Medidas de incentivo ao crédito, conceitualmente conhecido por expansão monetária, estimularam o consumo ao longo do ano, impulsionando a produção brasileira e favorecendo aumento do emprego no país. Segundo dados do IBGE a taxa média de desocupação no ano de 2010 foi de 6,7% e encerrou o mês de dezembro em 5,3% - a menor taxa desde 2002, quando teve início a atual metodologia de apuração. O rendimento médio cresceu 3,8% em 2010 - também atingindo níveis recordes.
Facilitando o crédito ao consumidor e ao empresariado - neste caso via BNDES - o consumo e a produção aumentaram e estimularam a procura por mão de obra e, como resultado, gerou a diminuição do nível de desemprego no país – conforme podemos verificar nos últimos anos demonstrado no gráfico abaixo:
Verifica-se que no mês de dezembro grande parte do contingente de pessoas ocupadas encontra-se alocada no setor de serviços. Outro destaque também foi, segundo Mendonça, a diminuição no número de trabalhadores nos serviços domésticos ao longo do ano.
Contudo, o consumo aquecido também vem permitindo que os custos com a elevação dos salários sejam repassados nos preços dos produtos. De acordo com a matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo em 27/01/2011: “a falta de mão de obra já faz muitos setores elevarem o preço de seus produtos e serviços em decorrência do aumento de custo provocado pela necessidade de pagar salários maiores para reter ou contratar profissionais”. (FOLHA DE SÃO PAULO, 2011, pág. B14).
Portanto, uma expansão monetária tem como conseqüência reduzir a taxa corrente de desemprego, mas ao mesmo tempo – se mal dosada – pode provocar uma pressão inflacionária na economia via repasse dos aumentos salariais nos preços dos produtos e serviços. Diante da pressão inflacionária o Banco Central será forçado a utilizar os instrumentos de política monetária (por exemplo, o aumento nos juros e restrição no crédito) para convergir a inflação ao centro da meta, hoje estabelecida em 4,5% para os próximos dois anos.
Referência Bibliográfica
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education, 2004, 3ª edição.
BRADESCO. Boletim Diário Matinal. Economia em Dia - disponível em: http://www.economiaemdia.com.br/
CARVALHO, Fernando J. Cardim de; [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.
DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.
FOLHA DE SÃO PAULO. Falta de mão de obra pressiona os preços de produtos e serviços. Matéria publicada em 27/01/2011 pág. B14.
_______________________Desemprego cai a 5,3% e atinge menor marca desde 2002. Matéria publicada em 28/01/2011 pág. B8.
IBGE. Pesquisa Mensal de Emprego. Sala de Imprensa - Pesquisa Mensal de Emprego. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/
MANKIW, Gregory. Macroeconomia. 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
MENDONÇA, Sérgio. Análise: É prematuro entoar o canto do pleno emprego e do apagão de mão de obra. Artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo em 28/01/2011 pág. B8.
O Econocratum nasceu da vontade de olhar o mercado financeiro além dos números, conectando análise econômica com reflexão crítica. Aqui compartilho insights sobre investimentos, política econômica e o papel do capital na sociedade, sempre buscando traduzir o complexo de forma acessível. Mais do que acompanhar indicadores, a proposta é entender causas, impactos e contradições. Se você busca conteúdo que une técnica, questionamento e contexto, este espaço é pra você.
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Mercado de Taxas de Juros: 21/01/2011
As taxas de juros projetadas para os próximos meses permaneceram superiores aos patamares verificados no mês de dezembro, mas ficaram praticamente estáveis em relação a semana anterior. A piora do cenário inflacionário e a confirmação da elevação da taxa Selic pesaram para a continuidade dos juros nestes patamares.
De acordo com o Banco Central, a divulgação do Relatório de Inflação e a alta na expectativa do IPCA - que vem piorando nas últimas semanas - têm levado os agentes econômicos a apostar no processo de alta nas taxas de juros para os próximos meses. A elevação nas taxas de juros tem como resultado conter o aquecimento da atividade na economia e reduzir o consumo da população. Reduzindo o consumo a indústria se vê forçada a conter a alta dos preços – já pressionada pelos aumentos dos itens de alimentação, transportes e educação - como forma de manter suas vendas no mercado interno.
Contudo a decisão do Comitê de Políticas Monetárias do Banco Central, COPOM, de elevar a taxa Selic para 11,25% manteve as expectativas estáveis em relação ao fechamento da semana anterior – conforme o gráfico a seguir. A autoridade monetária deixou claro em seu comunicado que não medirá esforços para conter o aumento dos preços na economia decorrente do cenário de crescimento na demanda superior ao da oferta. Para conter esse aumento inflacionário o banco central brasileiro se utilizará de instrumentos, como a elevação da taxa de juros, para frear o aquecimento do crédito e, conseqüentemente, a expansão na demanda interna.
De acordo com o Banco Central, o início do “processo de ajustes da taxa básica de juros, cujos efeitos, somados aos de ações macroprudenciais, contribuirão para que a inflação convirja para a trajetória de metas” - comunicado divulgado após a reunião do COPOM. Espera-se que com esse processo de ajustes as taxas de juros futuras não sofram grandes alterações nas próximas semanas – conforme já observado na última semana.
Referência Bibliográfica
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Nota Técnica sobre a Circular nº 2.972, de 23 de março de 2000.
