sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Morning Call - 10/08/2018

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Por Carlos Soares, CNPI

Em mais uma sessão marcada pela volatilidade, os juros futuros subiram diante das incertezas nos âmbitos político e fiscal, além da desvalorização do real (e demais emergentes, especialmente Turquia) em relação ao dólar.

A cautela dos investidores, que deve prevalecer até o pleito de outubro, seguiu ditando os rumos dos negócios por aqui levando os ativos locais a mais uma sessão de fraco desempenho da bolsa e alta nas taxas de juros futuras. Também foi primordial para a piora do mercado de renda fixa, notadamente dos títulos prefixados e indexados ao IPCA, como tenho alertado nos últimos meses, as incertezas relacionadas ao quadro fiscal para os próximos anos que tiveram mais um componente de instabilidade: a possibilidade de aumento de 16,38% dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Por se tratar do teto de todo o quadro do funcionalismo público, o aumento representa uma pressão potencial, segundo especialistas, de R$ 4 bilhões sobre os gastos do governo. Para compensar o aumento destas despesas, que não devem parar por aí, pois ainda poderemos ter mais reajustes de outras categorias nos próximos dias, o governo deverá promover cortes em outras áreas para cumprir o já pressionado Teto dos Gastos.

No exterior os pedidos iniciais por seguro-desemprego nos EUA totalizaram 213 mil novos pedidos na semana passada e os preços aos produtores norte-americanos (equivalente ao nosso IGP) ficaram praticamente estáveis no mês de julho, o que trouxe um alívio momentâneo em relação ao ritmo de alta na taxa de juros na maior economia do planeta. Contudo, a escalada das tensões comerciais envolvendo a China e os EUA seguem preocupando os investidores o que levou os mercados globais a perderem força e pressionar as moedas emergentes nesta quinta-feira (gráfico abaixo).


Além da avaliação do primeiro debate presidencial de ontem, teremos para a sessão desta sexta-feira a divulgação dos números de inflação ao consumidor nos EUA do mês de julho, às 9h30, que deve apresentar um avanço de 0,2%.

Para os próximos dias reforço minha avaliação feita no Morning Call desta quinta-feira:

"Diante de um cenário político-eleitoral indefinido no front local e ainda vislumbrando um quadro comercial incerto no exterior, permaneço recomendando cautela em relação aos títulos indexados ao IPCA e prefixados, mais sensíveis às variações das taxas de juros futuras. O investidor que necessitar resgatá-los antes do vencimento estipulado pelo Tesouro Direto pode ter prejuízo caso as taxas de juros sigam subindo ("abrindo", no jargão do mercado). Já o investidor pouco habituado com o mercado financeiro, vale as recomendações sugeridas no relatório Mapa do Tesouro - Recomendações de Tesouro Direto."



Bom dia e bons negócios





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