quarta-feira, 30 de março de 2011

Opinião: Tragédia no Japão – Uma Esperança de Tempos Melhores Ressurge Após o Caos

Nos primeiros dias que sucederam o terremoto no Japão foi observado um aumento no nervosismo no mercado financeiro com a forte volatilidade, leia-se forte variação dos preços, das commodities.

Esse aumento é decorrente da importância do país na pauta de importações no mercado mundial.

Mas a capacidade de recuperação demonstrada no período pós-guerra e o significativo nível interno de poupança não seriam fatores que possibilitariam uma retomada do crescimento do país com conseqüências benéficas para a economia mundial?

De fato o país é um dos maiores importadores de commodities do mundo e sua infra-estrutura sofreu estragos significativos com o terremoto de 11 de março.

Segundo Sologuren o Japão é o maior importador de milho do mundo – responsável por 17% das importações mundiais.

Ainda segundo o autor “como os principais portos do país asiático foram comprometidos pelo terremoto seguido de tsunami, paira a incerteza em relação ao volume que será importado pelo Japão, não apenas no curto prazo como no médio prazo”.

Contudo, o país possui um excepcional poder de recuperação e que foi verificado no período pós-guerra.

Dentre os fatores que permitem sua indiscutível resiliência pode-se destacar seu elevado nível de poupança interno - que possibilitará o financiamento das obras de reconstrução das áreas atingidas pela catástrofe.

De acordo com o Portal São Francisco o país possui “estímulo oficial à poupança: os japoneses poupam em torno de 20 % dos seus salários”.

O processo de reconstrução exigirá que o país demande matérias primas e maquinários produzidos em outros países.

Os países fornecedores serão estimulados a aumentar a produção para atender a demanda japonesa e, conseqüentemente, receberão um incremento em sua renda interna o que estimulará o consumo e, com isso, poderá favorecer as exportações de outras economias que não estejam diretamente ligadas comercialmente ao Japão.

Deste modo, para concluir, apesar de sua infra-estrutura ter sido significativamente danificada com o terremoto de 11 de março, o Japão possui um reconhecido potencial de recuperação e isso poderá estimular a retomada do crescimento econômico de seu país - e dos outros países também – já nos próximos trimestres.

Referência bibliográfica

Costa, Cristiano M. Poupança Japonesa. Blog do Cristiano M. Costa. Disponível em: http://www.cristianomcosta.com/2010/01/poupanca-japonesa.html

Mesquita, Mario. Decisões sob Incerteza. Jornal Folha de São Paulo: São Paulo, matéria publicada no caderno Mercado em 23 mar. 2011, página B10.

Portal São Francisco. Tigres Asiáticos. Portal São Francisco. Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/tigres-asiaticos/tigres-asiaticos.php

Sologuren, Leonardo. Incerteza Econômica no Japão Influencia Mercado do Milho. Jornal Folha de São Paulo: São Paulo, Análise Agronegócio, matéria publicada no caderno Mercado em 22 mar. 2011, página B7.

Wikipédia. Japão. Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3o

segunda-feira, 28 de março de 2011

Mercado de Taxas de Juros: 25/03/2011

Foi observado na última semana um forte ajuste nos vértices curtos da estrutura a termo de taxa de juros. Dentre os destaques nos noticiários tivemos a continuidade dos conflitos na Líbia, o desenrolar dos problemas com a usina de Fukushima, a renuncia do primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, a renuncia do presidente da Vale, Roger Agnelli, e a divulgação da taxa de desemprego no Brasil.

Contudo, o fato que mais pesou no desempenho dos juros futuros foi o anuncio do novo compulsório, feito no dia 23, que levou o mercado apostar na possibilidade de ocorrer novas medidas macroprudenciais de contenção ao crédito.

Segundo a Agência Estado/Broadcast esse aumento nas expectativas de novas medidas por parte da autoridade monetária levou “os players derrubarem as taxas dos contratos de curto prazo”.

Contudo, ainda de acordo com a Agência Estado/Broadcast “esse movimento foi completado pela pressão da ponta longa da curva a termo, na reação clássica que transfere para o futuro os riscos inflacionários, e a necessidade de aperto do juro mais à frente”.

