terça-feira, 30 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: COMENTÁRIO MERCADO DE TESOURO IPCA + COM JUROS SEMESTRAIS 2050 (NTNB) – Jun 30th, 2015



Por Carlos Soares Rodrigues,

O tão temido calote grego se concretizará nesta noite de terça-feira (19:00 no horário de Brasília) e mesmo assim os juros futuros apresentaram um ligeiro recuo na sessão de hoje. Esse movimento foi justificado por alguns analistas, consultados pelo jornal Valor Econômico, devido a possibilidade de que o governo da Grécia obtenha um novo acordo para sua dívida após o resultado do referendo marcado para este domingo,  5 de julho – neste dia a população decidirá, de acordo com o portal G1, se “concorda ou não com as medidas de austeridade impostas pelos credores”, afastando a possibilidade de exclusão da zona do euro.

Segundo o jornal Valor Econômico, também contribuiu para o recuo dos juros as declarações do diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil, Tony Volpon, que sinalizaram para um aperto monetário (alta dos juros) menor que o esperado pelo mercado financeiro para este ano.

Diante do recuo dos juros futuros mais longos, os títulos de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, nesta terça-feira, a R$ 2.707,77 na compra (link – acessado em 30-6-15 às 18:00), representando uma ligeira alta de +0,05% em relação ao fechamento desta segunda-feira.


Dados de inflação no Brasil (IPC-S), emprego nos EUA (Vagas de Trabalho no Setor Privado) e o desenrolar do calote grego poderão, na minha avaliação, puxar as taxas de juros longas para cima levando  a queda nos preços dos títulos de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 nesta quarta-feira.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: COMENTÁRIO MERCADO DE TESOURO IPCA + COM JUROS SEMESTRAIS 2050 (NTNB) – Jun 29th, 2015



Por Carlos Soares Rodrigues,

Diante do impasse em torno da ajuda a Grécia, as taxas de juros encerraram a sessão desta segunda-feira em alta nos vértices mais longos.

O cenário que se configura diante da crise grega apresentou forte deterioração em relação ao que eu vinha trabalhando na última semana. A probabilidade de um calote da dívida grega nesta terça-feira aumentou significativamente e, na minha avaliação, é o cenário mais provável que irá se concretizar.

Diante das incertezas em relação ao futuro do bloco europeu e da alta dos  juros futuros mais longos, os títulos de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, nesta sexta-feira, a R$ 2.706,42 na compra (link – acessado em 29-6-15 às 18:30), representando uma queda de -1,20% em relação ao fechamento desta sexta-feira.

Um calote grego poderá levar a uma forte desvalorização do dólar e, com isso, puxar as taxas de juros para cima e derrubando os preços dos títulos públicos. Conforme adiantado no meu último post, teremos também, nesta quarta-feira, a divulgação do indicador de empregos nos EUA (Vagas de Trabalho no Setor Privado) que poderá sinalizar uma melhora da economia norte-americana, sugerindo para uma antecipação nas expectativas de alta em suas taxas de juros, intensificando um provável movimento de vendas nos ativos financeiros daqui e pressionando para cima as taxas de juros domésticas. 


Portanto, minha expectativa, agora, é de que tenhamos novas rodadas de altas nas taxas futuras de juros e queda nos preços dos títulos de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 para os próximos dias.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: COMENTÁRIO MERCADO DE TESOURO IPCA + COM JUROS SEMESTRAIS 2050 (NTNB) – Jun 26th, 2015




Por Carlos Soares Rodrigues,

O mercado de juros futuros reagiu em direções opostas ao longo dos vértices (vencimentos) no dia de hoje. O Conselho Monetário Nacional (CMN), “órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do Sistema Financeiro Nacional”, anunciou na noite de ontem a meta de inflação para 2016 e 2017. Para o ano que vem a meta foi mantida, já para 2017 o limite de tolerância foi reduzido para 1,5% do centro da meta (4,5%) passando dos atuais 2,5%-6,5% para um intervalo de 3,0%-6,0% de IPCA a ser perseguido em 2017.

