quarta-feira, 23 de maio de 2012

Mercados de taxa de juros – 23/05/2012


Por Carlos Soares Rodrigues,

SÃO PAULO - 23 de maio: Dólar em queda, indicador de inflação mais comedido e cenário externo sem dar sinais de melhora derrubaram as taxas futuras de juros hoje.

O terceiro leilão de swap em dois dias ajudou a reverter o movimento de alta da moeda norte-americana e trouxe consigo um maior alívio nas expectativas de inflação para os próximos meses, uma vez que com a queda da cotação os produtos importados se tornam mais baratos e contribuem para conter a alta dos preços em nosso mercado.

Por falar em preços, tivemos a divulgação do IPC-S referente a quadrissemana encerrada no dia 22 de maio, que registrou alta de 0,50 por cento – abaixo do 0,55 por cento apurado no levantamento anterior.

Nota-se pelo gráfico abaixo que o grupo Despesas Diversas começa a dar sinais de perda de fôlego, o que poderá contribuir para a convergência do IPCA ao centro da meta do governo, hoje em 4,5 por cento ao ano.


O pessimismo lá fora também terá um importante papel na convergência da inflação nos próximos meses. Além da possível saída da Grécia na Zona do Euro, hoje tivemos a divulgação do resultado da balança comercial japonesa, cujas exportações vieram abaixo do esperado no mês de abril (alta de 7,9 por cento – ante a estimativa de 11,8 por cento). Isso reflete uma provável, pra não dizer certa, freada do crescimento da economia mundial.

A desaceleração econômica fará com que os preços das commodities diminuam, permitindo, assim, a queda nos preços e, como conseqüência, abrindo espaço para maiores baixas nas taxas de juros.




segunda-feira, 14 de maio de 2012

Mercados de taxa de juros – 14/05/2012


Por Carlos Soares Rodrigues,

SÃO PAULO - 14 de maio: Queda nas expectativas de inflação e piora no cenário externo derrubam os juros futuros no dia de hoje.

O mercado reduziu a projeção da Selic para 2012 em 8,0 por cento. O resultado veio abaixo dos 8,5 por cento estimados no último levantamento. Dentre os fatores que contribuíram para a queda das taxas estão a piora do cenário externo e as declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que reafirmou a necessidade da autoridade monetária ter que reduzir os juros nos próximos encontros.

Por falar em piora externa, tivemos na manhã de hoje a divulgação da produção industrial da zona do Euro que registrou queda de 0,3 por cento no mês de março em relação ao mês anterior. O resultado apenas contribuiu para a piorar o humor do mercado já abalado pelos boatos de uma possível saída da Grécia do bloco econômico.

As eleições regionais na Alemanha apontaram para o enfraquecimento da primeira ministra, Angela Merkel, cujo partido foi derrotado na principal região do país.

Na China o corte do compulsório bancário que foi, segundo a Bloomberg, o terceiro consecutivo em seis meses está derrubando os preços das commodities. A medida veio após a queda, acima do esperado, na produção industrial, nos empréstimos e nas vendas no varejo do país.

O cenário externo recessivo, portanto, está contribuindo para a redução das expectativas de inflação aqui no Brasil e isso tem colaborado para as sucessivas quedas nas taxas de juros futuras em nosso mercado.




segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mercados de taxa de juros – 07/05/2012


Por Carlos Soares Rodrigues,

SÃO PAULO - 07 de maio: Já não bastasse a pressão baixista após a mudança das regras de remuneração da caderneta de poupança, agora o cenário externo volta a entrar em cena e faz com que os juros futuros recuem no dia de hoje.

Na Europa, apesar do bom resultado dos pedidos às indústrias alemãs, as eleições na França e Grécia preocupam o mercado no dia de hoje. A indústria alemã registrou uma alta de 2,2 por cento em seus pedidos em março em relação a fevereiro – acima da estimativa de alta de 0,5 por cento apurada pela Bloomberg. Contudo, a vitória de François Hollande, na França, traz preocupações em torno do futuro da zona do euro. Primeiro socialista a assumir o governo francês em 17 anos, Hollande prometeu aumentar os gastos e adiar os esforços de redução do déficit público o que pode representar, no médio e longo prazo, uma deterioração da capacidade do país honrar seus compromissos junto aos credores. Na Grécia, a derrota neste domingo dos partidos favoráveis a austeridade fiscal abre espaço para mais uma rodada de frisson nos mercados de dívidas.

O pessimismo lá fora faz com que as expectativas em torno do nível de atividade piorem, o que reduz os preços das commodities e abre espaço para uma inflação menor sem que ocorra pressão nas taxas de juros.