__________________. Focus – Relatório de Mercado.
Disponível em: http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/readout.asp
__________________. Relatório de Inflação. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/?RELINF
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education, 2004, 3ª edição.
BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS. Taxas Referenciais BM&F. Disponível em: http://www2.bmf.com.br/pages/portal/portal/boletim1/TxRef1.asp
BRADESCO. Boletim Diário Matinal de 21/01/2011. Economia em Dia - disponível em: http://www.economiaemdia.com.br/
CARVALHO, Fernando J. Cardim de; [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.
DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.
MANKIW, Gregory. Macroeconomia. 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
De acordo com o Banco Central, a divulgação do Relatório de Inflação e a alta na expectativa do IPCA - que vem piorando nas últimas semanas - têm levado os agentes econômicos a apostar no processo de alta nas taxas de juros para os próximos meses. A elevação nas taxas de juros tem como resultado conter o aquecimento da atividade na economia e reduzir o consumo da população. Reduzindo o consumo a indústria se vê forçada a conter a alta dos preços – já pressionada pelos aumentos dos itens de alimentação, transportes e educação - como forma de manter suas vendas no mercado interno.
Contudo a decisão do Comitê de Políticas Monetárias do Banco Central, COPOM, de elevar a taxa Selic para 11,25% manteve as expectativas estáveis em relação ao fechamento da semana anterior – conforme o gráfico a seguir. A autoridade monetária deixou claro em seu comunicado que não medirá esforços para conter o aumento dos preços na economia decorrente do cenário de crescimento na demanda superior ao da oferta. Para conter esse aumento inflacionário o banco central brasileiro se utilizará de instrumentos, como a elevação da taxa de juros, para frear o aquecimento do crédito e, conseqüentemente, a expansão na demanda interna.
De acordo com o Banco Central, o início do “processo de ajustes da taxa básica de juros, cujos efeitos, somados aos de ações macroprudenciais, contribuirão para que a inflação convirja para a trajetória de metas” - comunicado divulgado após a reunião do COPOM. Espera-se que com esse processo de ajustes as taxas de juros futuras não sofram grandes alterações nas próximas semanas – conforme já observado na última semana.
Referência Bibliográfica
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Nota Técnica sobre a Circular nº 2.972, de 23 de março de 2000.
__________________. Focus – Relatório de Mercado.
Disponível em: http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/readout.asp
__________________. Relatório de Inflação. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/?RELINF
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education, 2004, 3ª edição.
BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS. Taxas Referenciais BM&F. Disponível em: http://www2.bmf.com.br/pages/portal/portal/boletim1/TxRef1.asp
BRADESCO. Boletim Diário Matinal de 21/01/2011. Economia em Dia - disponível em: http://www.economiaemdia.com.br/
CARVALHO, Fernando J. Cardim de; [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.
DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.
MANKIW, Gregory. Macroeconomia. 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Mercado de Taxas de Juros: 14/01/2011
A estrutura a termo das taxas de juros, de acordo com Beto Veiga, “é uma demonstração gráfica de como o mercado está apreçando o risco”. O risco é aqui representado pelas expectativas do mercado em relação às taxas de juros que serão definidas pela autoridade monetária, Bacen, para os próximos meses. De acordo com a Circular nº 2792 do Bacen: “os vértices (prazos) em vigor para efeito de construção da estrutura a termo das taxas de juros prefixadas são os prazos de 1, 21, 42, 63, 126, 252, 504 e 756 dias úteis.”
Podemos verificar no gráfico abaixo que as curvas de juros apresentaram um deslocamento para cima indicando a possibilidade aumentos das taxas nos próximos meses. O aquecimento da economia e a alta na inflação ratificam as expectativas do mercado em torno de futuras elevações nos juros.
Segundo Carvalho o aumento na atividade “conduz a um nível de gasto e de renda maior que, por sua vez, aumenta a demanda por moeda na economia". (CARVALHO [et. al.], 2000, pág. 121) Esse aumento na demanda por moeda pressiona a alta da inflação na economia do país. Segundo Dornbusch&Fischer quando a demanda monetária se torna uma “fonte de instabilidade na economia” o Bacen “deve concentrar-se nas metas da taxa de juros (leia-se taxa selic)” (DORNBUSCH&FISCHER, 1991, pág. 490). Em outras palavras, o Bacen buscará elevar a taxa selic como forma de poder desestimular o consumo e nível de atividade para conter a alta dos preços.
Além da atividade econômica aquecida outro fator que vem pressionando a inflação no Brasil tem sido a alta dos preços do grupo Alimentação. Os preços dos alimentos começaram a sofrer sucessivos aumentos, principalmente, após o início do último trimestre de 2010 - em conseqüência dos movimentos especulativos nos contratos futuros destas commodities e dos problemas climáticos enfrentados pelos países produtores. Por ser um item essencial no consumo das famílias, a autoridade monetária buscará, por meio da elevação das taxas de juros, conter demanda dos demais itens, considerados de segunda necessidade, através da elevação das taxas de juros.