Com isso o mercado entendeu, e que já vinha especulando nos últimos dias, que poderemos ter um aperto monetário adicional nos próximos anos, leia-se alta na meta Selic, o que justifica a alta nos vértices mais curtos (vencimentos de prazos mais curtos) da curva de juros futuros; mas, com a possibilidade de conseguir êxito na condução do nível de preços para dentro do novo limite, o mercado acabou dando crédito a equipe econômica e precificou uma redução dos juros nos vértices mais longos.

Diante da queda dos juros futuros mais longos, os títulos de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerraram cotados, nesta sexta-feira, a R$ 2.739,31 na compra (link – acessado em 26-6-15 às 18:30).

Reproduzo a avaliação do economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, nesta sexta-feira, para ilustrar o cenário base de queda na inflação que venho prevendo para os próximos meses, cujos impactos serão sentidos nos rendimentos NTN-Bs:

“Foi o excesso de consumo no primeiro mandato da presidenta Dilma, estimulado pela expansão do crédito e pela segurança do emprego, que iniciou a escalada da inflação. Vivemos agora, em toda a sua plenitude, um processo oposto e que vai levar à sua queda. Medo do desemprego, renda em queda e restrições fortíssimas ao endividamento do consumidor são uma combinação perfeita para a redução da demanda privada na economia. (...) Somada a esse efeito temos também a redução dos investimentos e dos gastos do governo. Não há inflação que resista a esse cenário e por isso vai começar a ceder em poucos meses”. (“O ajuste da economia continua forte”, jornal Folha de São Paulo, disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizcarlosmendonca/2015/06/1648005-o-ajuste-da- economia-continua-forte.shtml – acesso feito em 26-06-2015 às 18:39)

Diante disso, e de um possível, e tão aguardado, acordo do Eurogrupo-FMI com a Grécia, espero que as taxas continuem a recuar nas próximas duas sessões - movimento este que pode ser interrompido apenas na quarta-feira. Neste dia teremos divulgação do indicador de empregos nos EUA (Vagas de Trabalho no Setor Privado) que poderá pressionar as taxas caso apresente uma melhora no mercado de trabalho norte-americano sugerindo uma alta nas taxas de juros lá fora e levando a um movimento de vendas nos ativos financeiros por aqui.  

Mas essa avaliação deixarei para meu próximo post, fica por enquanto a expectativa de uma queda nas taxas na próxima sessão e também para o próximo semestre - conforme meu cenário base ilustrado acima.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: COMENTÁRIO MERCADO DE TESOURO IPCA + COM JUROS SEMESTRAIS 2050 (NTNB) – Jun 25th, 2015



Por Carlos Soares Rodrigues,

O mercado de juros futuros reage a votação da Medida Provisória 672, que prorroga as atuais regras de reajuste do salário mínimo até 2019, piorando a já frágil confiança dos investidores em torno do cumprimento da meta de superávit fiscal para este ano.

Como bem ilustrou o presidente da Camara dos Deputados, Eduardo Cunha, publicado no site do jornal Folha de São Paulo:

 "Essa medida de ontem passou dos limites. Essa aprovação realmente causa um prejuízo ao país, foi feita de forma equivocada. (...) É bom que se chame à consciência de que tudo tem um limite. Ontem se chegou a um limite daquilo que não deve ser feito.  (...)Não se trata de proteger aposentados. Trata-se de dar uma correção salarial a todos os aposentados, com recursos públicos, que nem os funcionários da ativa têm”. (disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/06/1647587-camara-passa-do-limite-com-correcao-maior-da-aposentadoria-diz-cunha.shtml)

Segundo o economista Fabio Giambiagi, especialista em contas públicas, o impacto da MP 672 sobre as contas públicas está estimado entre R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões por ano, podendo se agravar em 2019 – caso o país saia da crise econômica que estamos enfrentando atualmente.