Esse movimento justifica a queda da curva de juros nos vértices mais curtos e a manutenção dos valores no longo prazo verificados na semana anterior.


Já no mercado de renda fixa o destaque ficou para os papéis atrelados a inflação com vencimentos inferiores a 05 anos (IMA-B 5) que apresentaram um retorno acumulado de 1,32% no mês (até o dia 25/03/2011).

Em segundo lugar estão os papéis pré-fixados com vencimentos inferiores a 01 ano (IRF-M 1) que por sua vez tiveram uma performance de 0,89% no acumulado do mês de março até o dia 25.


O Boletim Focus apresentado na manhã desta segunda apontou para uma piora nas expectativas de inflação de maneira generalizada.

As expectativas do IPCA ficaram em 5,45% (contra 5,36 na semana anterior) para os próximos 12 meses; 6,00% (contra 5,88%) para 2011 e 4,91% (contra 4,80%) para 2012.


Diante da piora do cenário inflacionário acredito que os papéis atrelados ao IPCA (IMA-B) continuem apresentando bons resultados e as curvas futuras de juros sofram um novo ajuste nos vértices mais curtos. Esse ajuste tenderá a prejudicar o desempenho dos papéis pré-fixados de curto prazo (IRF-M).

Referência Bibliográfica

AGÊNCIA ESTADO - BROADCAST. Confiante, mercado espera ajuda da UE para Portugal. Informativo distribuído em 25/03/2011.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Nota Técnica sobre a Circular nº 2.972, de 23 de março de 2000.

__________________. Focus – Relatório de Mercado.
Disponível em: http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/readout.asp

BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education, 2004, 3ª edição.

BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS. Taxas Referenciais BM&F. Disponível em: http://www2.bmf.com.br/pages/portal/portal/boletim1/TxRef1.asp

BRADESCO. Economia em Dia. Disponível em: http://www.economiaemdia.com.br/

CARVALHO, Fernando J. Cardim de; [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.

DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.

MANKIW, Gregory. Macroeconomia. Rio de Janeiro: LTC, 2004, 5ª edição.

domingo, 27 de março de 2011

Análise de Conjuntura: Emprego no Brasil - Fevereiro/2011

O mercado de trabalho brasileiro continuou apresentando bons resultados no mês de fevereiro e atingiu a menor marca histórica para o período. Fatores como o corte de R$ 50 bilhões no orçamento e a injeção de recursos no BNDES poderão trazer uma nova dinâmica no nível de emprego no país.

A taxa de desocupação, apurada pelo IBGE, permaneceu estável no mês de fevereiro e atingiu a marca de 6,4%. O número veio em linha com as expectativas dos economistas ouvidos pela Agência Estado Projeções.

A população ocupada no mês de fevereiro foi estimada em 22,2 milhões no agregado das seis regiões pesquisadas pelo IBGE (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre).


O setor de Construção foi o destaque positivo na taxa de ocupação ao apresentar uma alta de 4,1% em relação ao mês de janeiro. Na outra ponta ficou o setor de Serviços Domésticos que apresentou a maior queda anual sofrer redução de 6,6% em relação ao contingente observado em fevereiro de 2010.

Contudo, com o anúncio do corte de verbas para o programa Minha Casa Minha Vida essa alta observada no setor de Construção poderá se reverter a partir do mês de março.

Por outro lado a injeção de R$ 50 bilhões no BNDES possibilitará um incremento no nível de investimentos o que proporcionará um cenário benigno para o mercado de trabalho nos próximos meses.


A formalização no mercado de trabalho vem se intensificando nos últimos meses, gerando aumento na arrecadação dos tributos sobre a folha de pagamento e contribuindo para a queda no déficit da previdência. Segundo dados da Agência Brasil, divulgados pelo jornal Valor, no mês de fevereiro a Previdência Social registrou um déficit de R$ 3,315 bilhões – inferior aos R$ 4,021 bilhões registrados em fevereiro de 2010.

Esse resultado é positivo, pois permite que parte dos recursos do orçamento federal sejam liberados para investimentos em outros setores como saúde, educação e infra-estrutura.

Historicamente a taxa de desocupação começa a sofrer redução a partir do mês de maio o que, somado aos esforços do governo em estimular os investimentos para conter a inflação, me leva a acreditar que as expectativas para o mercado de trabalho são positivas para os próximos meses - com ressalva ao setor de Construção em virtude dos cortes feitos para o programa Minha Casa Minha Vida.

