Dando início ao último trimestre do ano, teremos uma agenda bem cheia nesta semana que deve agitar os mercados local e globais nos próximos dias.
Começando pelo exterior, salvo tenhamos qualquer surpresa por parte de Donald Trump, os investidores voltarão suas atenções aos dados de emprego nos EUA que começam a serem conhecidos a partir de quarta-feira (03). Neste dia, teremos o levantamento privado realizado pela consultoria ADP cujas projeções apontam para a criação de 185 mil vagas privadas no mês de setembro.
Na sexta-feira (05), também com uma agenda importante por aqui, conforme detalharei a seguir, serão conhecidos os dados oficiais do mercado de trabalho norte-americano com a expectativa de que também tenham sido geradas cerca de 185 mil novas vagas no mesmo mês, levando a taxa de desemprego de 3,9% no mês de agosto para 3,8% no mês passado.
Um detalhe importante dos números oficiais será o ganho médio por hora trabalhada que sinalizam o custo da mão de obra nos EUA e acaba servindo como um balizador nas expectativas de inflação no país - portanto, entra no cenário de taxa de juros dos investidores globais. O mercado projeta um avanço de 2,8% nos salários médios por hora trabalhadas na comparação com mês de setembro de 2017 e, caso apresente um resultado acima deste patamar, pode disparar um movimento de correções nos ativos globais, o que também pressionaria a bolsa, dólar e os juros futuros por aqui.
Voltando para o quadro local, entramos na reta final das disputas do primeiro turno que ocorrem neste domingo. Exceto por uma reviravolta de última hora, as pesquisas apontam para a consolidação do candidato petista na disputa do segundo turno com o candidato Jair Bolsonaro (PSL).
De acordo com os últimos levantamentos, o candidato Fernando Haddad se encaminha para assumir um favoritismo na disputa final para o Palácio do Planalto o que evidencia a força política do ex-presidente Lula sobre o eleitorado nacional, além da crescente rejeição do candidato Bolsonaro apontada nestas pesquisas.
A questão que fica é: um governo Haddad seguiria o modelo adotado com Lula 1, mais comprometido com os ajustes das contas públicas, ou retornaria ao viés fortemente heterodoxo assumido principalmente nos governos Dilma?
Vale uma ressalva (diria até que uma reflexão) de que a necessidade das reformas tem sido defendida inclusive por um dos criadores da malfadada Nova Matriz Econômica, o ex-ministro Nelson Barbosa, conforme podemos conferir em matéria publicada pela Bloomberg na última quarta-feira (26) (vide
link) - o que também pode ter contribuído para que os investidores se mostrassem menos temerosos em relação a um eventual governo Haddad.
Vejo o cenário atual com cautela e espero/torço (para) que não tenhamos novamente o reaparelhamento das estatais, reversão nas medidas de ajustes e modificações no bem sucedido modelo de concessões adotado nos últimos anos.
Portanto, o quadro fiscal permanece delicado e o cenário político extremamente incerto.
Na agenda econômica o grande destaque ficará para o IPCA do mês de setembro em que se espera um avanço de 0,40% em relação a agosto.
Caso o número fique acima do previsto, também poderemos ter uma revisão nas expectativas de alta na taxa Selic o que pode trazer uma pressão, ainda que pontual, sobre os títulos públicos mais sensíveis a taxa de juros.
Dentre as alternativas disponibilizadas no Tesouro Direto, temos os Indexados ao IPCA e prefixados como sendo os mais suscetíveis às variações de preços por conta das oscilações dos juros futuros.
Em uma semana cheia de eventos a recomendação é de cautela. Tenho orientado os assinantes do Mapa do Tesouro a investirem uma pequena parcela nestas modalidades mais sensíveis a juros tendo em vista também um quadro fiscal mais pressionado para os próximos anos, conforme monitorado e apresentado por importantes órgãos de acompanhamento das contas públicas do país.
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Bom dia e bons negócios!