Outro fator que fez entornar ainda mais o caldo no dia de hoje, contrariando minha avaliação de ontem, veio do Velho Continente: a falta de acordo em torno do desbloqueio de recursos à Grécia. A proposta apresentada pelo governo grego, contemplando um ajuste fiscal no valor de 7,9 bilhões de euros até 2016, não foi aceita pelo FMI e BCE. Espera-se que mais uma reunião ocorra no próximo sábado, dia 27, para tratar da ajuda a economia grega.

Diante destes fatores a alta dos juros futuros está fazendo com que os títulos de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) sejam cotados, nesta quinta-feira, a R$ 2.732,66 na compra (link – acessado em 25-6-15 às 15:30) – queda de -0,93% em relação ao fechamento de ontem.

Diante da queda na arrecadação (-2,5% de jan-mai/15 ante o mesmo período de 2014) e da piora no mercado trabalho (6,7% em maio, a maior taxa para o mês desde 2010) a expectativa é de que tenhamos uma piora no nível de atividade econômica. Os reflexos desta piora poderão ser sentidos, no médio prazo, no nível de preços - dada a queda na demanda - com impactos diretos sobre as expectativas em torno das taxas de juros. Acredito que a MP 572 seja vetada no Senado ou pela presidente Dilma Roussef. Em relação a Grécia, acredito que até o dia 30, data limite para o pagamento dos 1,6 bilhão de euros ao FMI, se chegue a um acordo entre o país, credores, autoridades europeias e FMI.

Diante disso, vejo espaço para um recuo nas taxas no decorrer dos próximos dias – quiçá já na próxima semana - trazendo um melhor desempenho aos títulos públicos.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: COMENTÁRIO MERCADO DE TESOURO IPCA + COM JUROS SEMESTRAIS 2050 (NTNB) – Jun 24th, 2015


Por Carlos Soares Rodrigues,

Em linha com meu cenário base para esta semana, as taxas futuras de juros encerraram em alta nesta quarta-feira em resposta ao tom hawkish (vide explicação nos meus últimos posts) dado pelo Banco Central no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta manhã.

A autoridade monetária informou que espera um IPCA na casa dos 4,8% para 2016, bem acima dos 5,5% esperados pelo mercado no relatório Focus. O repasse da alta nos preços sobre os dissidios salariais e, consequentemente, nos custos das empresas pressionará ainda mais a inflação no próximo ano, podendo levar a um ciclo de aperto monetário adicional nos próximos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom – responsável pela meta Selic – ou taxa básica de juros).

Diante da alta dos juros futuros, os títulos de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerraram nesta quarta-feira cotados a R$ 2.758,35 na compra (link – acessado em 24-6-15 às 18:09) – queda de -0,09% em relação ao fechamento de ontem.

O calendário econômico para esta quinta-feira prevê a divulgação da Pesquisa Mensal de Emprego (taxa de desemprego de maio) pelo IBGE, Pedidos de auxílio-desemprego (semanal) , Renda Pessoal e Gastos (maio) e Estoques de gás natural nos Estados Unidos, além da provável conclusão das negociações do Eurogrupo com a Grécia em relação a liberação da ajuda de 7,2 bilhões de euros (exaustivamente comentada nesta semana). 

Indicadores recentes de confiança e atividade econômica sugerem que o resultado de emprego no Brasil tenha se deteriorado ainda mais no mês de maio o que pode indicar, juntamente com um possível acordo do Eurogrupo com os gregos, para um movimento de baixa nos juros futuros na sessão desta quinta-feira – enfraquecimento do emprego derruba o consumo e, consigo, desaceleram a alta dos preços via consumo; queda na aversão ao risco por parte dos investidores aumenta a demanda por títulos nos mercados emergentes levando a uma queda nas taxas. Por outro lado, caso os pedidos de desemprego e renda nos Estados Unidos sinalizem para uma forte recuperação da atividade norte americana, os juros poderão voltar a subir.