Referência Bibliográfica


Agência Brasil. Déficit da Previdência Social diminui 17,6% em fevereiro. Brasília: Agência Brasil. Matéria publicada no jornal Valor em 25 mar. 2011. Disponível em:
http://www.valoronline.com.br/impresso/brasil/97/402903/deficit-da-previdencia-social-diminui-176-em-fevereiro

Agência Estado/Broadcast. Emprego e relatório da dívida pública são destaques. Relatório Agenda do Dia 24 de mar 2011.

Bradesco. Desaceleração dos rendimentos do trabalho em fevereiro, em termos reais e nominais, reforçou nossa expectativa de arrefecimento moderado da atividade para os próximos meses. Bradesco: Boletim Diário Matinal de 25 mar 2011. Disponível em: http://www.economiaemdia.com.br/EconomiaEmDia/content/popup/PopupPdfViewer.aspx?NomeArquivo=/static_files/EconomiaEmDia/Arquivos/boletim_diario_matinal_25_03_11.pdf

IBGE. Indicadores IBGE: Pesquisa Mensal de Emprego - Fevereiro 2011. Rio de Janeiro: Pesquisa Mensal de Emprego, fev. de 2011. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/pme_201102tmcomentarios.pdf

______. Dados PME. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/default_variacao.shtm

domingo, 20 de março de 2011

Econocratum: Mercado de Taxas de Juros: 18/03/2011

Econocratum: Mercado de Taxas de Juros: 18/03/2011: "A última semana foi muito especial para mim, pois marcou a minha volta ao ambiente de negociações do mercado financeiro. Agradeço profundame..."

Mercado de Taxas de Juros: 18/03/2011

A última semana foi muito especial para mim, pois marcou a minha volta ao ambiente de negociações do mercado financeiro. Agradeço profundamente a corretora Magliano pela oportunidade dada a mim em poder fazer parte da equipe da mesa de operações de BM&F. Embora seja precoce gostaria de deixar registrado que já na minha primeira semana de trabalho pude adquirir experiências enriquecedoras que, certamente, ficarão registradas como parte de todo conhecimento que será acumulado ao longo de minha vida.

Agradecimentos a parte vamos retornar ao desempenho do mercado de Renda Fixa na última semana.

Conforme poderemos verificar a seguir o mercado exigiu na última semana um prêmio maior para os vértices mais longos na curva de juros futuros.

Já para os vencimentos mais curtos o mercado manteve suas expectativas inalteradas em relação ao verificado na semana anterior o que beneficiou os papéis pré fixados e os indexados a inflação de curto prazo.

Conforme já adiantado os vértices curtos apresentaram relativa estabilidade em relação a semana anterior refletindo a confiança do mercado quanto a redução do risco inflacionário no curto prazo após a divulgação do Boletim Focus na segunda-feira e confirmado na segunda prévia de março do IGP-M (0,59% de alta – abaixo das estimativas dos analistas que era de uma alta de 0,63%)

Contudo, segundo a LCA, a alta nos preços das commodities, levou ao acréscimo de prêmios nos vértices longos da curva de juros futuros.


Já o mercado de Renda Fixa o destaque da semana foram os papéis pré fixados com vencimentos inferiores a 01 ano (IRF-M 1) que apresentaram um retorno médio de 0,24%.

No mês os destaques continuam sendo os papéis atrelados a inflação com vencimentos em até 05 anos (IMA-B5) que vêem apresentando um retorno médio acumulado no mês de março de 0,91%.
As cadernetas de poupança com aniversário em 18 de março apresentaram um retorno mensal de 0,52%.


As expectativas de inflação divulgadas pelo Boletim Focus não apresentaram grandes surpresas o que reforça a confiança do mercado em torno da eficácia do governo no combate a alta dos preços.


Rumores de que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, substitua Guido Mantega no Ministério da Fazenda poderá levar a uma diminuição dos prêmios implícitos nas curvas de juros, uma vez que o nome de Palocci é bem visto pelo mercado.
De acordo com a Agência Estado/Broadcast o mercado também elevou as apostas de que ‘a sinalização do Banco Central dada na ata do Copom, sobre a adoção de novas medidas macroprudenciais, pode ser colocada em prática logo”.

