
Por Carlos Soares, CNPI
A derrocada da moeda turca (imagem abaixo) desencadeou uma forte correção nos mercados mundiais nesta sexta-feira (10). Por aqui os reflexos foram sentidos na queda de 2,86% do Ibovespa, avanço de 1,69% do dólar e forte alta dos juros futuros em todos os vencimentos que acabou pressionando a cotação dos títulos do Tesouro Direto - especialmente prefixados e indexados ao IPCA, como venho alertando nos últimos dias.
Já combalida em meio às tensões políticas que se arrastam por anos, a economia turca deve sofrer um duro golpe por parte da gestão Trump com a imposição de tarifas sobre o aço e alumínio importados pelos EUA de 50% e 20%, respectivamente, o dobro do que vinha sendo praticado até então.
O colapso da economia turca tem sido considerado por alguns analistas no exterior como sendo um possível evento "cisne negro", que são eventos inesperados que trazem fortes reflexos sobre o mercado mundial. A grande preocupação fica por conta da exposição de bancos europeus como o BBVA, UniCredit e BNP Paribas sobre os ativos turcos que podem desencadear um efeito em cascata sobre o setor financeiro mundial. Resta saber se a lição aprendida com a crise de 2008 permitirá que o governo Erdogan (presidente turco) receba algum socorro de organismos internacionais como o FMI - vide a ajuda concedida a Argentina no mês de abril.
As incertezas permanecem e este novo evento é apenas mais um capítulo da errática postura da gestão Trump em relação ao comércio mundial. Nos próximos dias poderemos ter mais uma investida do presidente norte-americano, desta vez sobre os automóveis produzidos no Canadá, que pode aumentar a cautela por parte dos investidores.
Por aqui o quadro permanece indefinido diante da disputa pelo palácio do Planalto.
Diante disso, confirmando minhas expectativas sigo cauteloso em relação aos títulos prefixados e indexados ao IPCA, pois, como diz a canção, "prudência e dinheiro no bolso, canja de galinha não faz mal a ninguém".
Bom dia e bons negócios
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