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quinta-feira, 19 de abril de 2012
Mercados de taxa de juros – 19/04/2012
Por Carlos Soares Rodrigues,
Copom e indicadores ruins derrubam os juros futuros no dia de hoje.
Após o encontro realizado ontem, o Copom sinalizou que promoverá mais cortes na Selic. A sinalização foi dada ao afirmar no comunicado que dará “seguimento ao processo de ajuste”. Entretanto, analistas e economistas afirmam que será necessário aguardar a Ata do Comitê de Política Monetária, a ser divulgada dia 25, para que se possa traçar um cenário mais consistente em relação a futuros cortes na Selic.
Apesar dos leilões bem sucedidos dos títulos da Espanha e França o cenário externo continua ruim. A divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego, do índice de atividade regional do Fed da Filadélfia e as vendas de moradias usadas nos Estados Unidos também desagradaram o mercado no dia de hoje.
Até o dia 14 de abril foram registrados 386 mil pedidos de auxílio-desemprego na economia norte americana. O resultado veio acima dos 370 mil projetados pelo mercado e sinaliza para uma piora no mercado de trabalho dos EUA.
O índice de atividade regional do Fed da Filadélfia foi de 8,5 no mês de abril e veio bem abaixo das expectativas do mercado que era em torno de 11,7/12,0. O resultado indica uma piora na atividade, pois quanto mais baixo for o indicador, menor será o crescimento econômico do país.
Outro indicador norte americano que veio bem abaixo das expectativas do mercado foi o de vendas de moradias usadas no mês de março. As estimativas apontavam para uma alta mensal de 0,7 por cento, mas o resultado foi de queda de 2,6 por cento e derrubou os mercados no dia de hoje.
Internamente tivemos no dia de ontem a divulgação, pela Fenabrave,das vendas de veículos que caíram 1 por cento na primeira quinzena de abril em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi impactado, segundo o jornal Folha de São Paulo, pela maior rigidez na concessão de financiamentos para a compra de veículos. O aumento na rigidez, por sua vez, se deu por conta da elevação na inadimplência no setor que, ainda segundo a Folha, atingiu o nível recorde de 5,2 por cento e levou os bancos a restringir novas concessões para mitigar seus prejuízos.
Deste modo, tanto no âmbito interno, quanto no externo, o cenário para as taxas de juros para os próximos dias passou a ser de baixa, pois um desaquecimento no nível de atividade pode levar o Banco Central a realizar maiores cortes na Selic para impedir que a queda no crescimento econômico eleve o desemprego no país.
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