Minha opinião é de que, para esta quinta-feira, Grécia e emprego no Brasil ditarão os rumos dos negócios no mercado de títulos públicos.

terça-feira, 23 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: COMENTÁRIO MERCADO DE TESOURO IPCA + COM JUROS SEMESTRAIS 2050 (NTNB) – Jun 23th, 2015



Por Carlos Soares Rodrigues,

O mercado de juros futuros trabalhou dentro do cenário traçado no último post diante da possibilidade do Eurogrupo aprovar as propostas de aperto fiscal e reforma na previdência social. Menor aversão em relação a eclosão de uma nova crise no continente europeu poderia levar a uma forte alta do dólar, pressionando a já pressionada inflação brasileira e, como consequência, as taxas de juros. Já os juros mais longos, com vencimento para janeiro de 2021, que interferem o retorno do Tesouro IPCA + com Juros Semestrais 2050 (NTN-B), registraram uma leve alta em relação ao fechamento de ontem. Analistas atribuem o movimento de alta a divulgação de indicadores econômicos acima do esperado nos EUA (vendas de casas novas +2,2% entre Mai/Abr em relação às projeções de +1,5%).

Como resultado desta leve alta dos juros futuros com vencimentos mais longos, os títulos de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerraram nesta terça-feira cotados a R$ 2.760,89 na compra (link – acessado em 23-6-15 às 18:09) – queda de -0,09% em relação ao fechamento de ontem.

Meu cenário está mantido e prevê que a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação pressionará as taxas por conta da forte piora do cenário inflacionário enfrentado pelo nosso país. Além disso, devemos ficar atentos ao resultado do PIB dos EUA a ser divulgado às 9:30 pois, qualquer indicativo de uma forte retomada da atividade da economia norte americana, poderemos ter mais uma pressão altista nos juros domésticos diante de uma provável alta do dólar (em busca de rendimentos crescentes no exterior).

segunda-feira, 22 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: COMENTÁRIO MERCADO DE TESOURO IPCA + COM JUROS SEMESTRAIS 2050 (NTNB) – Jun 22th, 2015




Por Carlos Soares Rodrigues,

A melhora no humor no exterior possibilitou mais um dia de queda no mercado futuro de juros mesmo com a piora nas expectativas do mercado, segundo levantamento semanal do Banco Central, em relação a inflação para 2015 e nos dias que precedem a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) que poderá trazer um tom mais hawkish (sinalizando maior aperto monetário) em sua avaliação do cenário de preços no país.

Uma nova proposta enviada pela Grécia aos seus credores de aumento de tributos e mudança nas regras de aposentadorias trouxe um alento no humor dos investidores na sessão de hoje. Apesar de ainda não encerrado, o encontro dos líderes do Eurogrupo discutem o desbloqueio da parcela de € 7,2 bilhões, a última do pacote de € 240 bilhões recebidos como resgate pelo FMI e pelo Banco Central Europeu, para honrar o pagamento de € 1,6 bilhões de euros junto ao FMI até o dia 30 de junho. Sem este pagamento, o país será declarado inadimplente, com consequências trágicas para sua economia e até exclusão do bloco europeu. Para se ter uma ideia, vale mencionar um trecho editorial publicado pelo jornal Folha de São Paulo que ilustra bem a gravidade da situação grega:

“A consequência será a suspensão do acesso dos bancos gregos a empréstimos do BCE, com o que tais instituições não conseguirão honrar os saques de seus clientes. O governo se veria então obrigado a impor limites e até a proibir a saída de capitais do país. (...) O que vem depois é uma incógnita. Em tese, o corte do acesso ao BCE e os controles de capitais aprofundarão a recessão e o deficit do governo, que não conseguirá mais quitar salários e pensões em euros. O passo seguinte seria o pagamento em outros tipos de papéis desvalorizados, que circulariam no lugar dos euros” (Tragédia Grega, Jornal Folha de São Paulo, disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/223560-tragedia-grega.shtml).