A elevação das taxas de juros em ambos os casos tende - via de regra - a desestimular o consumo, com o encarecimento do crédito, reduzindo o nível de atividade e renda do país. Com a desaceleração do aumento da renda nacional os preços dos bens considerados de segunda necessidade não serão pressionados; pois reprimindo a demanda agregada, já afetada pela alta dos preços dos alimentos, boa parte do consumo da população se concentrará nos bens considerados essenciais. Como resultado: a inflação, - hoje estimada em 5,47% para 2011, pelo boletim Focus -, poderá convergir para a meta oficial de 4,5% nos próximos dois anos.
Referência Bibliográfica
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Nota Técnica sobre a Circular nº 2.972, de 23 de março de 2000.
______________________. Focus – Relatório de Mercado de 14 de janeiro de 2011.
Disponível em: http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/R20110114.pdf - acesso feito em 17/01/2011 às 19h15.
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education, 2004, 3ª edição.
BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS. Taxas Referenciais BM&F. Disponível em: http://www2.bmf.com.br/pages/portal/portal/boletim1/TxRef1.asp
BRADESCO. Boletim Diário Matinal de 17/01/2011. Economia em Dia - disponível em: http://www.economiaemdia.com.br/ - acesso feito em 17/01/2011.
CARVALHO, Fernando J. Cardim de; [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.
DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.
GARCIA, Marcio G. P. A Estrutura a Termo das Taxas de Juros. Rio de Janeiro: PUC-RJ. Disponível em: http://www.econ.puc-rio.br/Mgarcia/ - acesso feito em 17/01/2011 às 11h00.
O ESTADO DE SÃO PAULO. Alimentos atingem preço recorde, diz ONU. Publicado em 05/01/2011 às 17h03. Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,alimentos-atingem-preco-recorde-diz-onu,662453,0.htm – Acesso feito em 06/01/2011 às 11h45
MANKIW, Gregory. Macroeconomia. 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
TRICHES, Divanildo; CALDART, Wilson Luis. As teorias da estrutura a termo das taxas de juros da economia brasileira: uma análise da causalidade de setembro 1999 a setembro 2004. VIII Encontro de Economia da Região Sul - ANPEC SUL 2005.
VEIGA, Beto. O que é a Estrutura a Termo das Taxas de Juros. Disponível em: http://www.betoveiga.com/log/index.php/2010/05/o-que-ea-estrutura-a-termo-das-taxas-de-juros/ - acesso feito em 17/01/2011 às 14h30.
Podemos verificar no gráfico abaixo que as curvas de juros apresentaram um deslocamento para cima indicando a possibilidade aumentos das taxas nos próximos meses. O aquecimento da economia e a alta na inflação ratificam as expectativas do mercado em torno de futuras elevações nos juros.
Segundo Carvalho o aumento na atividade “conduz a um nível de gasto e de renda maior que, por sua vez, aumenta a demanda por moeda na economia". (CARVALHO [et. al.], 2000, pág. 121) Esse aumento na demanda por moeda pressiona a alta da inflação na economia do país. Segundo Dornbusch&Fischer quando a demanda monetária se torna uma “fonte de instabilidade na economia” o Bacen “deve concentrar-se nas metas da taxa de juros (leia-se taxa selic)” (DORNBUSCH&FISCHER, 1991, pág. 490). Em outras palavras, o Bacen buscará elevar a taxa selic como forma de poder desestimular o consumo e nível de atividade para conter a alta dos preços.
Além da atividade econômica aquecida outro fator que vem pressionando a inflação no Brasil tem sido a alta dos preços do grupo Alimentação. Os preços dos alimentos começaram a sofrer sucessivos aumentos, principalmente, após o início do último trimestre de 2010 - em conseqüência dos movimentos especulativos nos contratos futuros destas commodities e dos problemas climáticos enfrentados pelos países produtores. Por ser um item essencial no consumo das famílias, a autoridade monetária buscará, por meio da elevação das taxas de juros, conter demanda dos demais itens, considerados de segunda necessidade, através da elevação das taxas de juros.
A elevação das taxas de juros em ambos os casos tende - via de regra - a desestimular o consumo, com o encarecimento do crédito, reduzindo o nível de atividade e renda do país. Com a desaceleração do aumento da renda nacional os preços dos bens considerados de segunda necessidade não serão pressionados; pois reprimindo a demanda agregada, já afetada pela alta dos preços dos alimentos, boa parte do consumo da população se concentrará nos bens considerados essenciais. Como resultado: a inflação, - hoje estimada em 5,47% para 2011, pelo boletim Focus -, poderá convergir para a meta oficial de 4,5% nos próximos dois anos.
Referência Bibliográfica
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Nota Técnica sobre a Circular nº 2.972, de 23 de março de 2000.
______________________. Focus – Relatório de Mercado de 14 de janeiro de 2011.
Disponível em: http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/PORT/readout/R20110114.pdf - acesso feito em 17/01/2011 às 19h15.
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education, 2004, 3ª edição.
BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS. Taxas Referenciais BM&F. Disponível em: http://www2.bmf.com.br/pages/portal/portal/boletim1/TxRef1.asp
BRADESCO. Boletim Diário Matinal de 17/01/2011. Economia em Dia - disponível em: http://www.economiaemdia.com.br/ - acesso feito em 17/01/2011.
CARVALHO, Fernando J. Cardim de; [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.
DORNBUSCH, Rudiger, FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.
