Por Carlos Soares Rodrigues,
Apesar da ligeira queda nos vértices mais longos das taxas
futuras o noticiário econômico foi carregado e trouxe uma pressão adicional
para a alta das taxas nos próximos dias.
O Departamento de Comércio dos EUA informou que a maior
economia do planeta registrou um forte crescimento de 3,7% (anualizado) no
2T15. De acordo com o órgão a renda das famílias foi o principal propulsor da
atividade econômica e foi beneficiada pela melhora do mercado de trabalho,
queda nos preços de energia e recuperação do mercado imobiliário (alta nos
preços das moradias). Por outro lado, foi demonstrada uma certa preocupação em
relação aos estoques das indústrias que poderão reduzir o nível de produção fabril no país. Minha avaliação é de que com a melhora no consumo doméstico estes
estoques poderão ser reduzidos no decorrer dos próximos meses, principalmente,
com a chegada das festividades de final de ano. Diante dessa melhora na atividade econômica, as apostas
para uma alta das taxas de juros por parte do Federal Reserve foram reforçadas
e espera-se que se inicie já no encontro de setembro.
Por aqui o céu ainda está longe de ser de brigadeiro: o
abismo fiscal se intensifica cada vez mais e o resultado primário do governo
central é o pior desde 1997 (vide gráfico abaixo). A combinação de maiores
gastos obrigatórios e queda na arrecadação culminou para um déficit primário de mais de R$ 41 bilhões, sem ajusta-lo ao IPCA. A piora nas contas públicas
ameaça o já esperado corte na nota de risco do país, pressionando o dólar (em
função da fuga de capitais), inflação e, por fim, as taxas de juros.
Os títulos de Tesouro IPCA + com Juros Semestrais 2050
(NTNB) encerraram cotados, a R$ 2.359,88 na compra (link
– atualizado em: 27-08-2015 18:14), representando uma queda de -1,00% em
relação ao último fechamento.
Para esta sexta-feira, segundo a agenda econômica da
Infomoney (link),
teremos o PIB brasileiro, Resultado Primário Consolidado (a meu ver mais
relevante que o indicador divulgado hoje), IGP-M e dados de gastos dos
consumidores nos EUA.
Acredito que, mesmo com a queda do PIB, os demais
indicadores irão pressionar as taxas futuras na sessão desta sexta-feira.
Somados ao provável resultado positivo de atividade econômica norte-americano,
não vejo espaço para uma queda nas taxas de juros e, portanto, melhora nos
rendimentos das NTN-Bs. Portanto, minhas apostas são de que teremos um dia de
altas nas taxas futuras de juros.
Segue abaixo o retorno dos títulos fornecido pelo Tesouro Direto - também disponíveis no link (para melhor visualização clique sobre a imagem).
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