Além disso, a saída da Grécia traria o risco de contágio para outros países como Espanha, Irlanda e Itália. Cenário adverso teria como resultado a saída de dólares do Brasil, leia-se forte alta do dólar, com impacto na inflação e sendo precificado nas taxas de juros (alta).

Ventos mais amenos vindos do Velho Continente com queda nos juros futuros por aqui levaram os títulos de Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerrarem nesta segunda-feira cotados a R$ 2.763,44 na compra (link – acessado em 22-6-15 às 18:54) – alta de +0,29% em relação ao PU de referencia desta sexta-feira, 19 de junho, divulgado pela Anbima.

Acredito que o mercado possa apresentar mais um dia de ganhos na sessão desta terça-feira caso o Eurogrupo decida liberar a ajuda à Grécia; entretanto, acredito que a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, nesta quarta-feira, reverterá esse movimento de baixa das taxas por conta da forte piora do cenário inflacionário enfrentado pelo nosso país. Na minha avaliação os juros futuros seguirão um possível tom mais agressivo no teor do RTI por parte da autoridade monetária brasileira.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: MERCADO DE TESOURO IPCA – Jun 18th, 2015


Por Carlos Soares Rodrigues,

Apesar do veto da presidente Dilma Roussef ao fim do fator previdenciário para o calculo das aposentadorias que possibilitou um dia de certa euforia no mercado acionário local na sessão de hoje, as taxas futuras registraram um dia de alta seguindo as preocupações com o imbróglio grego.

O recuo nas taxas levou a uma alta nas cotações do Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) que encerraram cotadas a R$ 2.746,95 na compra (link – acessado em 18-6-15 às 19:56) – alta de +0,19% em relação ao fechamento de ontem.

Como bem ilustrou o colunista da Revista Veja, Reinaldo Azevedo, em texto publicado em seu blog nesta quinta-feira: “pela fórmula 85/95, uma mulher que começasse a trabalhar aos 17 anos poderia se aposentar aos 51: somando-se os 34 anos de contribuição mais os 51 de idade, chegar-se-ia aos 85 — no regime do fator previdenciário, ela só seria aposentada aos 60. Um homem que iniciasse também aos 17 iria obter a aposentadoria aos 56: teria contribuído por 39 anos. Somados aos 56, chega-se a 95. No modelo atual, só obteria o benefício aos 65”.

Sindicatos são contra o veto presidencial alegando “injustiça social”, mas o que dizer dos descontos arbitrários em folha impostos para os trabalhadores na forma de contribuição sindical - conforme previsto atualmente nos artigos 578 a 610 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)?

Considerando um trabalhador que ganha 01 salário mínimo (R$ 788,00), corrigido anualmente pela inflação de 4,5% (meta oficial do governo), que tem descontado anualmente de 3,33% de um salário mensal teríamos ao final de 35 anos, aplicados em Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2025 (NTNF) a uma taxa anual de 12,57% ao ano,  um montante acumulado de aproximadamente R$ 20 mil reais  que seria suficiente para adquirir um carro ou bancar metade da faculdade de um filho, mas que acaba sendo usado para financiar badernas nas ruas, promover greves que tanto nos causam transtornos no nosso dia-a-dia e apoiar medidas inconsequentes como a proposta para o pagamento de aposentadoria integral vetada pela presidente.

Conforme editorial do jornal Folha de São Paulo publicado ontem, 17 de junho, “estima-se que, em 2030, haverá no país 5,1 trabalhadores ativos para cada idoso, proporção que era de 11,5 no ano 2000 e cairá para 2,3 em 2060. Calcula-se que seriam necessários gastos adicionais de R$ 3,2 trilhões para fechar a conta”. Esse impacto nas contas públicas, e no bem estar social da população brasileira, não é levado em consideração pela sábia categoria sindical cujas consequências certamente levariam o país ao caos vivenciado hoje pela Grécia, por exemplo.

