segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Morning Call - 24/09/2018

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Por Carlos Soares, CNPI


Confirmando minha previsão do último Morning Call, a agenda doméstica desta sexta-feira contribuiu para a dinâmica dos juros futuros e ajudou os títulos negociados no Tesouro Direto a registrar mais uma sessão de ganhos.


Começando pelo IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial que será divulgada no dia 05/10, que apresentou ligeira alta de +0,09% em setembro, sendo a menor taxa para um mês de setembro desde 2006 (+0,05%) e ficando abaixo das expectativas (+0,17%). No acumulado em 12 meses, o indicador apresenta uma alta de 4,28% que, de acordo com o IBGE, ficou "ligeiramente abaixo dos 4,30% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores", ou seja, do apurado em agosto. O resultado acumulado também recuou em relação a meta oficial de 4,50% o que afasta por enquanto maiores preocupações em torno de uma possível alta na taxa de juros no curto prazo (também dentro do cenário-base com que trabalho em minhas recomendações de Tesouro Direto).

Segundo estudo recente divulgado pela Instituição Fiscal Independente (IFI), devido ao fraco dinamismo da atividade econômica que opera abaixo de sua plena capacidade - basta observamos o elevado nível de desemprego e capacidade ociosa das empresas, a inflação tem permanecido comedida e "mantendo afastado o risco de pressões inflacionárias mais sérias" - vide RAF de set/18.

A consolidação do candidato Jair Bolsonaro (PSL) e o alívio no exterior também contribuíram para o recuo dos juros futuros.

De acordo com a pesquisa XP/Ipespe, o deputado federal subiu mais dois pontos passando para 28% das intenções de voto, enquanto Fernando Haddad (PT) se consolida na segunda posição, com 16% das intenções. Rumores (não confirmados) acerca de uma possível aliança entre o PT e o PSDB, no segundo turno, também circularam no decorrer desta semana. A reflexão que fica é: será que esta possível aliança poderia ser encarada como sendo favorável a Reforma da Previdência autorizando o atual governo levá-la para votação após as eleições? Por ora temos apenas uma certeza: o cenário eleitoral segue extremamente incerto e merece ser monitorado com cautela.

Lá fora o mercado avaliou a possibilidade de que as autoridades norte-americanas e chinesas possam evitar uma escalada da guerra comercial travada entre ambos após o governo dos EUA anunciar a elevação de taxas sobre US$ 200 bilhões de produtos do gigante asiático. Trata-se de outro tema que permaneço vendo com ressalvas, dado o histórico errático do presidente Trump no decorrer deste ano.

Para hoje, além do cenário eleitoral que ditará os negócios até o próximo mês, teremos como destaque a divulgação do Relatório Focus que poderá apresentar um recuo nas expectativas de inflação por conta do IPCA-15 desta sexta-feira. Na semana, chamo a atenção para a Ata do Copom que será conhecida amanhã, antes da abertura, que também ajudará os investidores a balizar suas apostas em torno da curva de juros. Quarta-feira (26) será a vez do Federal Reserve - Fed decidir a taxa de juros nos EUA cujas expectativas apontam para uma alta de 0,25 p.p.. Já na quinta-feira (27), os investidores globais ficarão atentos ao terceiro e último levantamento do PIB norte-americano que deve apresentar um avanço de 4,2% no 2T18.

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Bom dia e bons negócios!

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