GARCIA, Marcio G. P. A Estrutura a Termo das Taxas de Juros. Rio de Janeiro: PUC-RJ. Disponível em: http://www.econ.puc-rio.br/Mgarcia/ - acesso feito em 17/01/2011 às 11h00.
O ESTADO DE SÃO PAULO. Alimentos atingem preço recorde, diz ONU. Publicado em 05/01/2011 às 17h03. Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,alimentos-atingem-preco-recorde-diz-onu,662453,0.htm – Acesso feito em 06/01/2011 às 11h45
MANKIW, Gregory. Macroeconomia. 5ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
TRICHES, Divanildo; CALDART, Wilson Luis. As teorias da estrutura a termo das taxas de juros da economia brasileira: uma análise da causalidade de setembro 1999 a setembro 2004. VIII Encontro de Economia da Região Sul - ANPEC SUL 2005.
VEIGA, Beto. O que é a Estrutura a Termo das Taxas de Juros. Disponível em: http://www.betoveiga.com/log/index.php/2010/05/o-que-ea-estrutura-a-termo-das-taxas-de-juros/ - acesso feito em 17/01/2011 às 14h30.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Análise do IPCA do mês de dezembro de 2010
No mês de dezembro pode-se verificar ainda que o grupo alimentação continuou pressionando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A alta nos preços dos alimentos retomada a partir do mês de setembro teve como causa os efeitos climáticos nos países produtores de commodities (produtos básicos) e o movimento especulativo nos contratos destes produtos nas principais bolsas de mercadorias e futuros. No acumulado de 2010 o IPCA encerrou com alta de 5,91%, ou seja, apenas 0,59% abaixo do limite máximo, de 6,5%, estabelecido pelo Banco Central Brasileiro.
Grande vilão nos últimos meses o grupo alimentação apresentou no mês de dezembro uma pequena desaceleração em relação ao verificado nos meses de outubro e novembro (alta de 0,30% contra, respectivamente, uma elevação de 0,43% e 0,51%).
Contudo a agricultura vem sofrendo os efeitos do fenômeno climático La Niña, - definido pelo Portal Piancó como sendo o fenômeno de resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico, oposto ao El Niño, que produz chuvas acima da média no semiárido nordestino, e abaixo da média na região sul -, com a quebra da safra de soja na Argentina e queda na produção de leite no Rio Grande do Sul decorrente da estiagem sofrida na região.
Em contrapartida o grupo habitação sofrerá os efeitos dos aumentos dos estoques de etanol, início da safra de cana no mês de março e conseqüente queda nos preços do combustível. Estes fatores tendem a contribuir para a redução dos preços do subgrupo combustíveis e energia para os próximos meses.
Gastos com material escolar decorrente da volta às aulas e reajustes das tarifas dos serviços de transporte pressionarão, respectivamente, os preços dos grupos educação e transportes nos próximos dois meses.
Portanto, os próximos meses ainda prometem uma continuidade na alta do IPCA acumulado em virtude da pressão dos alimentos, que ainda persiste, e com os aumentos pontuais dos itens ligados a educação e transportes.
Referência Bibliográfica
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL. Tarifas de Fornecimento de Energia Elétrica. Cadernos Temáticos ANEEL. Disponível em: http://www.aneel.gov.br/arquivos/pdf/caderno4capa.pdf - acesso feito em 11/01/2011 às 16h00.
CARVALHO, Fernando J. Cardim de [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.
FOLHA DE SÃO PAULO. Preço do álcool volta a subir e estoque tem folga. Caderno Mercado/Commodities – página B7 publicada em 11/01/2011.
_______________________. Preço de energia no mercado livre recua após chuvas. Caderno Mercado/Mercado Aberto – página B2 publicada em 11/01/2011.
_______________________. Seca reduz a produção de leite no RS. Caderno Mercado/Commodities – página B7 publicada em 11/01/2011.
IBGE
MAIA, Samantha. Demanda e produtividade influenciam reajuste das tarifas. Valor Econômico - 07/12/2010. Disponível em: http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/7/demanda-e-produtividade-influenciam-reajuste-das-tarifas - acesso feito em 11/01/2011 às 16h05.
MURARO JR, Fernando. Argentina é peça-chave para o mercado da soja neste início de ano. Folha de São Paulo: Análise Safra. Artigo publicado em 11/01/2011 no Caderno Mercado – página B6.
O ESTADO DE SÃO PAULO. Alimentos atingem preço recorde, diz ONU. Publicado em 05/01/2011 às 17h03. Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,alimentos-atingem-preco-recorde-diz-onu,662453,0.htm – Acesso feito em 06/01/2011 às 11h45
PINDYCK, Robert S., RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. Quinta Edição. – tradução e revisão técnica: Professor Euletério Prado. São Paulo: Prentice Hall, 2002. ISBN: 85.87918-11-7.
PORTAL PIANCÓ. Fenômeno La Niña está em formação no Oceano Pacífico, sinal de bom inverno no semiárido em 2011. Disponível em: http://www.portalpianco.com/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=118:fenomeno-la-nina-esta-em-formacao-no-oceano-pacifico-sinal-de-bom-inverno-no-semiarido-em-2011&catid=36:noticiasgeral&Itemid=55
VARIAN, Hal R. Microeconomia: princípios básicos. Tradução da 2ª edição original de Luciane Melo. – Rio de Janeiro: Campus, 1994.