Com isso para os próximos dias acredito que os títulos pré-fixados continuem apresentando uma boa performance em relação aos demais papéis.

Referência bibliográfica

AGÊNCIA ESTADO - BROADCAST. CENÁRIO-1: Bolsas Renovam Trégua Com G7 e Cessar-Fogo Líbio. Informativo distribuído em 03/03/2011.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Nota Técnica sobre a Circular nº 2.972, de 23 de março de 2000.

__________________. Focus – Relatório de Mercado.
Disponível em: http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/readout.asp

BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education, 2004, 3ª edição.

BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS. Taxas Referenciais BM&F. Disponível em: http://www2.bmf.com.br/pages/portal/portal/boletim1/TxRef1.asp


CARVALHO, Fernando J. Cardim de; [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.

LCA. Boletim diário de 18 de março de 2011. LCA Curto Prazo.

DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.

MANKIW, Gregory. Macroeconomia. 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2004.

domingo, 13 de março de 2011

Mercado de Taxas de Juros: 04 e 11/03/2011

Na últimas semanas as taxas de juros apresentaram uma melhora principalmente nos vencimentos mais longos. O destaque para a queda das taxas de juros foi o receio do mercado quanto o aquecimento da economia mundial.

Dados desfavoráveis das economias dos Estados Unidos e China além do terremoto no Japão fizeram com que as expectativas do mercado para o crescimento da economia mundial fosse abalado e afastou o risco de uma alta na inflação nos próximos meses.


No mercado de títulos públicos tivemos o destaque da performance dos títulos pré fixados com prazos superiores a 01 ano (IRF-M 1+) que acompanhou o movimento de queda das taxas de juros futuros – uma vez que estes papéis são inversamente correlacionados as taxas de juros.

Apesar da pequena queda na última semana os papéis atrelados a inflação com prazos inferiores a 05 anos (IMA-B 5) vêm sendo o destaque no mês do mercado de Renda Fixa.


As expectativas do mercado em torno da inflação mantiveram praticamente estáveis na última semana.

Apenas verificou-se uma pequena alta nas expectativas de inflação para o ano de 2012 que passaram de 4,78% no final de fevereiro para 4,80% no levantamento realizado em 04 de março.


Para concluir as expectativas para os próximos dia é de que os papéis atrelados a inflação no curto prazo mantenham bons rendimentos em virtude das altas nos preços verificadas nos últimos meses.


Referência bibliográfica

AGÊNCIA ESTADO - BROADCAST. Fechamento: Juros Sobem com Copom, Aporte ao BNDES e Exterior. Informativo distribuído em 03/03/2011.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Nota Técnica sobre a Circular nº 2.972, de 23 de março de 2000.

__________________. Focus – Relatório de Mercado.
Disponível em: http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/readout.asp

BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education, 2004, 3ª edição.

BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS. Taxas Referenciais BM&F. Disponível em: http://www2.bmf.com.br/pages/portal/portal/boletim1/TxRef1.asp


CARVALHO, Fernando J. Cardim de; [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.

CUCOLO, Eduardo; PATU, Gustavo. BC Eleva Juro Para 11,75%, e governo vê IPCA Acima da Meta. Jornal Folha de São Paulo: Caderno Mercado, página B1, matéria publicada em 03 de mar. de 2011.

DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.

MANKIW, Gregory. Macroeconomia. 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2004.

MOURA, Marcelo L. Governo Deve Assumir Ações Coesas de Combate à Inflação. Jornal Folha de São Paulo: Caderno Mercado, página B3, artigo publicado em 03 de mar. de 2011.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Análise do IPCA do mês de fevereiro de 2011

Há pouco o IBGE divulgou a taxa de inflação medida pelo IPCA do mês de fevereiro de 2011. O índice apresentou uma alta de 0,80% (ante um resultado de 0,83% no mês de janeiro) e veio abaixo das expectativas do mercado medidas pelo Relatório Focus do dia 25 de fevereiro (0,85%).

