sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Tesouro Direto Hoje – 26/09/2025

Análise Tesouro Direto: Queda dos Juros e o Efeito Marcação a Mercado

Tesouro Direto: Como a Estabilidade Global Valorizou seus Títulos

O pregão de 26 de setembro trouxe um respiro bem-vindo para os investidores em **renda fixa**, especialmente para aqueles posicionados em títulos de médio e longo prazo (Prefixados e Tesouro IPCA+). Em um dia dominado por notícias externas, a queda nas taxas de juros futuras impulsionou a **valorização dos títulos** via o mecanismo de **Marcação a Mercado**.


O Efeito PCE e a Valorização do Real

O principal fator a ditar o alívio no mercado brasileiro foi o cenário macroeconômico nos **Estados Unidos**. O índice de preços de gastos com consumo (**PCE**), termômetro favorito do Federal Reserve (Fed), foi divulgado em linha com as expectativas do mercado.

Esta estabilidade nos dados de inflação americanos evitou que o mercado tivesse que precificar um ciclo de juros mais agressivo pelo Fed. A ausência de um novo estresse externo permitiu que o foco voltasse para fatores domésticos, onde a **performance positiva do Real sobre o Dólar** abriu espaço para a recuperação do mercado de renda fixa, com os juros futuros recuando.

Juros em Queda, Preços em Alta: A Marcação a Mercado em Ação

A relação entre a taxa de juros e o preço de um título de renda fixa é inversamente proporcional. Quando a expectativa de juros futuros diminui (como ocorreu), o mercado entende que os títulos, que pagam taxas mais altas, se tornam mais atrativos.

Para que o novo investidor compre, o preço de mercado do título precisa subir. Essa alta no preço é a **Marcação a Mercado**, resultando em **ganho de capital** para quem já possuía o ativo.

Título Vencimento Taxa Atual (26/09/2025) Variação Taxa (p.p.) Preço Mínimo (26/09/2025) Valorização (R$)
Tesouro Selic 2028 01/03/2028 SELIC + 0,05% -0,0001 R$ 174,28 + R$ 0,10
Tesouro Prefixado 2028 01/01/2028 13,31% -0,03 R$ 7,55 + R$ 0,01
Tesouro Prefixado c/ Juros Semestrais 2035 01/01/2035 13,65% 0,00 R$ 8,46 + R$ 0,01
Tesouro IPCA+ 2029 15/05/2029 IPCA + 7,84% 0,00 R$ 34,67 + R$ 0,02
Tesouro IPCA+ c/ Juros Semestrais 2045 15/05/2045 IPCA + 7,20% -0,03 R$ 41,10 + R$ 0,14
Tesouro IPCA+ c/ Juros Semestrais 2060 15/08/2060 IPCA + 7,16% -0,03 R$ 39,41 + R$ 0,17

**Destaque do Dia:** O **Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2060** demonstrou a maior sensibilidade à queda dos juros, valorizando R$ 0,17 por fração devido à sua alta *duration* (o longo prazo até o vencimento).

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Tesouro Direto Hoje – 25/09/2025

Tesouro Direto Hoje: Juros Futuros em Alta com Preocupações Fiscais e Leilão de Títulos

Tesouro Direto Hoje: Juros Futuros em Alta com Preocupações Fiscais e Leilão de Títulos


O mercado de juros futuros registrou um avanço nas taxas no pregão de hoje. Para o investidor do Tesouro Direto, isso significa a oportunidade de travar taxas mais elevadas para novos investimentos, embora resulte em desvalorização (marcação a mercado) para quem já possui os títulos. Os fatores que impulsionaram essa alta foram principalmente as preocupações com o cenário político-fiscal doméstico e a grande oferta de títulos do Tesouro Nacional.


O Risco Fiscal Doméstico e as Taxas Longas

O principal vetor de pressão veio do cenário político-fiscal. A pesquisa Pulso Brasil/Ipespe, que mostrou uma recuperação na popularidade do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e os indícios de que o Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pode não se candidatar em 2026, foram recebidos com cautela.

