
Por Carlos Soares, CNPI
O nosso mercado apresentou mais uma sessão de ganhos nesta quinta-feira (27) com os negócios sendo impulsionados pelo fluxo estrangeiro aos ativos emergentes. O tom mais ameno dado pelo Federal Reserve na véspera (vide o Morning Call de ontem) e a relativa calmaria em torno das disputas comerciais envolvendo os norte-americanos e os chineses nos últimos dias ajudaram a dar fôlego na tomada de risco dos investidores globais.
Por aqui, o que antes vinha sendo considerado um cenário pessimista, duas candidaturas extremas seguindo para a disputa no segundo turno, passa a ser visto com menos preocupante. Parte do mercado começa a enxergar a possibilidade de não rompimento das medidas de ajuste fiscal adotadas nos últimos anos em caso de vitória de ambos os candidatos à frente nas pesquisas eleitorais. De acordo com o jornal Valor, citando um "profissional de mercado", "o mercado estava posicionado em apostas negativas, mas nos últimos dias os investidores passaram a atribuir probabilidades entre Jair Bolsonaro (PSL) vencendo as eleições presidenciais e executando reformas e Haddad ganhando, mas caminhando para um governo mais de centro". Seja como for, caso tenhamos novidades acerca da agenda de reformas ainda neste ano, ou seja, a votação da Reforma da Previdência, o país terá condições de avançar em outras importantes reformas, menos polêmicas, como a tributária que vem sendo defendida por todas as candidaturas.
Pela manhã também tivemos a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação que mostrou um Banco Central menos apreensivo em relação ao quadro inflacionário de curto prazo, mas reafirmando que sem as reformas o quadro poderá ser revertido e forçá-lo a elevar a taxa Selic. Lá fora o PIB dos EUA ficou em linha com a expectativas do mercado ao avançar 4,2% e registrar o melhor desempenho em quatro anos.
Já na agenda de hoje teremos as pesquisas Ipespe/XP pela manhã e Datafolha após o fechamento dos mercados. Já no calendário econômico os destaques ficam para os números de emprego que serão divulgados pelo IBGE, às 9h00, e dados do setor público consolidado de agosto a serem conhecidos ao longo do dia que, segundo estimativas do mercado, podem ter apresentado um déficit de R$ 17,5 bilhões.
Após a sequência de ganhos registrados nos últimos dias, não descarto a possibilidade de termos um dia de ajustes nos mercados nesta sexta-feira. Embora o cenário tenha apresentado uma ligeira melhora, menos disruptivo em termos dos ajustes promovidos nos últimos anos, o quadro permanece de cautela. Dados do setor externo têm mostrado um relativo otimismo em relação à nossa economia com a entrada de importantes fluxos de investimentos de longo prazo - os chamados investimentos diretos -, mas ainda vejo como frágil a melhora dos fluxos de curto prazo que ainda seguem à mercê do quadro internacional. Além do humor do presidente norte-americano junto aos seus parceiros comerciais, vejo com atenção a evolução do quadro inflacionário nas nações desenvolvidas que podem trazer alguma reversão nas expectativas de juros nestes países no decorrer dos próximos meses.
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Bom dia e bons negócios!
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