Por falar em Grécia: o país helênico tem até o dia 30 de junho para pagar 1,6 bilhão de euros para o Fundo Monetário Internacional – do contrário a partir de 1 de julho será declarada em default (inadimplente) perante o órgão o que poderá acarretar a saída do país do bloco europeu. Para evitar o calote, a Grécia espera a liberação da parcela final de 7,2 bilhões de euros do pacote de ajuda internacional obtido junto à União Européia e ao próprio FMI (sic). Entretanto o governo grego reluta em implementar importantes reformas fiscais e previdenciárias para garantir a sustentabilidade de suas finanças. Os líderes da zona do euro decidiram convocar uma reunião de emergência para a próxima segunda-feira para decidir sobre a liberação dos recursos ao país.

Além do imbróglio grego teremos para amanhã a divulgação do IPCA-15 cujo resultado, pressionado por reajustes nas tarifas de energia e saneamento, bem como decorrente do aumento nos jogos de azar, poderão pressionar as taxas para cima no dia de amanhã.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: MERCADO DE TESOURO IPCA – Jun 17th, 2015




Por Carlos Soares Rodrigues,

Acompanhando o movimento iniciado na sessão de ontem, as taxas de juros futuras apresentaram mais um dia de quedas influenciados pelas declarações da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, após o encontro do Fomc deste mês de junho. De acordo com a autoridade monetária norte-americana:  “o primeiro aumento na taxa dos Feds Funds será apropriado quando vermos uma melhora adicional no mercado de trabalho e tivermos uma razoável confiança de que a inflação vai se mover de volta ao nosso objetivo de 2% ao longo do médio e longo prazo”, disse Yellen – conforme publicado no jornal Valor Econômico.

Atualmente, apesar do recuo de -0,7% do PIB registrado no 1T15, o mercado de trabalho norte-americano continua apresentando forte recuperação mantendo sua taxa de desemprego em 5,5% no mês de maio. Por outro lado, o nível de preços ainda permanece aquém do perseguido pelo Fed: deflação de -0,2% em termos anualizados divulgados no mês de abril (último levantamento) ante uma meta de +2,0% para 2015. Ao contrário do que temos observado aqui no Brasil, os preços de energia continuaram pressionando para baixo os preços aos consumidores: queda de -19,4% nos últimos 12 meses encerrados em abril devido ao recuo de todos os componentes, exceto eletricidade.

Segundo a agência de notícias Market Watch (link), é possível que tenhamos, dadas as condições econômicas nos próximos meses, até duas altas na taxa dos Feds Funds ainda neste ano.

Queda nas taxas o resultado não poderia ser diferente: alta nas cotações do Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) que encerram a R$ 2.741,87 na compra (link – acessado em 17-6-15 às 17:51) – alta de +0,33% em relação ao fechamento de ontem.

A agenda econômica de amanhã está repleta de indicadores nos EUA e contará com a divulgação do IBC-BR, prévia do PIB apurada pelo Banco Central (corrigindo o mencionado no post de ontem quando disse que seria divulgado hoje). Qualquer  sinal de alta nos preços ao consumidor e melhora do nível de atividade nos EUA poderá levar a uma alta nas taxas de juros no mercado futuros por aqui, contrabalançando um provável resultado negativo do IBC-BR do mês de abril a ser divulgado às 08:30.

terça-feira, 16 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: MERCADO DE TESOURO IPCA – Jun 16th, 2015


Por Carlos Soares Rodrigues,

Na expectativa do encontro do Federal Reserve – Fed nesta quarta-feira a moeda norte americana registrou recuo de mais de 1% e as bolsas subiram ao redor do globo. O movimento externo também teve a contribuição dos dados desanimadores do setor imobiliário norte americano: queda de -11,1% das Construções de novas casas no mês de maio (projeção de -3,1% segundo levantamento divulgado pelo site Investing.com). Dados mais fracos de atividade arrefecem as especulações em torno do aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, cujas expectativas apontam para que ocorra em meados de setembro deste ano.