Grande vilão nos últimos meses o grupo alimentação apresentou no mês de dezembro uma pequena desaceleração em relação ao verificado nos meses de outubro e novembro (alta de 0,30% contra, respectivamente, uma elevação de 0,43% e 0,51%).
Contudo a agricultura vem sofrendo os efeitos do fenômeno climático La Niña, - definido pelo Portal Piancó como sendo o fenômeno de resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico, oposto ao El Niño, que produz chuvas acima da média no semiárido nordestino, e abaixo da média na região sul -, com a quebra da safra de soja na Argentina e queda na produção de leite no Rio Grande do Sul decorrente da estiagem sofrida na região.
Em contrapartida o grupo habitação sofrerá os efeitos dos aumentos dos estoques de etanol, início da safra de cana no mês de março e conseqüente queda nos preços do combustível. Estes fatores tendem a contribuir para a redução dos preços do subgrupo combustíveis e energia para os próximos meses.
Gastos com material escolar decorrente da volta às aulas e reajustes das tarifas dos serviços de transporte pressionarão, respectivamente, os preços dos grupos educação e transportes nos próximos dois meses.
Portanto, os próximos meses ainda prometem uma continuidade na alta do IPCA acumulado em virtude da pressão dos alimentos, que ainda persiste, e com os aumentos pontuais dos itens ligados a educação e transportes.
Referência Bibliográfica
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL. Tarifas de Fornecimento de Energia Elétrica. Cadernos Temáticos ANEEL. Disponível em: http://www.aneel.gov.br/arquivos/pdf/caderno4capa.pdf - acesso feito em 11/01/2011 às 16h00.
CARVALHO, Fernando J. Cardim de [et al.] Economia monetária e financeira: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000 – 9ª reimpressão.
FOLHA DE SÃO PAULO. Preço do álcool volta a subir e estoque tem folga. Caderno Mercado/Commodities – página B7 publicada em 11/01/2011.
_______________________. Preço de energia no mercado livre recua após chuvas. Caderno Mercado/Mercado Aberto – página B2 publicada em 11/01/2011.
_______________________. Seca reduz a produção de leite no RS. Caderno Mercado/Commodities – página B7 publicada em 11/01/2011.
IBGE
MAIA, Samantha. Demanda e produtividade influenciam reajuste das tarifas. Valor Econômico - 07/12/2010. Disponível em: http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2010/12/7/demanda-e-produtividade-influenciam-reajuste-das-tarifas - acesso feito em 11/01/2011 às 16h05.
MURARO JR, Fernando. Argentina é peça-chave para o mercado da soja neste início de ano. Folha de São Paulo: Análise Safra. Artigo publicado em 11/01/2011 no Caderno Mercado – página B6.
O ESTADO DE SÃO PAULO. Alimentos atingem preço recorde, diz ONU. Publicado em 05/01/2011 às 17h03. Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,alimentos-atingem-preco-recorde-diz-onu,662453,0.htm – Acesso feito em 06/01/2011 às 11h45
PINDYCK, Robert S., RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. Quinta Edição. – tradução e revisão técnica: Professor Euletério Prado. São Paulo: Prentice Hall, 2002. ISBN: 85.87918-11-7.
PORTAL PIANCÓ. Fenômeno La Niña está em formação no Oceano Pacífico, sinal de bom inverno no semiárido em 2011. Disponível em: http://www.portalpianco.com/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=118:fenomeno-la-nina-esta-em-formacao-no-oceano-pacifico-sinal-de-bom-inverno-no-semiarido-em-2011&catid=36:noticiasgeral&Itemid=55
VARIAN, Hal R. Microeconomia: princípios básicos. Tradução da 2ª edição original de Luciane Melo. – Rio de Janeiro: Campus, 1994.
sábado, 8 de janeiro de 2011
Equilíbrio de Pareto e Desenvolvimento Social
O ótimo de Pareto é uma situação onde o bem-estar de um indivíduo é melhorado sem que ninguém seja prejudicado. Enquanto em uma sociedade existe “alguma forma de melhorar a situação de alguém sem prejudicar nenhuma outra pessoa” (VARIAN, 1994, pág. 16) há espaço para se buscar o equilíbrio de Pareto.
A redução na desigualdade social pode, ao longo do tempo, otimizar os ganhos das classes mais abastadas, pois o aumento de gastos dos menos favorecidos tendem a elevar os lucros das empresas, - onde parte da poupança da classe média/alta encontra-se alocada. Segundo artigo do professor Roberto Dagnino “nos últimos oito anos, 30 milhões de brasileiros excluídos que “ganharam o peixe” ajudaram a empurrar para cima o consumo e a produção”.
Para Keynes quanto maior for a propensão a consumir maiores serão os impactos sobre os investimentos e sobre o emprego, pois segundo o teórico “o emprego só pode aumentar pari passu (simultaneamente) com o investimento” (KEYNES, 1982, pág. 100). A elevação do emprego e renda agregada de um país permite que parte dos recursos despendidos, inicialmente, em programas sociais retorne na forma de aumento no recolhimento de impostos, - decorrente do aumento na atividade -, e ganhos das empresas com o lucro advindo das vendas no mercado interno.