No Brasil a produção de veículos divulgada pela Anfavea referente ao mês de abril recuou para 260.825 unidades – ante os 308.494 registrados em março. Já o número de vendas também apresentou redução em relação ao fechamento do primeiro trimestre ao registrar o montante de 257.885 unidades comercializadas – ante 300.574 no mês de março.

Diante desse resultado fica claro que o nível de atividade da economia brasileira está com menos ímpeto o que também permite maiores cortes nas taxas de juros nos próximos meses.

Focus apontando IPCA em 5,12 por cento em 2012 o que, segundo espera o governo, abre espaço para uma Selic entre 7 e 7,5 por cento até o final do ano. Entretanto, conforme podemos verificar no gráfico abaixo, a inflação implícita aponta para a necessidade de elevação nos juros no longo prazo.


Com a expectativa de inflação no longo prazo em torno de 6,00 por cento o mercado continua operando com os juros na casa dos 8,00 por cento – dentro da meta de 2,00 de juros reais explicitada pelo governo.




sexta-feira, 4 de maio de 2012

Mercados de taxa de juros – 04/05/2012


Por Carlos Soares Rodrigues,

SÃO PAULO - 04 de maio: Conforme dito no post de ontem foi anunciada a mudança nas regras da caderneta de poupança e com a alteração no calculo de remuneração os juros futuros operam em forte queda no dia de hoje.

Os depósitos realizados a partir de hoje na caderneta de poupança passarão a render 70 por cento da Selic mais TR quando a taxa básica de juros estiver em 8,5 por cento ou menos. A mudança abre espaço para maiores cortes nos juros uma vez que foi afastado o risco dos recursos de outras aplicações migrarem para esta modalidade.

Lá fora o cenário também contribui para o movimento de baixa nos juros futuros. Apesar do recuo da taxa de desemprego norte americana que passou de 8,2 para 8,1 por cento, a geração de novos postos de trabalho no setor privado veio muito abaixo das expectativas do mercado – 130.000 vagas criadas contra uma estimativa de 160.000/165.000 postos.

Na Europa prevalecem as expectativas em torno da sucessão presidencial na França e na Grécia, cujas eleições ocorrerão no próximo domingo. Em ambos os países as pesquisas apontam vitória para os candidatos de oposição, colocando em risco os acordos de ajustes fiscais para a estabilização da economia européia.

Diante do cenário menos animador e de maior risco, a bolsa de mercadorias de Chicago, CME, elevou a margem de garantia exigida para negociação dos contratos futuros. Há rumores também de que o governo chinês adotará medidas para reduzir os depósitos compulsórios como forma de estimular novamente seu crescimento econômico.

Portanto, com o cenário externo recessivo e com o governo brasileiro querendo buscar uma meta de 2 por cento de juro real em nosso país, acredito que as taxas de juros continuarão com o movimento de baixa nos próximos dias e que daqui para frente as taxas fiquem ainda mais balizadas em torno das expectativas de inflação.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Mercados de taxa de juros – 03/05/2012

Por Carlos Soares Rodrigues, SÃO PAULO - 03 de maio: Na expectativa do anuncio da mudanças na regra de calculo da caderneta de poupança, o mercado de juros operam em baixa no dia de hoje. O governo irá anunciar no dia de hoje a mudança na regra da caderneta de poupança. Espera-se que os rendimentos passem a ser atrelados a taxa Selic e para aplicações acima de R$ 50 mil o percentual será entre 70-80% da taxa básica de juros. Com isso, abre espaço para que o Banco Central continue reduzindo as taxas de juros como forma de estimular o crescimento econômico, cujos resultados apresentados a pouco apontam para uma estabilização no nível de atividade – a produção brasileira apresentou queda de 0,5 por cento em relação a fevereiro e 2,1 por cento na comparação com o mês de março de 2011. Os preços também estão apresentando um comportamento mais comedido e o IPC-S da quadrissemana encerrada no último dia 30 registrou alta de 0,52 por cento, segundo a FGV. Os grupos Despesas Diversas, Saúde e Cuidados Pessoais e Comunicação foram os que mais pressionaram no último levantamento. Estes, por sua vez, foram impactados pelos itens: cigarros, medicamentos em geral e tarifa de telefone residencial.
Já no front externo, dados desanimadores de emprego nos Estados Unidos também colaboram para a queda nas taxas de juros. Além de aliviar a pressão sobre os preços, a queda no nível de atividade lá fora força a autoridade monetária norte-americana adotar medidas para ativar sua economia e, com isso, podendo causar um afluxo de dólares para o nosso país, e obrigando o Banco Central brasileiro cortar ainda mais os juros para conter a valorização do real de modo a proteger nossa indústria e emprego.