Esse fluxo estrangeiro ingresso no mercado brasileiro, segundo analistas consultados pela mídia nacional, também foi atraído pelo bom retorno oferecido pelas aplicações de renda fixa por aqui. Como de praxe todo aumento na demanda leva ao aumento nos preços, e com os títulos públicos não foi diferente: o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerrou nesta terça-feira cotado a R$  2.732,96 na compra (link – acessado em 16-6-15 às 18:29) – alta de +0,19% em relação ao fechamento de ontem.


Outro dado que contribuiu para a queda nas taxas de juros locais  (e aumento nas cotações dos títulos públicos) foi a divulgação da Pesquisa Mensal do Comércio pelo IBGE que apresentou um recuo de -0,4% no volume de vendas no mês de abril em relação ao mês de março – o consenso dos analistas consultados pelo Valor Data apontavam para uma alta de +0,5%.


Na comparação com abr-14 o volume de vendas no comércio apresentou queda de -3,5% no varejo e de -8,5% no varejo ampliado (que inclui venda de veículos e de materiais de construção). Conforme podemos observar no gráfico abaixo, os setores que mais sofreram decréscimo no volume de vendas, comparado ao mesmo período do ano passado, foram aqueles que tem como característica ser mais crédito-intensivo, ou seja, aqueles cuja demanda depende intrinsicamente ao volume de crédito. Contudo, a queda no volume de vendas começa a contaminar setores tidos como mais defensivos como "Hipermercados e Supermercados". A exceção do ficou para os setores "Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria" cuja demanda apresenta certa inelasticidade em relação aos preços (abrange bens essenciais como medicamentos) e para o setor de "Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação" que, de acordo com a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Juliana Paiva, refletiu o decréscimo dos preços e os incentivos a tecnologia destes produtos.



A agenda econômica de amanhã prevê a divulgação de importantes indicadores de atividade nos Estados Unidos e por aqui (IBC-BR, prévia do PIB apurada pelo Banco Central). Além disso, teremos o encontro do FOMC (Federal Reserve - Fed) que poderá nos dar uma ideia de quando teremos o início do aperto monetário na economia norte americana. Portanto, em dia de grandes incertezas a aversão ao risco tende a aumentar trazendo consigo, na minha opinião, um movimento de alta nas taxas de juros com queda no rendimento intraday dos títulos públicos no mercado local.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

TESOURO DIRETO: MERCADO DE TESOURO IPCA – Jun 15th, 2015



Por Carlos Soares Rodrigues,

O mercado de taxas de juros experimentou mais um dia de altas na sessão de hoje diante da divulgação do Boletim Focus. No levantamento divulgado pelo Banco Central as expectativas para o IPCA de 2015 passaram de 8,46% para 8,79%, o que reacende as apostas para um aperto adicional na política monetária, cuja meta hoje se encontra na casa dos 13,75% - esperava-se até pouco tempo atrás um teto de 14,0% mas já se especula uma taxa superior a este patamar até o final deste ano.


Diante da alta nas taxas de juros a reação do mercado de títulos públicos não poderia ser diferente: queda no rendimento dos mesmos no intraday. O Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (NTNB) encerrou nesta segunda-feira cotado a R$  2.727,91 na compra (link – acessado em 15-6-15 às 18:18) – queda de -0,74% em relação ao PU de referencia desta sexta-feira, 12 de junho, divulgado pela Anbima.

A grande preocupação gira em torno das expectativas de inflação para 2016 cuja meta estabelecida pela autoridade monetária está em 4,5%. Acredita-se que é dado como certo o contágio nos preços praticados neste ano para a inflação do ano que vem, vide repasses via dissídios salariais e reajustes dos contratos indexados aos índices de preços. 