O professor Dagnino afirma que “a erradicação da miséria fará emergir demandas materiais por bens e serviços com características e quantidade inusitadas”. O professor defende que dentro desse processo poderemos ter a inclusão da “participação de “usuários” até agora ausentes do cenário da produção de conhecimento”. Essa produção de conhecimento possibilitará, também, que nosso país desenvolva novas tecnologias e avanços na gestão do conhecimento, como, por exemplo, em gestão de negócios e medicina.
Ressalto que enquanto houver pobreza a economia não estará no equilíbrio de Pareto.
Portanto, como diria Varian, “se existe um modo de melhorar a situação de alguém sem piorar a de outrem, por que não fazê-lo?” (VARIAN, 1994, pág. 16).
Referência Bibliográfica
DAGNINO, Renato. Erradicação da miséria e tecnociência. Folha de São Paulo: artigo publicado em 06/01/2011, Caderno Opinião, página A3.
GIANBIAGI, Fabio, ALÉM, Ana Cláudia Duarte de. Finanças Públicas – Teoria e Prática no Brasil. 2ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.
KEYNES, John Maynard. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. Tradução de Mário R. da Cruz; revisão técnica de Claudio Roberto Contador. – São Paulo: Atlas, 1982.
PINDYCK, Robert S., RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia – Quinta Edição. – tradução e revisão técnica: Professor Euletério Prado. São Paulo: Prentice Hall, 2002. ISBN: 85.87918-11-7.
SILVA, João Correia da. Teoria Econômica. Disponível em: http://www.fep.up.pt/docentes/joao/economictheory.htm - acesso feito em 05/01/2011 às 16h25.
VARIAN, Hal R. Microeconomia: princípios básicos. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
A redução na desigualdade social pode, ao longo do tempo, otimizar os ganhos das classes mais abastadas, pois o aumento de gastos dos menos favorecidos tendem a elevar os lucros das empresas, - onde parte da poupança da classe média/alta encontra-se alocada. Segundo artigo do professor Roberto Dagnino “nos últimos oito anos, 30 milhões de brasileiros excluídos que “ganharam o peixe” ajudaram a empurrar para cima o consumo e a produção”.
Para Keynes quanto maior for a propensão a consumir maiores serão os impactos sobre os investimentos e sobre o emprego, pois segundo o teórico “o emprego só pode aumentar pari passu (simultaneamente) com o investimento” (KEYNES, 1982, pág. 100). A elevação do emprego e renda agregada de um país permite que parte dos recursos despendidos, inicialmente, em programas sociais retorne na forma de aumento no recolhimento de impostos, - decorrente do aumento na atividade -, e ganhos das empresas com o lucro advindo das vendas no mercado interno.
O professor Dagnino afirma que “a erradicação da miséria fará emergir demandas materiais por bens e serviços com características e quantidade inusitadas”. O professor defende que dentro desse processo poderemos ter a inclusão da “participação de “usuários” até agora ausentes do cenário da produção de conhecimento”. Essa produção de conhecimento possibilitará, também, que nosso país desenvolva novas tecnologias e avanços na gestão do conhecimento, como, por exemplo, em gestão de negócios e medicina.
Ressalto que enquanto houver pobreza a economia não estará no equilíbrio de Pareto.
Portanto, como diria Varian, “se existe um modo de melhorar a situação de alguém sem piorar a de outrem, por que não fazê-lo?” (VARIAN, 1994, pág. 16).
Referência Bibliográfica
DAGNINO, Renato. Erradicação da miséria e tecnociência. Folha de São Paulo: artigo publicado em 06/01/2011, Caderno Opinião, página A3.
GIANBIAGI, Fabio, ALÉM, Ana Cláudia Duarte de. Finanças Públicas – Teoria e Prática no Brasil. 2ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.
KEYNES, John Maynard. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. Tradução de Mário R. da Cruz; revisão técnica de Claudio Roberto Contador. – São Paulo: Atlas, 1982.
PINDYCK, Robert S., RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia – Quinta Edição. – tradução e revisão técnica: Professor Euletério Prado. São Paulo: Prentice Hall, 2002. ISBN: 85.87918-11-7.
SILVA, João Correia da. Teoria Econômica. Disponível em: http://www.fep.up.pt/docentes/joao/economictheory.htm - acesso feito em 05/01/2011 às 16h25.
VARIAN, Hal R. Microeconomia: princípios básicos. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
domingo, 2 de janeiro de 2011
Desindustrialização Brasileira?
Prezados leitores, feliz ano novo a todos!
Agradeço novamente pela visita ao meu blog e desejo-lhes que 2011 seja um ano repleto de muita saúde, realizações e alegria. Meus cumprimentos aos professores de economia da PUC-SP, - a quem sou profundamente grato pelos conhecimentos transmitidos ao longo dos anos que lá estive -, e aos professores de pós graduação do curso de Administração de Empresas da FGV Management cujos ensinamentos me deram o “caminho das pedras” para atingir meu sucesso profissional e pessoal daqui para frente. Parabenizo os professores Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo e Antonio Côrrea de Lacerda, - este a quem tive o orgulho de ser aluno na PUC -, pelos excelentes trabalhos publicados, respectivamente, na Revista Tempo do Mundo e Editora Saraiva. Parabenizo também o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da FIESP, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial e o jornal Folha de São Paulo pelos excelentes materiais disponibilizados na internet e que foram de fundamental importância para a preparação do presente estudo.