A avaliação do mercado é que a manutenção da atual gestão reforça as preocupações quanto à evolução do quadro fiscal para os próximos anos. Tarcísio de Freitas é percebido como um candidato com maior potencial para implementar medidas de contenção de gastos públicos e melhora do equilíbrio das contas. A diminuição da expectativa de uma possível troca de governo diminui, na visão de muitos investidores, um cenário menos construtivo para a evolução do quadro fiscal.

Essa cautela se refletiu diretamente nas taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) de longo prazo:

  • O DI com vencimento para janeiro de 2027 subiu de 14,01% para 14,07%.
  • O DI de janeiro de 2031 teve alta de 13,36% para 13,41%.

Pressão do Tesouro e Cenário Externo

Outro fator de peso foi o leilão de títulos prefixados realizado pelo Tesouro Nacional, que ofertou um lote considerado grande, totalizando 21 milhões de papéis. A gestão da dívida tem sido alvo de críticas por parte do mercado, que vê excesso nos lotes recentes, e essa grande oferta motivou uma pressão altista nas taxas.

No que tange à inflação, a leitura do IPCA-15 abaixo das expectativas trouxe algum alívio. No entanto, esse efeito foi limitado pelo cenário monetário mais amplo, pois o Relatório de Política Monetária do Banco Central (BC) reforçou uma postura conservadora, sinalizando a manutenção da Selic em patamar elevado por mais tempo, o que sustenta as taxas de juros de longo prazo.

Adicionalmente, no cenário externo, dados robustos da economia e do mercado de trabalho americano reforçaram a visão de que o Federal Reserve (Fed) manterá a política monetária restritiva por mais tempo. Com os juros longos americanos (T-note de 2 anos) também em alta (de 3,612% para 3,661%), o capital global exige taxas maiores para permanecer em países emergentes como o Brasil, o que contribui para a elevação das taxas locais.


Impacto no Tesouro Direto: Rentabilidade e Preços

O avanço das taxas de juros futuros se traduz em um ganho de rentabilidade para novos investidores, mas em queda de preço para os antigos. A ponta curta dos Prefixados e o Tesouro IPCA+ 2029 tiveram as maiores altas de taxa.

Tabela 1: Comparativo de Rentabilidade Anual (Taxas)

Título Vencimento Taxa (25/09/2025) Taxa (24/09/2025) Variação (p.p.)
Tesouro Selic 202801/03/2028SELIC + 0,0501%SELIC + 0,05%+0,0001
Tesouro Selic 203101/03/2031SELIC + 0,1035%SELIC + 0,10%+0,0035
Tesouro Prefixado 202801/01/202813,34%13,24%+0,10
Tesouro Prefixado 203201/01/203213,64%13,57%+0,07
Tesouro Prefixado c/ Juros Semestrais 203501/01/203513,65%13,62%+0,03
Tesouro IPCA+ 202915/05/2029IPCA + 7,84%IPCA + 7,79%+0,05
Tesouro IPCA+ c/ Juros Semestrais 203515/05/2035IPCA + 7,49%IPCA + 7,50%-0,01
Tesouro IPCA+ 204015/08/2040IPCA + 7,09%IPCA + 7,11%-0,02
Tesouro IPCA+ c/ Juros Semestrais 204515/05/2045IPCA + 7,23%IPCA + 7,25%-0,02
Tesouro IPCA+ 205015/08/2050IPCA + 6,97%IPCA + 7,02%-0,05
Tesouro IPCA+ c/ Juros Semestrais 206015/08/2060IPCA + 7,19%IPCA + 7,22%-0,03

Tabela 2: Comparativo de Investimento Mínimo (Efeito Marcação a Mercado)

