quinta-feira, 3 de setembro de 2015

TESOURO DIRETO: COMENTÁRIO MERCADO DE TESOURO IPCA + COM JUROS SEMESTRAIS 2050 (NTNB) – Set 03, 2015




Por Carlos Soares Rodrigues,

Em uma sessão de forte volatilidade as taxas de juros oscilaram ao sabor da possível saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Estes rumores tiveram de ser apaziguados na tarde desta quinta-feira pelo próprio governo e contribuiu para o recuo das taxas de juros, já menos pressionadas pelo comunicado pós-Copom – o Banco Central do Brasil manteve o viés de que manterá a meta Selic em 14,25% -, até o fechamento do pregão.

Diante disso, os títulos de Tesouro IPCA + com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, a R$ 2.258,24  na compra (link – atualizado em: 03-09-2015 18:24), representando uma alta de +0,41% em relação ao PU da Anbima.

Para esta sexta-feira, segundo a agenda econômica da Enfoque (link), teremos a divulgação do IGP-M de agosto e dados oficiais do mercado de trabalho nos EUA.

Acredito que devido a alta do dólar o IGP-M possa vir pressionado e se estenda para o comportamento das taxas de juros futuras. Apesar do aumento nos pedidos de auxílio desemprego nos EUA divulgados hoje, não espero grandes surpresas em relação a taxa de desemprego cujas projeções apontam para uma taxa de 5,2% no mês de agosto – portanto, com impacto neutro para o nosso mercado. Outro ponto que não podemos descartar é o cenário político brasileiro cada vez mais incerto. Esta incerteza tem deteriorado o humor dos investidores e levado os juros futuros aos maiores níveis dos últimos anos. Sendo assim, espero que o dia seja de alta nas taxas de juros.

MINHA AVALIAÇÃO PARA OS PRÓXIMOS MESES

Vislumbro que o nível de atividade econômica brasileira e, consequentemente, a restauração das contas públicas possam sinalizar alguma recuperação, ligeira, diga-se de passagem, em função da melhora da balança comercial que já vem dando sinais de melhora. Ao meu ver, trata-se da única alternativa viável de retomada na demanda agregada, pois os gastos públicos e o consumo das famílias ainda enfrentarão um penoso caminho de desalavancagem (redução do endividamento) e a iniciativa privada, diante da queda do consumo interno, alta dos impostos e impasses regulatórios (vide perda da credibilidade após as sucessivas intervenções nos últimos anos e as propostas pouco atrativas e arriscadas das concessões), não está propensa a investir, exceto se tiver como foco o mercado externo. Do contrário, a necessidade de financiar o crescente endividamento público continuará pressionando as taxas de juros brasileiras.

RETORNO DOS TÍTULOS PÚBLICOS

Segue abaixo o retorno dos títulos fornecido pelo Tesouro Direto - também disponíveis no link (para melhor visualização clique sobre a imagem).


Um comentário:

  1. Frear o aumento da taxa de juros foi necessário nesse momento. Mas eu creio que não consiguirão segurar por muito tempo. Mais cedo ou mais tarde terão que elevar a taxa pra segurar a inflação. Agora foi só uma pausa pra respirar...

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