Desejo a todos uma excelente leitura.
Tudo o que é produzido no país e vendido ao exterior é definido por nós economistas como exportação.
Muitos especialistas afirmam que é saudável para o comércio exterior de uma nação ter sua pauta exportadora composta, principalmente, por bens industrializados (que chamarei no decorrer do texto por manufaturados) e com uma parcela menos significativa de produtos básicos (também chamados de commodities).
De acordo com o gráfico abaixo, a partir do mês de outubro, pela 1ª vez em cinco anos, o valor exportado dos produtos básicos superou o valor dos produtos manufaturados exportados no Brasil.
Mas afinal de contas será que esse movimento é motivo de preocupação quanto a qualidade das nossas exportações? Será que estamos deixando de “vender aviões” para “vender soja e açúcar”? Eis as questões cujas respostas você, prezado leitor, obterá ao final deste breve artigo.
Após a eclosão da crise em 2008 tivemos o enxugamento da liquidez na economia mundial. Os países desenvolvidos, que já vinham sofrendo com os desequilíbrios externos, foram obrigados a elevar seu endividamento para socorrer o combalido setor bancário. Segundo Belluzzo “os ditos emergentes tornaram-se provedores de funding para os mercados financeiros dos consumistas e dos deficitários crônicos” (BELLUZZO, 2010, pág. 120).
As medidas de socorro ao sistema bancário permitiram uma branda recuperação nas economias desenvolvidas, mas a crise deixou como seqüelas o elevado nível de desemprego e o alto endividamento destes países. Como conseqüência, o consumo nestes países caiu e afetou nossas exportações de produtos manufaturados.
Além do desemprego elevado os Estados Unidos também se viram diante da ameaça deflacionária, levando seu governo anunciar a injeção de US$ 600 bilhões no sistema bancário como forma de estimular o consumo das famílias. Contudo, boa parte dos recursos migrou para as economias emergentes, como o Brasil, e para os contratos de commodities negociados nas principais bolsas mundiais, - em busca de maiores taxas de retorno e causando a apreciação das moedas destes países.
A apreciação do real frente ao dólar encareceu os nossos produtos no mercado mundial e, ao mesmo tempo, barateou os produtos importados dentro do mercado brasileiro.
Segundo Lacerda “atividades de substituição de importações ou, muitas vezes, de exportações demandam, num primeiro momento, o aumento de importações de bens de capital” (LACERDA, 2004, pág. 103). De acordo com levantamento realizado pela FIESP foi verificado um considerável aumento das importações de bens de capital, ou máquinas e equipamentos, após o que eles definem “período da crise internacional”. Já o IEDI apurou que até o terceiro trimestre de 2010 a taxa de crescimento da produtividade industrial atingiu a maior cifra desde 2002 ao crescer cerca de 8,5% em relação ao mesmo período de 2009.
A queda no consumo dos países desenvolvidos e a alta nos preços das commodities contribuiu para o aumento da participação dos produtos básicos no valor total das exportações brasileiras.
Entretanto, acredito que o setor manufatureiro voltará ao posto principal da pauta exportadora brasileira em virtude de três fatores: modernização do parque industrial, - decorrente do barateamento das máquinas e equipamentos importados; aumento da produtividade e retomada do consumo nos países desenvolvidos com a superação da crise.
Agradeço pela atenção, parabenizo os autores citados na referência bibliográfica e desejo a todos um excelente 2011.
Muito obrigado!
Carlos Soares Rodrigues
Referência Bibliográfica
BELLUZZO, Luiz Gonzaga de Mello. A Crise Financeira Além da Finança. Revista Tempo do Mundo / Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. – v. 2, n. 1, (abr. 2010). – Brasília : Ipea, 2010.
FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. O Risco da Substituição da Produção Doméstica por Importações no Setor de Máquinas e Equipamentos. Estudos Econômicos DEPECON – Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos. Novembro/2010. Disponível em: http://www.fiesp.com.br/economia/pdf/nota_maquinas_e_equips_nov_10.pdf - acesso feito em 31/12/2010 às 11h05.
FOLHA DE SÃO PAULO. Governo eleva Imposto de Importação de brinquedos a 35% para combater chineses. Publicada em 28/12/2010 - 18h10. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/851994-governo-eleva-imposto-de-importacao-de-brinquedos-a-35-para-combater-chineses.shtml - acesso feito em 29/12/2010 – 15h37.
IEDI - Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Produtividade na Indústria no Terceiro Trimestre de 2010. Carta IEDI n. 448 - Publicado em 30/12/2010. Disponível em: http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_448_produtividade_na_industria_no_terceiro_trimestre_de_2010.html - acesso feito em 31/12/2010 às 11hh25.
LACERDA, Antonio Côrrea de. Globalização e Investimento Estrangeiro no Brasil. 2ª edição - São Paulo: Saraiva, 2004.
