-versa. São mais de 30 anos de correlação. E sempre funciona. Aliás, quando a esquadra corinthiana contava com Ricardinho, Gil, Vampeta, Marcelinho e Rincón, já – de imediato – pedi para a Jô que apertasse o cintos e passasse a fazer compras no sacolão;

6º) Esqueça as questões relativas ao Oriente Médio e África do Magreb. O Hamas, Hezbollah e Al-Qaeda só estão aproveitando a crise nos EUA e Europa para tentar mudar o jogo político na região. Sairão ditadores, entrarão outros ditadores, e a democracia nunca será uma realidade nos países árabes. Não é da cultura árabe, é uma mera invenção ocidental essa tal de democracia. Vai acontecer que o preço do petróleo vai explodir, mas então, e por conta do bom desempenho futuro da bolsa, dirão aquela velha e famosa frase de que “o PIB dos países desenvolvidos não depende do petróleo assim como o era em 1950, sendo que agora são os serviços, o capital e a inteligência que propulsionam o crescimento”. Nesta vibe, ainda melhor para Petro, HRT e OGX. Há que se fazer o ano em cima destas beldades;

7º) Eu não tenho tido mais dores lombares, que são prenúncio inequívoco de desastre na bolsa. As minhas costas também estão em bom estado. Isso quer dizer que teremos um ano bom, sem dúvidas, embora alguns possam eventualmente contestar o valor científico da afirmação. E, quem me conhece, sabe: tenho andado calmo e tranquilo. Em ano de crise, estou sempre agitado, como um galo que cacareja pressentindo o amanhecer;

8º) Sempre quando o São Paulo revela um craque, o mercado desaba. É mandinga de são-paulino, que na verdade curte mesmo a Copa Davis, e não trabalha no mercado, mas em agência de publicidade. Em 1994, quando nos apresentaram o impressionante Juninho Paulista, bum!, Crise do México. Em 1997, os Tigres Asiáticos tiveram um azar enorme com os mais de 50 gols do Dodô-maravilha. Em 1999, havia o Vagner, o volante, que só jogou bem aquele ano na sua vida toda, mas que, tenho certeza, deflagrou a desvalorização do Real (o Gustavo Franco deu uma ajudazinha). Em 2001, em parceria com Osama Bin Laden, tivemos o explosivo Kaká. Em 2002, Luís Fabiano arrebentou com a nossa economia, e levou a economia argentina para o buraco também, por mero patriotismo. Em 2008, Hernanes acabou com a Lehman. E, em 2011, o São Paulo não tem nenhuma revelação para nos oferecer (o Lucas não vale porque pertence em menos de 20% ao São Paulo e, com essa participação, não dispara a poison pill). Ufa! A bolsa vai que vai, e o Santos será o grande campeão;

9º) Acabamos de trocar o sistema de telefonia dos nossos escritórios. Da última vez que o fizemos foi em 2003, quando a bolsa logrou subir quase 100%;

10º) Estamos há quase 3 anos de lado na bolsa. Lembremos que a bolsa é um concurso de beleza, e uma interação social. Ninguém aguenta tanto tempo de celibato!

Pois, como diria o Grande Ralph Waldo Emerson:

“Homens ocos acreditam na sorte. E os fortes na causa-e-efeito”. Eu acredito na sorte que tenho quando as causas não me afetam!

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