Por Carlos Soares Rodrigues,
Acompanhando o movimento iniciado na sessão de ontem, as
taxas de juros futuras apresentaram mais um dia de quedas influenciados pelas
declarações da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, após o encontro do
Fomc deste mês de junho. De acordo com a autoridade monetária norte-americana: “o primeiro aumento na taxa dos Feds Funds será
apropriado quando vermos uma melhora adicional no mercado de trabalho e
tivermos uma razoável confiança de que a inflação vai se mover de volta ao
nosso objetivo de 2% ao longo do médio e longo prazo”, disse Yellen – conforme publicado
no jornal Valor Econômico.
Atualmente, apesar do recuo de -0,7% do PIB registrado no
1T15, o mercado de trabalho norte-americano continua apresentando forte
recuperação mantendo sua taxa de desemprego em 5,5% no mês de maio. Por outro
lado, o nível de preços ainda permanece aquém do perseguido pelo Fed: deflação de
-0,2% em termos anualizados divulgados no mês de abril (último levantamento) ante
uma meta de +2,0% para 2015. Ao contrário do que temos observado aqui no
Brasil, os preços de energia continuaram pressionando para baixo os preços aos
consumidores: queda de -19,4% nos últimos 12 meses encerrados em abril devido
ao recuo de todos os componentes, exceto eletricidade.
Segundo a agência de notícias Market Watch (link),
é possível que tenhamos, dadas as condições econômicas nos próximos meses, até
duas altas na taxa dos Feds Funds ainda neste ano.
Queda nas taxas o resultado não poderia ser diferente: alta
nas cotações do Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) que encerram a R$ 2.741,87 na compra (link
– acessado em 17-6-15 às 17:51) – alta de +0,33% em relação ao fechamento de
ontem.
A agenda econômica de amanhã está repleta de indicadores nos
EUA e contará com a divulgação do IBC-BR, prévia do PIB apurada pelo Banco
Central (corrigindo o mencionado no post de ontem quando disse que seria
divulgado hoje). Qualquer sinal de alta
nos preços ao consumidor e melhora do nível de atividade nos EUA poderá levar a
uma alta nas taxas de juros no mercado futuros por aqui, contrabalançando um provável
resultado negativo do IBC-BR do mês de abril a ser divulgado às 08:30.

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