Título Vencimento Preço Mínimo (25/09/2025) Preço Mínimo (24/09/2025) Variação (R$)
Tesouro Selic 202801/03/2028R$ 174,18R$ 174,09+R$ 0,09
Tesouro Selic 203101/03/2031R$ 173,42R$ 173,33+R$ 0,09
Tesouro Prefixado 202801/01/2028R$ 7,54R$ 7,56-R$ 0,02
Tesouro Prefixado 203201/01/2032R$ 4,51R$ 4,53-R$ 0,02
Tesouro Prefixado c/ Juros Semestrais 203501/01/2035R$ 8,45R$ 8,47-R$ 0,02
Tesouro IPCA+ 202915/05/2029R$ 34,65R$ 34,70-R$ 0,05
Tesouro IPCA+ c/ Juros Semestrais 203515/05/2035R$ 42,13R$ 42,08+R$ 0,05
Tesouro IPCA+ 204015/08/2040R$ 16,49R$ 16,44+R$ 0,05
Tesouro IPCA+ c/ Juros Semestrais 204515/05/2045R$ 40,96R$ 40,86+R$ 0,10
Tesouro IPCA+ 205015/08/2050R$ 8,59R$ 8,49+R$ 0,10
Tesouro IPCA+ c/ Juros Semestrais 206015/08/2060R$ 39,24R$ 39,07+R$ 0,17

Conclusão para o Investidor: Os títulos Prefixados tiveram o maior avanço de taxas no dia, gerando uma excelente oportunidade de entrada. Nos títulos IPCA+ de longo prazo, notamos uma queda nas taxas (yields) e consequente alta nos preços, indicando uma busca por proteção contra a inflação e uma leve melhora no humor para o longo prazo. Este cenário reforça que o foco no longo prazo, mantendo o título até o vencimento, continua sendo a estratégia mais atrativa.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Tesouro Direto Hoje - 23/09/2025

Análise do Tesouro Direto

Tesouro Direto: Taxas Caem com Ata do Copom e Alívio Geopolítico

O mercado de títulos públicos brasileiros no dia de hoje foi impactado por dois fatores cruciais: a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e a percepção de uma aproximação diplomática entre as lideranças do Brasil e dos Estados Unidos. Essa combinação de eventos resultou em um dia de queda nas taxas de juros futuras, um movimento que beneficia diretamente os investidores do Tesouro Direto.


Análise da Ata do Copom: Sinal de Cautela e Flexibilidade

A ata da última reunião do Copom, que manteve a Selic em 15% ao ano, trouxe um tom mais moderado do que o esperado. O documento reforçou a postura de cautela do Banco Central, indicando que a autoridade monetária continuará avaliando a suficiência de sua estratégia para controlar a inflação.

O BC reconheceu uma "moderação gradual da atividade" e uma "certa diminuição da inflação corrente", o que sugere um ambiente mais propício para futuros cortes de juros. Esse sinal, mesmo que sutil, diminuiu a percepção de que a política monetária seria ainda mais restritiva, levando o mercado a precificar um cenário de juros futuros mais baixos.


Aproximação Brasil-EUA: O Fator Geopolítico

O possível estreitamento das relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos, com a "boa química" entre o presidente Lula e o presidente Trump, injetou um otimismo adicional no mercado. A redução do risco de novas sanções ou atritos comerciais diminui o risco-país, o que, por sua vez, tende a derrubar os prêmios exigidos pelos investidores para financiar a dívida pública. Essa percepção de menor risco fiscal e geopolítico contribuiu para a queda dos yields (taxas de juros) dos títulos, especialmente os de prazos mais longos. O menor risco fiscal se deve ao fato de que o governo brasileiro não precisará adotar medidas para conter os impactos de eventuais novas sanções norte-americanas, o que alivia a pressão sobre as contas públicas.


Comparando Preços e Yields: O Efeito da Marcação a Mercado

Com a queda dos juros futuros, o preço dos títulos prefixados e atrelados à inflação (Tesouro IPCA+) subiu em relação a ontem. Isso demonstra o efeito da marcação a mercado, onde o valor do título se ajusta em tempo real às condições do mercado.

A queda da taxa de rendimento (yield) hoje significa que os títulos estão mais caros do que estavam no dia anterior. Para quem já possuía esses papéis, a valorização é um ganho imediato, mesmo antes do vencimento.

Tesouro Direto Hoje – 26/09/2025

Análise Tesouro Direto: Queda dos Juros e o Efeito Marcação a Mercado Tesouro ...