Ao encerrar o mês com uma alta de 0,80%, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se aproximou ainda mais do limite máximo estabelecido como meta pelo Banco Central. No acumulado dos últimos 12 meses o índice já apresenta uma alta de 6,01% contra o limite máximo de 6,5% para o ano de 2011 - conforme gráfico abaixo:


O grande vilão no mês de fevereiro foi o grupo Educação que sofreu os impactos das altas nas mensalidades escolares e acabou sendo responsável por 0,40% de alta do IPCA cheio.

O grupo Alimentação, responsável por 0,27% de alta do índice no mês de janeiro, sofreu uma significativa desaceleração em fevereiro e respondeu por apenas 0,05% de alta do IPCA. O resultado do grupo teve como destaque, principalmente, a deflação nos preços das carnes (-2,81%) e a desaceleração dos preços dos produtos in natura.

Abaixo a contribuição mensal de cada grupo no IPCA cheio:


Segundo previsões do Banco Central a inflação deverá superar o teto dos 6,5% ainda no 1º semestre deste ano.

Contudo, com as medidas restritivas adotadas pela autoridade monetária e pelo governo já se pode notar pelos indicadores dos últimos meses um movimento desaceleração da economia do país. Com o desaquecimento da economia os preços tenderão a ceder e convergir, novamente, para a meta de 4,5% estipulada para 2011 e 2012.

Referência Bibliográfica

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Focus – Relatório de Mercado.
Disponível em: http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/readout.asp

BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education, 2004, 3ª edição.

CARVALHO, Fernando J. Cardim de; [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.

DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.

IBGE. Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA e Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defaultinpc.shtm

KEYNES, John Maynard. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. Tradução de Mário R. da Cruz; revisão técnica de Claudio Roberto Contador. – São Paulo: Atlas, 1982.

MANKIW, Gregory. Macroeconomia. 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2004.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Econocratum: 10 motivos para acreditarmos que teremos um excele...

Econocratum: 10 motivos para acreditarmos que teremos um excele...: "Por Marcos Elias - EMPIRICUS 1º) Estão todos perdidos ainda e já se passaram dois meses. A maioria dos investidores está amargando prejuízo..."

10 motivos para acreditarmos que teremos um excelente 2011 para investir

Por Marcos Elias - EMPIRICUS

1º) Estão todos perdidos ainda e já se passaram dois meses. A maioria dos investidores está amargando prejuízo no ano, e teve um 2010 ruim. E a bolsa, my friend, é A caixa de surpresa. Decifra-me ou devoro-te! Quando há guerra no horizonte, crise na Europa e EUA, inflação no Brasil, associada à ideia de início de “exaustão” de crescimento, é aí que a bolsa nos pega no contra-pé e voa 30%-40% em 4-5 meses, destruindo assets e reputações. É lógico que depois virão as devidas explicações, belíssimas, mas será tarde demais para você. Se você ainda não entendeu, a bolsa está contra você, quer te enganar, te ludibriar, te morder na nuca como uma serpente. Neste exato momento, ela está ensaiando o bote. É preciso intuição, é preciso silêncio para sentir o cheiro deste bote!

2º) Este é o ano de recuperação nos EUA, não importando o quão trapalhão com as palavras seja The Helicopter Ben. A política monetária permanecerá tal de forma a que continue a subsidiar a recuperação econômica, a despeito das perspectivas de inflação. OS EUA crescerão 4% ou mais neste ano, eventualmente melhor do que o Brasil;

3º) O problema europeu está resolvido: 20 anos de ajustes e sofrimentos aos PIGS e crescimento, como um todo, meramente modesto. O Euro não vai se desintegrar. Uma Portugal da vida não vai se recuperar em menos de uma ou duas décadas. Sem surpresas, e essa questão já está “na conta” de todos os bancos mundiais e FMIs da vida. Entretanto, a Europa ainda busca rejuvenecer-se a partir de seus empresários de tecnologia. Há 10 anos, internet/hi-tech companies eram americanas e ponto. Mas os jovens europeus já cansaram dos pubs e, inspirados pela Skype e pela crise, estão buscando transformar educação em empresa de tecnologia sendo IPOed. Isso foi capa da Wired, e pode salvar a Europa;

4º) Em dois meses já pode-se perceber que a Dilma tem força (inclusive para barrar um mínimo mais alto, e deixar o PSDB em situação ridícula: PSDB descanse em paz!) e sensibilidade política. Vejam as nomeações de ministros e assessores: todas acertadas, e discretas. Ela tem ampla confiança no Palocci, que na minha opinião é um gênio! Gênio! E a “batatinha” do Sr. Mantega, a Madga do Governo, ex-professor particular de economia do Lula (única coisa importante que fez na vida), já assou: não me estranharia se em uma questão de dias ele caísse: chega de Forrest Gumpismo no Governo!

