quinta-feira, 27 de agosto de 2015

TESOURO DIRETO: COMENTÁRIO MERCADO DE TESOURO IPCA + COM JUROS SEMESTRAIS 2050 (NTNB) – Ago 27, 2015




Por Carlos Soares Rodrigues,

Apesar da ligeira queda nos vértices mais longos das taxas futuras o noticiário econômico foi carregado e trouxe uma pressão adicional para a alta das taxas nos próximos dias.

O Departamento de Comércio dos EUA informou que a maior economia do planeta registrou um forte crescimento de 3,7% (anualizado) no 2T15. De acordo com o órgão a renda das famílias foi o principal propulsor da atividade econômica e foi beneficiada pela melhora do mercado de trabalho, queda nos preços de energia e recuperação do mercado imobiliário (alta nos preços das moradias). Por outro lado, foi demonstrada uma certa preocupação em relação aos estoques das indústrias que poderão reduzir o nível de produção fabril no país. Minha avaliação é de que com a melhora no consumo doméstico estes estoques poderão ser reduzidos no decorrer dos próximos meses, principalmente, com a chegada das festividades de final de ano. Diante dessa melhora na atividade econômica, as apostas para uma alta das taxas de juros por parte do Federal Reserve foram reforçadas e espera-se que se inicie já no encontro de setembro.



Por aqui o céu ainda está longe de ser de brigadeiro: o abismo fiscal se intensifica cada vez mais e o resultado primário do governo central é o pior desde 1997 (vide gráfico abaixo). A combinação de maiores gastos obrigatórios e queda na arrecadação culminou para um déficit primário de mais de R$ 41 bilhões, sem ajusta-lo ao IPCA. A piora nas contas públicas ameaça o já esperado corte na nota de risco do país, pressionando o dólar (em função da fuga de capitais), inflação e, por fim, as taxas de juros.



Os títulos de Tesouro IPCA + com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, a R$ 2.359,88  na compra (link – atualizado em: 27-08-2015 18:14), representando uma queda de -1,00% em relação ao último fechamento.

Para esta sexta-feira, segundo a agenda econômica da Infomoney (link), teremos o PIB brasileiro, Resultado Primário Consolidado (a meu ver mais relevante que o indicador divulgado hoje), IGP-M e dados de gastos dos consumidores nos EUA.

Acredito que, mesmo com a queda do PIB, os demais indicadores irão pressionar as taxas futuras na sessão desta sexta-feira. Somados ao provável resultado positivo de atividade econômica norte-americano, não vejo espaço para uma queda nas taxas de juros e, portanto, melhora nos rendimentos das NTN-Bs. Portanto, minhas apostas são de que teremos um dia de altas nas taxas futuras de juros.

Segue abaixo o retorno dos títulos fornecido pelo Tesouro Direto - também disponíveis no link (para melhor visualização clique sobre a imagem).


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