segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Morning Call - 03/09/2018

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Por Carlos Soares, CNPI


Em meio às tensões em relação às negociações comerciais dos EUA junto aos seus parceiros, ao "banho de sangue" ("bloodbath", como tem sido definido pelo noticiário e especialistas no exterior) que acometeu as moedas emergentes nos últimos dias e, como não poderia deixar de passar desapercebido, o julgamento do registro da candidatura do ex-presidente Lula, o nosso mercado seguiu a ligeira melhora no exterior e registrou algum alívio na última sessão do mês.

De positivo tivemos a sinalização de que a Argentina poderá, se necessário, receber mais um socorro do Fundo Monetário Internacional (FMI). A demora na implementação de um ajuste fiscal no país portenho, com uma crise econômica minando a confiança dos argentinos, coloca em xeque um possível favoritismo de Macri nas próximas eleições que ocorrerão em 2019 - trazendo mais incertezas em relação ao futuro de nossos "hermanos".

Já a esperada decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de rejeitar o registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva também determinou que o Partido dos Trabalhadores (PT) não veiculasse o nome do ex-presidente como candidato no horário eleitoral.

Embora torne menos dúbia a disputa pelo Planalto, o novo quadro não deve ainda trazer grandes mudanças nas próximas pesquisas de intenção de votos que podem seguir apresentando um elevado percentual de indecisos e votos em branco, além de um fraco desempenho da candidatura reformista.

Nesta semana, mais curta em função do feriado local na sexta-feira (07), os destaques da agenda econômica ficam para a divulgação dos dados de produção industrial brasileira de julho, que serão conhecidos amanhã, IPCA de agosto e dados de empregos no setor privado nos EUA, na quinta-feira (06), dados oficiais de emprego nos EUA, na sexta-feira (07).

Os números a serem conhecidos, em pleno feriado por aqui, exercerão um importante papel nas expectativas de taxa de juros nos EUA nos próximos dias. Com nosso mercado fechado no dia, devemos presenciar alguma cautela por parte dos investidores em relação aos ativos locais. Atentos aos ganhos médios por hora trabalhada, cujas expectativas apontam para um aumento anual de 2,7% no mês de agosto, os mercados podem reagir negativamente caso os ganhos apresentem um desempenho acima do esperado e reacendam as expectativas de aumento mais intenso na taxa de juros nos EUA.

Diante disso, e com as disputas comerciais norte-americanas e o quadro eleitoral brasileiro pressionando o humor dos investidores, não vejo uma mudança significativa na dinâmica dos ativos locais.

Sendo assim, o momento segue de cautela e recomendo evitar grandes apostas em títulos mais sensíveis a curva de juros (prefixados e indexados ao IPCA).

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Bom dia e bons negócios!





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