Por Carlos Soares Rodrigues,
Em uma sessão de forte volatilidade as taxas de juros
oscilaram ao sabor da possível saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Estes
rumores tiveram de ser apaziguados na tarde desta quinta-feira pelo próprio
governo e contribuiu para o recuo das taxas de juros, já menos pressionadas
pelo comunicado pós-Copom – o Banco Central do Brasil manteve o viés de que
manterá a meta Selic em 14,25% -, até o fechamento do pregão.
Diante disso, os títulos de Tesouro IPCA + com Juros
Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, a R$ 2.258,24 na compra (link
– atualizado em: 03-09-2015 18:24), representando uma alta de +0,41% em
relação ao PU da Anbima.
Para esta sexta-feira, segundo a agenda econômica da Enfoque
(link),
teremos a divulgação do IGP-M de agosto e dados oficiais do mercado de trabalho
nos EUA.
Acredito que devido a alta do dólar o IGP-M possa vir
pressionado e se estenda para o comportamento das taxas de juros futuras. Apesar do
aumento nos pedidos de auxílio desemprego nos EUA divulgados hoje, não espero grandes surpresas
em relação a taxa de desemprego cujas projeções apontam para uma taxa de 5,2%
no mês de agosto – portanto, com impacto neutro para o nosso mercado. Outro
ponto que não podemos descartar é o cenário político brasileiro cada vez mais
incerto. Esta incerteza tem deteriorado o humor dos investidores e levado os
juros futuros aos maiores níveis dos últimos anos. Sendo assim, espero que o
dia seja de alta nas taxas de juros.
MINHA AVALIAÇÃO PARA
OS PRÓXIMOS MESES
Vislumbro que o nível de atividade econômica brasileira e,
consequentemente, a restauração das contas públicas possam sinalizar alguma
recuperação, ligeira, diga-se de passagem, em função da melhora da balança
comercial que já vem dando sinais de melhora. Ao meu ver, trata-se da única
alternativa viável de retomada na demanda agregada, pois os gastos públicos e o
consumo das famílias ainda enfrentarão um penoso caminho de desalavancagem
(redução do endividamento) e a iniciativa privada, diante da queda do consumo
interno, alta dos impostos e impasses regulatórios (vide perda da credibilidade
após as sucessivas intervenções nos últimos anos e as propostas pouco atrativas
e arriscadas das concessões), não está propensa a investir, exceto se tiver
como foco o mercado externo. Do contrário, a necessidade de financiar o
crescente endividamento público continuará pressionando as taxas de juros
brasileiras.
RETORNO DOS TÍTULOS
PÚBLICOS
Segue abaixo o retorno dos títulos fornecido pelo Tesouro
Direto - também disponíveis no link
(para melhor visualização clique sobre a imagem).
Frear o aumento da taxa de juros foi necessário nesse momento. Mas eu creio que não consiguirão segurar por muito tempo. Mais cedo ou mais tarde terão que elevar a taxa pra segurar a inflação. Agora foi só uma pausa pra respirar...
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