Agradeço novamente pela visita ao meu blog e desejo-lhes que 2011 seja um ano repleto de muita saúde, realizações e alegria. Meus cumprimentos aos professores de economia da PUC-SP, - a quem sou profundamente grato pelos conhecimentos transmitidos ao longo dos anos que lá estive -, e aos professores de pós graduação do curso de Administração de Empresas da FGV Management cujos ensinamentos me deram o “caminho das pedras” para atingir meu sucesso profissional e pessoal daqui para frente. Parabenizo os professores Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo e Antonio Côrrea de Lacerda, - este a quem tive o orgulho de ser aluno na PUC -, pelos excelentes trabalhos publicados, respectivamente, na Revista Tempo do Mundo e Editora Saraiva. Parabenizo também o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da FIESP, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial e o jornal Folha de São Paulo pelos excelentes materiais disponibilizados na internet e que foram de fundamental importância para a preparação do presente estudo.
Desejo a todos uma excelente leitura.
Tudo o que é produzido no país e vendido ao exterior é definido por nós economistas como exportação.
Muitos especialistas afirmam que é saudável para o comércio exterior de uma nação ter sua pauta exportadora composta, principalmente, por bens industrializados (que chamarei no decorrer do texto por manufaturados) e com uma parcela menos significativa de produtos básicos (também chamados de commodities).
De acordo com o gráfico abaixo, a partir do mês de outubro, pela 1ª vez em cinco anos, o valor exportado dos produtos básicos superou o valor dos produtos manufaturados exportados no Brasil.
Mas afinal de contas será que esse movimento é motivo de preocupação quanto a qualidade das nossas exportações? Será que estamos deixando de “vender aviões” para “vender soja e açúcar”? Eis as questões cujas respostas você, prezado leitor, obterá ao final deste breve artigo.
Após a eclosão da crise em 2008 tivemos o enxugamento da liquidez na economia mundial. Os países desenvolvidos, que já vinham sofrendo com os desequilíbrios externos, foram obrigados a elevar seu endividamento para socorrer o combalido setor bancário. Segundo Belluzzo “os ditos emergentes tornaram-se provedores de funding para os mercados financeiros dos consumistas e dos deficitários crônicos” (BELLUZZO, 2010, pág. 120).
As medidas de socorro ao sistema bancário permitiram uma branda recuperação nas economias desenvolvidas, mas a crise deixou como seqüelas o elevado nível de desemprego e o alto endividamento destes países. Como conseqüência, o consumo nestes países caiu e afetou nossas exportações de produtos manufaturados.
Além do desemprego elevado os Estados Unidos também se viram diante da ameaça deflacionária, levando seu governo anunciar a injeção de US$ 600 bilhões no sistema bancário como forma de estimular o consumo das famílias. Contudo, boa parte dos recursos migrou para as economias emergentes, como o Brasil, e para os contratos de commodities negociados nas principais bolsas mundiais, - em busca de maiores taxas de retorno e causando a apreciação das moedas destes países.
A apreciação do real frente ao dólar encareceu os nossos produtos no mercado mundial e, ao mesmo tempo, barateou os produtos importados dentro do mercado brasileiro.
Segundo Lacerda “atividades de substituição de importações ou, muitas vezes, de exportações demandam, num primeiro momento, o aumento de importações de bens de capital” (LACERDA, 2004, pág. 103). De acordo com levantamento realizado pela FIESP foi verificado um considerável aumento das importações de bens de capital, ou máquinas e equipamentos, após o que eles definem “período da crise internacional”. Já o IEDI apurou que até o terceiro trimestre de 2010 a taxa de crescimento da produtividade industrial atingiu a maior cifra desde 2002 ao crescer cerca de 8,5% em relação ao mesmo período de 2009.
A queda no consumo dos países desenvolvidos e a alta nos preços das commodities contribuiu para o aumento da participação dos produtos básicos no valor total das exportações brasileiras.
Entretanto, acredito que o setor manufatureiro voltará ao posto principal da pauta exportadora brasileira em virtude de três fatores: modernização do parque industrial, - decorrente do barateamento das máquinas e equipamentos importados; aumento da produtividade e retomada do consumo nos países desenvolvidos com a superação da crise.
Agradeço pela atenção, parabenizo os autores citados na referência bibliográfica e desejo a todos um excelente 2011.
Muito obrigado!
Carlos Soares Rodrigues
Referência Bibliográfica
BELLUZZO, Luiz Gonzaga de Mello. A Crise Financeira Além da Finança. Revista Tempo do Mundo / Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. – v. 2, n. 1, (abr. 2010). – Brasília : Ipea, 2010.
FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. O Risco da Substituição da Produção Doméstica por Importações no Setor de Máquinas e Equipamentos. Estudos Econômicos DEPECON – Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos. Novembro/2010. Disponível em: http://www.fiesp.com.br/economia/pdf/nota_maquinas_e_equips_nov_10.pdf - acesso feito em 31/12/2010 às 11h05.
FOLHA DE SÃO PAULO. Governo eleva Imposto de Importação de brinquedos a 35% para combater chineses. Publicada em 28/12/2010 - 18h10. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/851994-governo-eleva-imposto-de-importacao-de-brinquedos-a-35-para-combater-chineses.shtml - acesso feito em 29/12/2010 – 15h37.
IEDI - Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Produtividade na Indústria no Terceiro Trimestre de 2010. Carta IEDI n. 448 - Publicado em 30/12/2010. Disponível em: http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_448_produtividade_na_industria_no_terceiro_trimestre_de_2010.html - acesso feito em 31/12/2010 às 11hh25.
LACERDA, Antonio Côrrea de. Globalização e Investimento Estrangeiro no Brasil. 2ª edição - São Paulo: Saraiva, 2004.
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