5º) Este ano o Corinthians está fora de todos os torneios importantes. E venho observando uma correlação (correlação não é causa!) perfeitamente negativa entre os fracassos do Corinthians e a pujança econômica. É como se Deus quisesse sempre me dar uma alegria. Ou se sempre insistisse em uma tristeza. Mas desde que ouço do rádio do meu pai – aos domingos – as façanhas do Coringão, narradas por Fiori Giglioti, já em meados de 70, eu sabia: se ele ganhar, eu vou me ferrar na escola, e vice-versa. São mais de 30 anos de correlação. E sempre funciona. Aliás, quando a esquadra corinthiana contava com Ricardinho, Gil, Vampeta, Marcelinho e Rincón, já – de imediato – pedi para a Jô que apertasse o cintos e passasse a fazer compras no sacolão;

6º) Esqueça as questões relativas ao Oriente Médio e África do Magreb. O Hamas, Hezbollah e Al-Qaeda só estão aproveitando a crise nos EUA e Europa para tentar mudar o jogo político na região. Sairão ditadores, entrarão outros ditadores, e a democracia nunca será uma realidade nos países árabes. Não é da cultura árabe, é uma mera invenção ocidental essa tal de democracia. Vai acontecer que o preço do petróleo vai explodir, mas então, e por conta do bom desempenho futuro da bolsa, dirão aquela velha e famosa frase de que “o PIB dos países desenvolvidos não depende do petróleo assim como o era em 1950, sendo que agora são os serviços, o capital e a inteligência que propulsionam o crescimento”. Nesta vibe, ainda melhor para Petro, HRT e OGX. Há que se fazer o ano em cima destas beldades;

7º) Eu não tenho tido mais dores lombares, que são prenúncio inequívoco de desastre na bolsa. As minhas costas também estão em bom estado. Isso quer dizer que teremos um ano bom, sem dúvidas, embora alguns possam eventualmente contestar o valor científico da afirmação. E, quem me conhece, sabe: tenho andado calmo e tranquilo. Em ano de crise, estou sempre agitado, como um galo que cacareja pressentindo o amanhecer;

8º) Sempre quando o São Paulo revela um craque, o mercado desaba. É mandinga de são-paulino, que na verdade curte mesmo a Copa Davis, e não trabalha no mercado, mas em agência de publicidade. Em 1994, quando nos apresentaram o impressionante Juninho Paulista, bum!, Crise do México. Em 1997, os Tigres Asiáticos tiveram um azar enorme com os mais de 50 gols do Dodô-maravilha. Em 1999, havia o Vagner, o volante, que só jogou bem aquele ano na sua vida toda, mas que, tenho certeza, deflagrou a desvalorização do Real (o Gustavo Franco deu uma ajudazinha). Em 2001, em parceria com Osama Bin Laden, tivemos o explosivo Kaká. Em 2002, Luís Fabiano arrebentou com a nossa economia, e levou a economia argentina para o buraco também, por mero patriotismo. Em 2008, Hernanes acabou com a Lehman. E, em 2011, o São Paulo não tem nenhuma revelação para nos oferecer (o Lucas não vale porque pertence em menos de 20% ao São Paulo e, com essa participação, não dispara a poison pill). Ufa! A bolsa vai que vai, e o Santos será o grande campeão;

9º) Acabamos de trocar o sistema de telefonia dos nossos escritórios. Da última vez que o fizemos foi em 2003, quando a bolsa logrou subir quase 100%;

10º) Estamos há quase 3 anos de lado na bolsa. Lembremos que a bolsa é um concurso de beleza, e uma interação social. Ninguém aguenta tanto tempo de celibato!

Pois, como diria o Grande Ralph Waldo Emerson:

“Homens ocos acreditam na sorte. E os fortes na causa-e-efeito”. Eu acredito na sorte que tenho quando as causas não me afetam!