Diante do comprometimento declarado em cumprir a meta, o Banco Central não vê muitas alternativas senão persegui-la a um alto custo social via medidas “hawkish” (falcão em inglês que significa um tom mais agressivo ou contracionista por meio de maior aperto monetário). Uma revisão na meta é tida como uma medida de “relaxamento” segundo artigo publicado por Vinicius Torres Freire no jornal Folha de São Paulo no dia 14-06-15, o que representaria uma perda de credibilidade na já tão abalada confiança dos investidores em relação a situação econômica e política do país.


Minha avaliação é de que os preços continuarão a pressionar as taxas no curto prazo devido a fatores como reajustes tarifários e uma possível alta do dólar. Entretanto, acredito que a partir de meados de agosto os indicadores de atividade e do setor público poderão nos dar uma idéia mais clara do que esperar para 2016 trazendo consigo, em minha opinião, uma melhora nas expectativas de preços para o próximo ano e, consequentemente, um arrefecimento nas taxas de juros e melhora no rendimento dos títulos públicos ex-Tesouro Selic.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Análise IPCA – Maio-15




Divulgado hoje o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA referente ao mês de maio que apontou uma forte alta de 0,74% em relação ao mês de abril – em maio de 2014 o resultado foi de 0,46%. No acumulado em doze meses o índice atingiu alta de 8,47% - ante uma meta de 4,5% para 2016.

Conforme podemos verificar no gráfico a seguir os principais grupos que contribuíram para a forte alta foram “Alimentação e Bebidas” e “Habitação”. Os demais grupos apresentaram um comportamento bem próximo ao verificado no mesmo mês do ano anterior.


De acordo com o IBGE os preços do tomate (pertencente ao subgrupo Alimentação no Domicílio) continuaram subindo e, individualmente, contribuiu com 0,07% dos 0,74% do IPCA cheio. Também pressionaram o grupo as altas nos preços das carnes, cebola, cenoura e pão francês – segundo divulgado na imprensa.


Já no grupo Habitação os grandes vilões foram os aumentos da energia elétrica – lembram-se da redução tarifária promovida em 2012 que quebrou todo o setor? - e gás de cozinha (Combustíveis e Energia) juntamente com taxa de água e esgoto, condomínio, aluguel residencial e artigos de limpeza (Encargos e Manutenção).


Conforme comentado pela economista do IBGE, Eulina Nunes, os reajustes dos preços administrados ocorridos ao longo deste mês de junho (taxas de água e esgoto, gás encanado, algumas tarifas de transportes em Belém, Fortaleza, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e o aumento nos jogos da loteria – este já sentido no indicador deste mês) impactarão o próximo resultado do IPCA que será divulgado em 08.07.15.

Boa parte da pressão dos preços tem resultado dos ajustes promovidos nos preços administrados decorrentes da política populista adotada nos últimos anos que destruiu a competitividade de importantes setores como elétrico e de petróleo e gás. A quebra do setor elétrico decorrente da MP 579 de 2012 comprometeu a capacidade das empresas do setor investirem em melhorias na geração, transmissão e distribuição de energia – exemplo disso é o isolamento das hidrelétricas localizadas na região norte perante o Sistema Integrado Nacional (SIN – ou o famoso linhão norte-sul) que impossibilitou o excesso de energia produzido nesta região fosse ofertado para o restante do país. A alta dos combustíveis, e consequentes reajustes nos transportes, nem precisa falar: incompetência e saqueamento da Petrobrás cuja conta vem se refletindo no nosso bolso. Na minha opinião, os preços tenderão a se arrefecer ao longo do segundo semestre diante da conjunção de arrocho nos gastos públicos, perda no poder de compra das famílias (aliada ao elevado endividamento) e política monetária contracionista com consequente queda no nível de atividade.




EM BREVE UMA NOVA ATUALIZAÇÃO.

São Paulo, 10 de junho de 2015.