segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mercados de taxa de juros – 07/05/2012


Por Carlos Soares Rodrigues,

SÃO PAULO - 07 de maio: Já não bastasse a pressão baixista após a mudança das regras de remuneração da caderneta de poupança, agora o cenário externo volta a entrar em cena e faz com que os juros futuros recuem no dia de hoje.

Na Europa, apesar do bom resultado dos pedidos às indústrias alemãs, as eleições na França e Grécia preocupam o mercado no dia de hoje. A indústria alemã registrou uma alta de 2,2 por cento em seus pedidos em março em relação a fevereiro – acima da estimativa de alta de 0,5 por cento apurada pela Bloomberg. Contudo, a vitória de François Hollande, na França, traz preocupações em torno do futuro da zona do euro. Primeiro socialista a assumir o governo francês em 17 anos, Hollande prometeu aumentar os gastos e adiar os esforços de redução do déficit público o que pode representar, no médio e longo prazo, uma deterioração da capacidade do país honrar seus compromissos junto aos credores. Na Grécia, a derrota neste domingo dos partidos favoráveis a austeridade fiscal abre espaço para mais uma rodada de frisson nos mercados de dívidas.

O pessimismo lá fora faz com que as expectativas em torno do nível de atividade piorem, o que reduz os preços das commodities e abre espaço para uma inflação menor sem que ocorra pressão nas taxas de juros.

No Brasil a produção de veículos divulgada pela Anfavea referente ao mês de abril recuou para 260.825 unidades – ante os 308.494 registrados em março. Já o número de vendas também apresentou redução em relação ao fechamento do primeiro trimestre ao registrar o montante de 257.885 unidades comercializadas – ante 300.574 no mês de março.

Diante desse resultado fica claro que o nível de atividade da economia brasileira está com menos ímpeto o que também permite maiores cortes nas taxas de juros nos próximos meses.

Focus apontando IPCA em 5,12 por cento em 2012 o que, segundo espera o governo, abre espaço para uma Selic entre 7 e 7,5 por cento até o final do ano. Entretanto, conforme podemos verificar no gráfico abaixo, a inflação implícita aponta para a necessidade de elevação nos juros no longo prazo.


Com a expectativa de inflação no longo prazo em torno de 6,00 por cento o mercado continua operando com os juros na casa dos 8,00 por cento – dentro da meta de 2,00 de juros reais explicitada pelo governo.




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