Por Carlos Soares Rodrigues,
Mais uma vez o governo federal fez sua parte para minar a
confiança dos investidores: abriu espaço para que o país feche o ano com um
déficit primário de R$ 17,7 bilhões.
A queda da atividade econômica, resultando em menor
arrecadação, aliada aos aumentos nos gastos obrigatórios levaram o governo a
anunciar uma nova meta de superávit fiscal que passou de R$ 66,7 bilhões (1,1%
do PIB) para apenas R$ 5,8 bilhões (0,15% do PIB) em 2015. Além disso, será
encaminhado ao Congresso um projeto de lei que flexibilizará ainda mais a
política fiscal do governo permitindo até um déficit de R$ 17,7 bilhões neste
ano.
Dentre os impactos prováveis para o aumento nas taxas de
juros temos: corte na nota de risco soberano do país levando ao encarecimento na
tomada de recursos no exterior; aumento na dívida pública, piorando o custo da
dívida; e necessidade de prolongar o ajuste fiscal para conter o crescimento da
dívida no longo prazo.
Diante disso, os títulos de Tesouro IPCA+ com Juros
Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, nesta quinta-feira, a R$ 2.588,57 na
compra (link
– acessado em 23/07/2015 às 18:05), representando uma forte queda de -2,81% em
relação ao preço de referência de ontem divulgado pela Anbima (link
– acesso feito dia 23/07/2015 às 18:03).
Para amanhã, na minha avaliação, não teremos a divulgação de
indicadores de grande relevância para o mercado de juros, ficando a encargo do cenário
político e da repercussão da mudança da meta de superávit primário fazer com que o
humor do mercado melhore ou piore nesta sexta-feira. Acredito até que possamos ter algum movimento de baixa na sessão
de amanhã devolvendo parte da alta nos juros futuros ocorrida nestes últimos dois dias de
negociação.
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